Como passamos o Natal com minha família, passaríamos a virada do ano novo com nossos amigos, perguntei à Nathaniel se ele não queria ficar com a família dele, mas ele prontamente se negou e pela rapidez na resposta, eu tive certeza de que ele não tinha dúvidas sobre isso, então deixei o assunto de lado. No ensino médio eu me meti demais na vida dele com a família, mas graças a isso ele conseguiu se livrar das agressões do pai e da omissão da mãe, o único problema é que depois disso Ele também se afastou da irmã. Ambre não era um dos melhores seres humanos do mundo, mas também era vítima da família disfuncional onde na qual nasceram, embora ela também fizesse mal ao Nathaniel, era a única irmã que ele tinha e talvez também precisasse de ajuda.
Deixando esse assunto de lado, estávamos a um dia das festas de fim de ano e uma Rosalya grávida e mil vezes mais nervosa mandava mensagens loucamente para todos, pra variar, ela estava organizando nossa festa e nós apenas obedeciamos sem pestanejar. Nathaniel vivia mais na minha casa do que na dele, até suas fardas já ficavam em um lugar separado no meu guarda roupas, por que ele ia do trabalho direto para lá, eu não achava isso nem um pouco ruim, era legal ter a impressão de estávamos morando juntos e isso me deixava feliz.
Estávamos quase vivendo a vida juntos, nos vendo todas as manhãs, nos despedindo para ir ao trabalho, eu me peguei cozinhando o jantar enquanto esperava ele chegar do trabalho várias vezes e isso não me deixava com raiva ou triste, só me fazia pensar que era bom saber que alguém estava voltando pra casa pra ficar comigo. Felizmente Nathaniel conseguiu trocar o seu dia de folga, para poder passar o ano novo comigo, nós levaríamos uma moranga e vinho, obviamente eu faria a comida, Nathaniel ainda estava na fase do macarrão.
O dia 31 chegou e o mundo se preparava para a meia noite, as cozinhas cheiravam bem e as roupas novas estavam sendo passadas e engomadas. Nathaniel tentava me ajudar na cozinha, mas era atrapalhado demais, no entanto, cortava os legumes direirinho, então esse foi o trabalho dele, além de lavar os pratos. A moranga estava quase pronta, quero dizer, o recheio e a abóbora, eu só colocaria para gratinar quando já estivéssemos no apartamento da Rosa, ela e Leigh haviam se mudado para um apartamenro na cobertura do prédio deles, um lugar maior para criarem o bebê com mais liberdade, a parte boa era a vista e o grande terraço onde faríamos nossa festa.
Nosso almoço havia sido uma lasanha congelada com suco de laranja de garrafa, nenhum de nós estava com muita coragem de estar na cozinha novamente. As dez da noite eu já andava pulando com o sapato em um pé e procurando o outro, Nathaniel estava no telefone com Rosalya, explicando pra ela que já estávamos saindo de casa, ela tinha o dom de deixá-lo desesperado. Quando finalmente chegamos na casa dela, apenas Kim e Alexy já estavam lá, esse era o motivo dela estar surtada, Pria ainda não tinha chegado e o suflê que ela tentou fazer não tinha dado certo, a explicação mais plausível era que seus hormônios finalmente haviam entendido que ela estava grávida.
- Calma Rosa, já já ela chega. - Leigh andavam de um lado para o outro atrás dela.
- Se você der mais um passo atrás de mim, eu vou pisar no seu pé. - Ela olhou feio para ele. Leigh apenas se sentou no sofá da sacada e respirou fundo.
- Amiga. - Andei até ela. - Quase todos os nossos amigos estão aqui, tudo está certo.
- Mas era pra todo mundo estar aqui. - Ela sentou na bancada da cozinha. Parecia cansada.
- E não estamos?
- Estou falando do Lysandre, do Castiel, da Violette, do Armin.. - Sua voz estava um pouco falha.
- Rosa, todos temos saudades dos nossos amigos, mas cada um de nós precisou seguir seu rumo. Não acha que Alexy daria tudo para ter o irmão aqui também? - Ela assentiu. - Todos temos do que sentir saudade, mas também temos muito pelo que agradecer, por todos os nossos amigos estarem bem e felizes com suas vidas e suas carreiras.
