XIII

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Castiel pegou no sono rapidamente, mal tive tempo de fazer a massagem direito. O ajeitei na cama, liguei o ar condicionado e deitei ao seu lado, mais uma vez ele me procurou em baixo das cobertas e me abraçou. Várias vezes já me peguei pensando se o que eu sentia por Castiel era mais do que uma amizade, houve um tempo em que o evitei pois tinha plena certeza de que estava perdidamente apaixonada por ele, mas depois percebi que não estava. Acho que a vida de quem tem um melhor amigo homem como eu é assim, um eterno saber e não saber se é apenas amizade ou algo a mais.

Acordei em um pulo, tinha certeza de que estava atrasada para a faculdade, só não sabia o quanto.

- Ei gata. - Castiel se sentou na cama. - Fica por aqui hoje, vai pra aula não.

- Só tenho mais essa semana de aula.

- Por isso mesmo. - Ele se espreguiçou. - Não é como se fosse perder muita coisa.

- Ai Castiel, mas eu nem tenho o que fazer aqui.

- Você pode sentar e olhar pra mim. - Ele sorriu. - Além do mais, você não tem roupa aqui, vai ter que ir em casa e só vai chegar na terceira aula.

- Você tem razão. - Sentei desanimada.

- Você continua sendo a mesma nerd que era na escola.

- Eu prefiro o termo mais inteligente que você. - Sorri quando ele jogou o travesseiro em mim.

- Podemos passar no estúdio depois do almoço? Eu quero te mostrar uma coisa. - Ele me encarou.

- Compôs uma música nova? - Me animei.

- Mais ou menos. - Ele maneou a cabeça.

- Como assim?

- Você vai ver quando ouvir. - Ele mesmo riu da forma estranha que sua frase soou.

- Tudo bem. - Sorri e me levantei para tomar um banho.

Vesti a mesma roupa de ontem a noite e fui fazer café para nós dois. Passei a manhã toda tentando descobrir sobre a música que Castiel compôs, mas ele se negava a me dizer.

- Ei. - Ele me abraçou por trás enquanto eu lavava a louça.

- Oi.

- Você ta bem com toda aquela situação ontem a noite com o Nathaniel?

- Eu acho que sim. - Suspirei. - Não estamos juntos, ele pode fazer o que ele quiser.

- Mas sei que o beijo que ele te deu significou pra você.

- Bom, talvez eu tenha que designificar.

- Ele pareceu sincero quando falou ontem.

- Você defendendo o Nathaniel? - O olhei de lado.

- Não. - Ele deu um beijo no meu ombro e saiu. - Vou me arrumar para sairmos.

- Vamos passar na minha casa, preciso trocar de roupa.

- Tudo bem amorzinho.

Castiel entrou no banheiro e eu fui colocar comida e água para seu cachorrinho. O filhotinho era a coisa mais lindinha do mundo, se bem que filhotinho não é bem o termo correto, por que ele já é grandão. Recebi vários lambeijos quando pus a ração para ele e passei um tempo brincando com ele.

- Você vai deixá-lo muito mimado. - Castiel passou enxugando o cabelo.

- Do mesmo jeito que fiz com você. - Disse e o ouvi resmungar.

Saímos do apartamento dele e seguimos para o meu, troquei de roupa quase correndo por que queria muito ouvir a nova música dele.

- Vamos, vamos, vamos! - Entrei correndo no carro.

- Tá animada demais, não bota muita expectativa não.

- Você faz merda em muitas áreas da sua vida, mas nunca nas suas músicas. - Acariciei seu cabelo.

- Se você diz. - Ele suspirou. Castiel parecia nervoso e eu não sabia por quê, mas preferi não comentar.

Entramos no estúdio e não havia ninguém, estranhei o fato do resto da banda não estar lá, mas me lembrei que estão de férias. Castiel sentou na mesa de controles e bateu no assento ao lado dele para que eu sentasse.

- E então? - Suspirei ansiosa.

- Bem. - Ele sorriu. - Alguns meses atrás eu me peguei pensando na trajetória da nossa amizade. Desde o seu primeiro dia na Sweet Amoris, até o momento em que te olhei e percebi que nunca na minha vida poderia ter arranjado alguém tão maravilhosa pra me acompanhar na vida.

- Olha, você não pode me fazer chorar a essa hora não. - Meus olhos já estavam marejados.

- É só que, essa música eu compus para nossa amizade em primeiro lugar, e para você. Eu acredito que a amizade é o amor que nunca morre, é a mais forte de todas as ligações por que é a família que a gente escolhe e eu sinceramente não sei como seria ter de seguir meu caminho sem você. Acho que a conexão que temos eu nunca terei com ninguém e talvez tenha sido um erro da vida colocar em nós esse sentimento de irmandade, por que nós seríamos um ótimo casal. - Ele sorriu ao me ver chorando.

- Devia ter me avisado que a música era pra mim. - Enxuguei algumas lágrimas.

- Estragaria toda a surpresa. É uma música de amor, embora seja sobre nossa amizade, é de amor. - Ele fez careta. - Tá vendo o que você faz comigo? Me fez escrever uma música de amor.

- Você é um chato até quando ta sendo fofo.

- Essa música não vai para o repertório da banda, por que não combina com nosso estilo. Eu gravei ela só pra você.

- Aí já tô ansiosa!

- Bem, vamos ver o que saiu. - Ele apertou o play e as notas de um violão começaram a soar.

- Ai meu Deus. - Eu comecei a chorar. - É tão linda!

- Você gostou? - Ele me olhava esperançoso.

- Eu amei Castiel! Amei!! - Lhe dei um abraço.

- Na minha vida eu não tenho muitas coisas com as quais eu realmente me importo, mas você é a número um dentre elas. - Ele me abraçou.

- Te amo viu?! - Chorei mais ainda.

- Para de chorar, vou pensar que não gostou.

- Eu vou chorar sempre que ouvir. - Fiz beicinho.

- Então eu vou apagar a música! - Ele brincou.

- Não! - Arregalei os olhos.

- Nunca saia da minha vida, Ária. - Ele me olhou sério.

- Sem a sua amizade eu vou ser o quê da vida?

- Uma solteirona, por que tem dedo podre pra homem e solitária, por que não vai ter esse monumento iluminando sua vida. - Ele riu.

- Sei bem.

- Vem cá! - Ele me puxou pelo cintura e deu um beijo em minha bochecha. - Nunca vou te deixar sozinha.

- Eu conto seus segredos e acabo com sua carreira se fizer isso.

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Back to me - Nathaniel Onde histórias criam vida. Descubra agora