Capítulo 6

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— Merda! Merda! Merda! – Xinguei, arrumando minha segunda pele antes de me enfiar na minha calça jeans. — Adrian, acorda!

O loiro tinha um sono tão pesado que eu precisei chacoalhar o homem. Eu estava atrasada. Tinha exatos quinze minutos até o Ivan estar chegando no Brew's. Eu estava tentada a convencer o Adrian a me pagar um taxi até lá, porque minha conta estava zerada e todo minuto que eu tinha no Brew's era sagrado!

— Adrian, acorda logo, inferno! – Joguei nele a camiseta emprestada que eu vestira, enquanto já vestia a minha da noite anterior. Abotoando os botões com pressa.

— Onde é o incêndio? – Ele perguntou sonolento, jogando a camiseta para o chão.

— Preciso que você chame um taxi pra mim! – Implorei já vestindo minha bota de inverno. — Desconta do que você ta me devendo de ontem!

— Tão cedo assim? – Ele bocejou preguiçoso. — Que horas são?

— São cinco da tarde, Adrian! – Menti. A escuridão que estava do lado de fora, passaria facilmente pelo horário que eu disse. Ao menos, eu torci para que Adrian tivesse compromissos de domingo que o fariam acordar mais rapidamente.

— O que? – Ele se sentou mais atento e puxou seu celular que esteve escondido em algum buraco no sofá. — Merda, Rose, quase me matou do coração! – Suspirou.

— Exato! – Murmurei, amarrando as botas. — O taxi, Adrian, por favor?

— Claro, pro Brew's, né? – Ele mexeu no celular, ainda tão sonolento que eu estava com medo dele me mandar para o outro lado da cidade, até talvez, do país!

— Qual seu WhatsApp? – Ele me lançou um olhar de esperança.

— Esse é seu jeito sutil de perguntar meu telefone? – Sorri, achando graça de como ele não desistia de mim, não importava o que eu dissesse. Já bastava o Adrian me incomodando no Instagram a cada story que eu publicava, agora ele vai conseguir me incomodar via Whatsapp também.

— Bem, considerando que você precisa do táxi. – Ele espiou o celular. — E ele está quase aqui... Acho que preciso do seu número.

Passei meu número e corri escada abaixo, ocasionalmente pulando alguns degraus, ainda enrolando meu cachecol ao redor do meu pescoço, sem tempo para aguardar o elevador. Foi ainda pior quando, no meu celular, já mostrava oito horas da manhã e eu não estava no Brew ainda. Merda, eu estava atrasada! E cada minuto era uma música a menos que eu poderia estudar.

— Здравствуйте! (Olá!) – Falei para o taxista, ofegando por já estar correndo antes mesmo do sol nascer.

Eu nem estava acordada o suficiente para assimilar o que estava acontecendo. A única coisa que eu sabia é que estou atrasada e cansada. A noite anterior foi uma péssima ideia, mesmo que tenha me rendido um dinheiro extra. Era muito bem vindo, mas ainda assim, uma péssima ideia. Eu não podia reclamar muito sobre esses trabalhos paralelos que me apareciam, no entanto. Era isso ou pornografia. Então eu preferia dormir menos horas a noite do que recorrer a medidas mais drásticas. Não enquanto eu ainda havia opções.

Com o endereço confirmado e suspirando por estar à caminho do Brew's, mandei uma mensagem para o Adrian agradecendo pelo trabalho da madrugada, pela corrida e por me deixar passar a noite lá. Com o dinheiro extra de ter trabalhado no Hookah, eu poderia comprar roupas novas antes que o Mark me pagasse, durante essa semana. Fiz meus planos nos cinco minutos de corrida que o taxista levou da casa do Adrian até o café. Nunca fui tão agradecida pela imprudência dos motoristas desse país e a habilidade que eles tem de simplesmente ignorar as regras de trânsito.

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