- Eu sei de tudo isso, eu só não consigo parar de chorar.
- Você ta muito sensível com todos os hormônios da gravidez, é normal que se sinta mais emotiva nessas datas.
- As vezes esqueço que gravidez muda tudo. - Ela deu um sorriso.
- Pega esse sorriso e leva pro Leigh lá na sacada, você foi um pouco grossa com ele.
- Eu vou lá. - Ela se levantou e me deu um abraço. - Obrigada e coloca essa moranga no forno.
- Tudo bem. - Não pude evitar de sorrir.
Respirei fundo e me levantei para pegar uma taça de vinho, lidar com Rosalya sempre foi muito intenso, mas uma Rosalya grávida e multiplicada por dez era bem mais surpreendente.
- Ta tudo bem por aqui? - Nathaniel entrou na cozinha.
- Ta sim. - Sorri pra ele. - Só a Rosalya grávida, sabe como é.
- Ah sim, intensa. - Ele riu e veio até mim.
- Mas já tá tudo resolvido. - Lhe dei um selinho. - Quer uma taça de vinho?
- Quero sim.
Lhe servi uma taça de vinho e ficamos conversando por um tempo, não percebemos as horas passando e logo Alexy apareceu na cozinha nos chamando para a contagem regressiva. Corremos para o terraço é ficamos abraçados olhando para o céu, esperando pelos fogos e pelo sentimento nostálgico que toda virada de ano nos trás. Esse ano me trouxe muitas mudanças e eu estava muito grata por cada dia que passei, por cada coisa que aprendi, pois tudo que vivi me trouxe ao momento que estou vivendo agora, ao lado do homem que eu amo, com meus amigos que eu amo e me sentindo completamente feliz.
Quando a contagem chegou em um, ouvimos os gritos das pessoas e os fogos, todos se abraçavam com lágrimas nos olhos e desejavam que o novo ano fosse repleto de coisas melhores que o ano que passou nos proporcionou.
- Feliz ano novo, amor da minha vida. - Nathaniel me abraçou.
- Feliz ano novo meu amor. - Lhe dei um beijo.
- Que esse ano seja repleto de amor e felicidade pra nós, eu não poderia estar em um lugar melhor que não fosse com você.
- Esse ano vai ser nosso, assim como todos os outros que estão por vir. - Ele me olhou nos olhos e sorriu.
- Vai ser sim.
- Com licença casal. - Rosalya se aproximou de nós.
- Oi Rosa. - Nathaniel tirou os olhos dos meus e me abraçou de lado.
- Leigh e eu gostaríamos de aproveitar esse momento emotivo para fazer um convite a vocês dois. - Leigh parou do lado dela.
- O que é?! - Minha curiosidade e meu nervosismo falou mais alto.
- Então. - Rosa sorriu. - Nós queríamos saber se vocês aceitam ser os padrinhos do nosso bebê.
- Meu Deus, é claro que sim, não é Nath? - Olhei entusiasmada para meu namorado.
- Claro que sim! - Ele também estava muito feliz com o convite.
- Na verdade, se você não me chamasse, eu ficaria decepcionada. - Abracei Rosalya.
- Deixa de ser besta. - Ela sorriu. - Meu bebê não estaria em mãos melhores.
- Obrigada pela confiança Leigh. - Vi Nathaniel apertar a mão dele.
- Bem, defesa pessoal não vai ser um ponto fraco do nosso bebê. - Ele riu.
- Não vai mesmo.
Todos nós rimos e conversamos até o dia amanhecer naquela noite, era sempre bom ter esses momentos com nossos amigos, algo íntimo e mais fechado, era seguro e feliz. Meu ano já começou da melhor maneira, pois ganhei o melhor presente que alguém poderia receber, a confiança de duas pessoas em me deixar como segunda mãe da coisa mais importante da vida deles e, de quebra, um afilhado ou afilhada. Eu com certeza seria a melhor madrinha do mundo.
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Back to me - Nathaniel
FanfictionAfoguei no seu mar, quero ser o seu par, você é ímpar. Primeiro livro da série de Amor doce.