XXVIII

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As aulas voltaram e infelizmente eu não disponho mais de tanto tempo livre para dedicar exclusivamente ao Nathaniel. Nós nos encontramos no intervalo da faculdade, o turno dele foi mudado para a manhã por conta de suas faltas frequentes. Nos dias que trabalhamos na academia passamos mais tempo juntos, mas agora, com o fim do período se aproximando eu ando sem tempo.

- Amiga você ta me ouvindo? - Rosalya estalou os dedos na minha frente.

- Desculpa amiga, estava com a cabeça longe.

- Claro, em um certo rapaz loiro com cara de marginal. - Ela riu.

- Sim. - Sorri também.

- Vocês estão bem, não é?

- Sim, as coisas estão se ajeitando.

- Já voltaram a namorar? - Agora que Rosa falou foi que parei para pensar que ainda não definimos o que somos.

- Nós não chegamos a falar sobre isso ainda.

- Bem, deveriam ao menos definir algo. Sabe, pra não deixar nada subentendido.

- Eu vou tentar falar sobre isso com ele, é que fico com medo de estar forçando algo ou apressando as coisas.

- Aposto que ele também quer poder sair por aí apontando pra você e dizendo que é namorada dele. - Ela segurou minha mão.

- Espero que sim. Tudo que eu quero é que a gente possa seguir, sabe, passar do ponto em que nos separamos.

- Te entendo.

- Essa viagem à praia foi o empurrão que precisávamos.

- Eu arrasei eu já sei, de nada! - Ela cantarolou.

- Obrigada. - Não pude evitar de sorrir, o jeito da Rosa não permite que ninguém fique triste perto dela.

- Eu não aceito menos que ser sua madrinha, nem que pra isso eu precise ser par do Castiel.

- Aí meu Deus! - Sorri envergonhada.

- Vem, vamos para as últimas aulas. - Rosa levantou e esperou que eu a acompanhasse.

Estava conversando com Rosa distraidamente quando senti alguém passar o braço por meus ombros.

- Oi linda! - Nathaniel beijou minha bochecha.

- Oi, onde esteve durante o intervalo?

- Estou precisando de pontos em quase todas as matérias, estava redigindo uma redação para o professor. - Ele deixou seus ombros caírem, parecia cansado.

- Bem feito. - Rosa o empurrou. - Ninguém mandou bancar o Rubinho dono do Morro, marginal.

- Rosalya, você está especialmente cruel hoje. - Ele deu um sorriso falso pra ela.

- Obrigada. - Ela piscou para ele e entrou em sua classe.

- Posso te acompanhar até sua sala? - Ele me abraçou um pouco mais forte.

- Eu adoraria. - Beijei seu pescoço.

- Não gostei de ficar sem você no intervalo. - Ele fechou a cara.

- Precisa correr atrás do prejuízo, eu entendo. - Ele me olhou atento.

- Eu me perdi um pouco. - Passou a mão no rosto para tirar uma mecha de cabelo teimosa.

- Eu percebi.

- De representante de turma à lanterninha da classe. - Ele mecheu a cabeça em negação.

- Você é muito inteligente, sempre foi, vai conseguir se recuperar. - Segurei sua mão por cima do meu ombro.

- Obrigada, linda. - Ele parou de andar e me puxou para um beijo. - Chegamos. - Só então percebi que estávamos em frente à minha classe.

- Até mais tarde. - Lhe dei um último selinho e entrei na sala.

As aulas passaram voando, logo depois corri para o trabalho e segui minha rotina normalmente. Infelizmente Nathaniel estava ocupado com seus estudos e não pudemos fazer muita coisa depois do trabalho. Os dias estavam praticamente voando, provas e trabalhos para entregar, cumprir minha função na academia, dar conta da vida pessoal, eu mal tinha tempo para ficar com Nathaniel ou qualquer amigo meu.

Fui recebida por uma lufada de ar frio quando saí do prédio para a rua, mal me dei conta de que o inverno havia chegado, o sol já se escondia por trás das nuvens e o vento soprava as últimas folhas que caíram no outono, voltei imediatamente para buscar um casaco e segui para a faculdade.

- Que frio! - Nathaniel me abraçou enquanto eu andava no corredor da faculdade.

- Você bem que poderia ir me esquentar depois da aula. - Beijei sua bochecha.

- Você não sabe o quanto eu gostaria. - Seu rosto assumiu uma expressão triste. - Mas preciso terminar alguns trabalhos.

- Tudo bem. - Apertei suas mãos que seguravam minha cintura. - Nós arranjamos tempo depois.

- Depois, infelizmente. - Ele beijou meu pescoço. - Tenho que ir pra aula.

- Vai lá. - Me virei e lhe dei um selinho.

Nathaniel saiu correndo para sua aula e eu continuei minha caminhada calmamente em direção ao pátio. Estava com uma aula vaga, então aproveitaria para pôr algumas leituras em dia. Quando as aulas finalmente acabaram, segui apressada para casa, pretendia fazer uma surpresa para Nathaniel, ou ao menos tentar tirar um pouco da pressão que está sobre ele.

Arrumei algumas comidas na minha bolsa, salgadinhos, refrigerantes e doces, muitos doces por que ele ama doce. Decidi lhe mandar uma mensagem.

- Oi lindo! - Imediatamente ele respondeu.

- Oi minha linda!

- Está estudando?

- Sim :(

- Bem, deixe a porta destrancada, chego em poucos minutos.

- Gostei disso ;)

- Deixe de ser besta, não vou atrapalhar seus estudos.

- Mas eu a do ra ria que você atrapalhasse.

- Mas não vou, tchau! :*

- Até daqui a pouco. :))

Bloqueei o celular e corri para tomar um banho, pus uma roupa bonita e uma lingerie nova só por garantia, estar com Nathaniel quase sempre significava o fim da minha sanidade. Sai de casa bem agasalhada e com a bolsa pesando de tanta comida, pus tudo no banco do passageiro e segui para o apartamento dele, o homem mais lindo da face da terra.

Ao chegar no prédio o porteiro sorriu para mim, pois já me conhecia e liberou minha entrada sem precisar me anunciar. Subi de elevador e logo estava em frente à sua porta, bati antes de entrar por que é o que a educação básica me impõe, chamei por Nathaniel quando entrei na sala mas não obtive resposta. Tranquei a porta, pois é um hábito que tenho por ser mulher e morar sozinha, imaginei que ele estaria em seu quarto e segui até lá. Quando cheguei na porta me deparei com a cena mais linda do mundo, Nathaniel estava deitado sem camisa, lendo um livro com Branca deitada em seu peito, eu poderia passar muito tempo apenas olhando pra isso.

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Back to me - Nathaniel Onde histórias criam vida. Descubra agora