Capítulo 33

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Meu corpo todo estava anestesiado quando Dimitri e eu nos recuperamos do momento maravilhoso que tivemos. O orgasmo tinha passado, mas eu ainda estava nas nuvens, mesmo depois de ter me acomodado ao redor de seu corpo. Eu podia sentir o coração do meu Camarada bater forte sob a minha mão e ouvir a sua respiração desacelerar lentamente. Um arrepio correu pelo meu corpo, deliciosamente, enquanto ele roçava suavemente a ponta de seus dedos pela minha nuca. Eu me acomodei ainda mais ao seu redor. O sexo era maravilhoso isso é verdade, mas o pós era inacreditável. Não importa se tivéssemos o sexo mais selvagem ou o amor mais apaixonante, Dimitri sempre me abraçava e me mantinha perto até nós dormirmos. Eu estava quase lá.

— Roza? – Ele sussurrou, puxando a minha consciência quase adormecida.

— Huh? – Acariciei o peitoral dele, talvez um jeito de me ajudar a continuar acordada. Porque depois de como meu corpo tinha sido assolado de todos os hormônios mais deliciosos, eu só conseguia pensar em dormir. Eu podia sentir, no entanto, meu camarada me observar e suspirar.

— Casa comigo? – Ele falou de repente. Sua voz saiu tão suave, mas ao mesmo tempo rouca e decidida. Eu não tinha certeza se eu tinha ouvido o que ele tinha dito, a minha sonolência me deixou confusa.

— O que você disse? – Perguntei, minha cabeça e meu coração diziam que eu tinha entendido certo, mas eu nos dei o benefício da dúvida. Apoiei-me contra o peitoral do meu meu Camarada. Queria que ele repetisse olhando em meus olhos, porque eu estava a um passo de me considerar louca.

— Casa comigo? – Ele repetiu com toda a certeza que existia em si.

Eu estava um pouco en choque. De tudo o que tinha acontecido nesse dia, esse pedido era o que eu, definitivamente, não estava esperando acontecer. Na verdade, eu não estava esperando que isso acontecesse nem nos próximos anos. Talvez, daqui uns 3 ou 4 anos, ou depois que eu me formasse. Ter recebido a proposta agora me pegou, além de surpresa, também desprevenida. Ele queria casar? Agora? E sobre namorar por alguns anos? Tudo bem, nós já estávamos juntos há mais de um ano agora, mas eu não esperava que fosse o suficiente para ele já querer noivar. Eu nem ao menos tinha pensado em casamento ainda!

Tudo bem, eu sabia que daqui alguns anos isso aconteceria e, por Deus, eu quero isso, porque eu sabia que Dimitri é o homem com quem eu quero passar o resto da minha vida. O homem com quem eu quero compartilhar todas as minhas vitórias, todos os momentos mais felizes e também os momentos difíceis. Era ele, sempre será ele. Ao mesmo tempo que eu pensei que um dos dias mais importantes do nosso relacionamento não deveria ser na mesma data que nos machucava tanto. Mesmo que, eventualmente, nossas dores fossem mascaradas pelo tempo, parecia estranho substituir a data triste por algo tão incrível quanto um noivado. Eu respeitava demais o nosso passado para dizer sim. Eu estava morrendo por ter que dizer não.

Não por eu não querer, porque eu quero. Deus sabe o quanto eu quero, mas eu não acho justo e nem certo que ele enterre e substitua uma data que nós sempre viveremos um luto. Hoje sempre vai ser um dia pelo qual Dimitri vai sofrer por ter perdido seu primogênito. Não importa quantos anos passassem. Honestamente, não me parecia certo. Nem conosco e nem com o nosso passado. Não parecia certo comemorar um noivado quando, anos atrás, nós estávamos chorando pela morte de pessoas que amávamos tanto. Talvez, em vinte anos, isso seja algo totalmente ridículo, mas agora, eu não consegui dizer que sim.

Dimitri percebeu quando eu hesitei. Entendo que ele agiu no calor do momento. Entendo que ele tenha aceitado tanto a minha proposta de se entregar à mim de corpo e alma, e uma coisa levou a outra. Ele acabou entendendo também. Isso era o que fazia o nosso relacionamento tão perfeito, nós nos entendemos apenas com um olhar, um segundo a mais de silêncio, um sorriso... Seja o que fosse, nós nos entendemos perfeitamente. Meu camarada me deu um pequeno sorriso, sua mão veio para a minha nuca, embrenhando-se em meus cabelos. Eu me inclinei para beijá-lo, não um beijo completo, mas pequenos e suaves selinhos. Acariciei o rosto dele, Dimitri fechou os olhos, absorvendo a carícia e muito provavelmente, absorvendo a resposta pela qual ele não esperava que eu fosse dar. Nem eu mesma esperava por isso.

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