— Boa noite, Mark! – Encontrei o russo na recepção do restaurante. Eu já estava relativamente atrasada, mas para quem não pretendia vir por ainda estar doente, até que eu estava apresentável.
— Hey, Rose! Achei que você não viesse hoje! – Ele me olhou realmente surpreso. — Dimitri disse que você estava doente... Você está melhor?
— Melhorando na medida do possível... – Eu queria dizer que eu só estava melhor porque Dimitri estava cuidando bem de mim, mas eu sabia que se eu dissesse isso, poderia ganhar uma demissão. Não é como se eu, eventualmente, não fosse ser demitida depois que soubessem que eu havia trocado uns beijos com o meu chefe na noite anterior.
— Você tem certeza que tem condições de fazer isso? Não é um problema se você tiver que ficar em casa, nós entendemos. – Ele continuou com seu olhar sério, tinha aquele tom paternal que havia me cativado desde o primeiro momento que nos conhecemos.
— Prometo que se for demais para mim, eu vou para casa, ok? – Confortei o homem que ainda me olhava desconfiado, eu tinha certeza que Mark estava considerando me segurar pelo braço e me puxar escada acima para que eu fosse embora. — Eu ainda estou um pouco rouca, mas eu estou falando e sem dor. Acho que é o suficiente, huh?! – Dei meu sorriso inocente, esperando que fosse convencê-lo.
— Tudo bem. – Ele suspirou, quase fiz a minha dança da vitória se não fosse ser tão humilhante por já ter alguns clientes no lugar. — Você me deixa saber se qualquer coisa mudar, certo?
— Claro, não se preocupe, vou ficar bem. – Eu estava indo para o quarto dos funcionários quando me ocorreu que nos cinco minutos de conversa, Dimitri não havia aparecido. Ele realmente não esperava que eu viesse hoje ou ele ainda não havia chegado. — Ei, Mark, Dimitri já chegou?
— Ele foi buscar a Vika em casa. Isso me faz lembrar do quanto eu fico feliz por você estar aqui... – Ele deu uma risadinha quase aliviada e eu fiquei curiosa.
— Como assim? O que aconteceu? – Voltei o mínimo do meu caminho andado para encarar o homem e entender melhor essa história.
— Antes de você, Vika quem preparava as músicas para o restaurante. Acho que era ela quem estava nos falindo... – Ele riu. — Mas nunca diga a ela que eu disse isso.
— Com certeza, não direi mas gostaria muito de saber o que aquela doida aprontava. – Ri com o Mark e cruzei os braços.
— Ah, Rose, não queira saber. Acho que ela é a única da família com alguma coisa fora do lugar naquela cabeça.
Tive que controlar a gargalhada, porque eu não tinha como concordar mais com ele. Viktoria era algo de outro mundo, a menina realmente era doida e desde que começamos a tomar mais intimidade, mais certeza eu tinha. Se eu achava que eu era a doida da história, eu tinha certeza sobre Vika. Isso era tão natural dela que eu nem ao menos tinha ideia se ela sabia que era tão doida.
— Acho que eu vou me arrumar logo antes que eles cheguem e ela roube o meu lugar e destrua o meu trabalho. – Sai rindo para o quarto dos funcionários antes que fosse tarde demais.
Fiz um rápido exercício para a minha garganta. Eu não pretendia cantar todas as músicas hoje, mas eu precisava estar um pouco pronta para quando o momento chegasse. Eu não era muito apegada aos exercícios de aquecimento, mas desde que eu fiquei doente, percebi que não dava tanto para procrastinar, era necessário. Era aquecer um pouco a minha voz ou ficar rouca por mais uma semana.
Não demorei muito, no entanto. Eu realmente quis dizer o que falei, não ia deixar a Vika destruir o meu trabalho. Ainda mais porque eu tinha certeza que se Dimitri chegasse antes que eu tivesse começado, ele me levaria para casa e eu não teria como argumentar o contrário. Se ele dizia que eu era teimosa, às vezes, ele vencia de mim.
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Love on the Brain
FanfictionRose era apenas uma imigrante misteriosa sentada, diariamente, na mesma mesa do café com sua bebida fumegante à esfriar. O único pedido do dia que durava, no mínimo, 6 horas. Seu rosto sereno enquanto digitava no computador e no final da tarde, abri...