As minhas cunhadas disseram "relaxa, Rose, quando você entrar no segundo trimestre tudo vai melhorar. As náuseas e os enjoos vão diminuir, sua vida sexual vai voltar ao normal e você vai poder curtir a maternidade." A verdade era que eu já estava há três semanas no segundo semestre e ainda me sentia um lixo. Todo dia era uma esperança de acordar me sentindo melhor, poder comer as coisas que eu queria e amava e sem o medo de vomitar em algum paciente no hospital. Nada tinha mudado e, às vezes, até parecia que estava piorando. Para o meu total azar.
Para completar, Dimitri e eu estávamos pura ansiedade. Sabe aquela brincadeira sobre os filhos puxarem aos pais? Essa era a hora que eu não queria que o meu tivesse puxado ao pai. Eu não podia acreditar que meu filho seria tão reservado quanto o pai que nem ao menos nos deixara saber se ele realmente seria um menino ou uma menina. Nós tínhamos feito de tudo e era a segunda vez que ele tinha escolhido continuar com as pernas bem fechadas. Não que eu esteja me chamando de vagabunda, mas ele bem que poderia colaborar e acabar com a nossa ansiedade.
O nosso seguro saúde não cobria o exame de sangue e Dimitri e eu estávamos fazendo de tudo para economizar agora que tínhamos conseguido o apartamento e a obstetra tinha enfiado mais remédios para o meu dia-a-dia. Segundo ela, ajudaria com o meu usual mal estar. Então nós estávamos torcendo para todo exame de ultrassom que nós fizéssemos, conseguíssemos saber em fim. O bebê era uma mistura perfeita dos pais e a teimosia ele tinha ganhado em dobro. Não estava mesmo facilitando para nós dois.
Não é como se fizesse muita diferença saber o sexo dele, mas como estávamos reformando o novo apartamento, seria bom saber antes de montar o quarto e as coisas dele. Dimitri e eu não tínhamos preferências, estávamos felizes só pelo fato do bebê existir. A minha mãe então... Estava enlouquecida! Eu estava vendo a hora que ela e a dona Yeva sairiam no tapa para descobrir quem deveria continuar cozinhando para mim e de quem eu deveria seguir os conselhos, embora Janine não estivesse tentando opinar tanto em relação a minha vida. Era engraçado ver ela invalidar todos os conselhos da dona Yeva com um "não liga para ela". A velha uma hora vai ter uma síncope. Se achava que lidar com uma Hathaway já era difícil, ela estava à ponto de cometer um homicídio por causa de duas.
De tudo, eu estava me divertindo, ao menos. A dona Yeva sempre aparecia no almoço para cozinhar para mim. E minha mãe chegava no começo da tarde para me trazer alguma besteira extra para comer escondida da velha. As duas tinham a alfinetada usual antes da Yeva ir embora e minha mãe me fazia companhia até Dimitri chegar. A verdade era que estava todo mundo mais tranquilo agora que eu tinha companhia, principalmente, Dimitri. Ele tinha medo que em uma das minhas crises de vômito, eu poderia passar mal e desmaiar ou algo assim. Eu tinha estado preocupada em não estar fornecendo nutrientes o suficiente para o bebê. E uma vez que a minha médica tinha concluído que eu sou como a Kate Middleton e tenho hiperêmese, um multi vitamínico potente foi incorporado na minha dieta.
Então eu estava sendo vigiada de perto. Eu não gostava por esse motivo, mas eu amava ter a companhia da minha mãe depois de tanto tempo longe e do que passamos nos últimos anos. Nós nem precisávamos conversar. Muitas vezes, Pavel a deixava no prédio, ela conectava seu computador na internet para trabalhar e eu aproveitava para dormir ou estudar se meu estômago e cansaço me dessem paz o suficiente. Nos primeiros dias, eu até tentei fazer companhia e conversar, mas a exaustão vinha me vencendo e Janine dissera que tudo bem se eu precisasse tirar um tempo para descansar já que ela tinha mesmo que trabalhar durante a tarde.
Agora com um novo ciclo da faculdade começando, a minha rotina estava totalmente bagunçada. Afinal, cirurgia não tem hora. Quando não é emergência, ela até tem hora para começar, mas nunca para acabar. Então eu até tinha horário para entrar no hospital, mas não tinha mais para sair. Eu estava em um impasse. Eu poderia ir para o hospital e acompanhar o pré e o pós-operatório que eu teria horário para entrar e sair ou eu poderia participar das cirurgias que era a parte mais legal do ciclo. Eu agora sabendo russo, tinha me dado muitas oportunidades extra em poder não apenas assistir a cirurgia, como também participar dela. Era um ciclo corrido e como eu não estava na minha total condição, meu professor e eu entramos em um acordo de que eu participaria de cirurgias durante três dias na semana e nos outros faria o pré e o pós-cirúrgico. Isso em dias alternados.
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Love on the Brain
FanfictionRose era apenas uma imigrante misteriosa sentada, diariamente, na mesma mesa do café com sua bebida fumegante à esfriar. O único pedido do dia que durava, no mínimo, 6 horas. Seu rosto sereno enquanto digitava no computador e no final da tarde, abri...