Capítulo 16

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— Senhor Ivanovich, licença. – Abri lentamente a porta da sala do meu professor.

— Sim, senhorita Hathaway? – Ele me olhou sobre os óculos de grau.

Eu adorava meu professor de patologia fisiológica, ele nos tratava como médicos – sendo que mal estávamos perto disso ainda – e o mais educado que a maioria dos meus outros professores. Isso fazia com que nós gostássemos de estudar a matéria dele e me deixou mais aliviada quando eu abri a minha mochila para começar a aula e percebi a burrada que eu fiz. Eu havia esquecido meu caderno de anotações na casa do Dimitri. Terminei de estudar tarde, eu preferi namorar um pouco antes de começar a estudar e isso fez com que Dimitri fosse dormir antes de mim e eu devo ter deixado meu caderno de anotações cair e não percebi. Eu estava mais preocupada em garantir as poucas horas de sono que me restaram e a conchinha perfeita do meu Camarada.

O dia anterior tinha sido corrido, minha aula acabou relativamente mais tarde que o normal, eu ainda tinha farmacologia e patologia fisiológica para estudar e eu ainda precisei organizar uma playlist para o Eddie aprender as músicas ainda durante o dia de ontem, porque nós ensaiaríamos tudo hoje e rezar para funcionar no dia seguinte, no feriado do dia do trabalho. Sonya realmente não havia nos dado uma janela suficiente para nos preparar, sobrando apenas dois dias e quase quarenta músicas para nós fazermos funcionar. Conversando com o Eddie, nós concordamos que eu poderia fazer, pelo menos, uma dezena delas só voz e teclado quando a noite chegasse e pedisse por um momento extra de calmaria antes de irmos embora. Eu tinha um repertório pronto mais extenso do que o tempo disponível que nós tínhamos para ensaiar e preparar tudo.

A correria do dia anterior me deixou morta e eu só esperava poder descansar um pouco hoje para ir assistir o desfile do Dia do Trabalho – que eu soube que a família do Dimitri geralmente assistia, porque Paul sempre desfilava pela escola dele. – durante a manhã, almoçar, tomar um banho e me arrumar para a apresentação no bar da Sonya. Vika havia bombardeado o nosso grupo com fotos do lugar para a Mia já programar a minha maquiagem e eu prometi ter uma roupa pronta que é claro, eu não tinha, mas ninguém precisava saber. O fato de a temperatura estar subindo acima do normal ajudava com que eu finalmente tirasse as minhas roupas de verão do armário. E por ser fã do calor, eu tinha muito mais opções de roupa do que para o inverno.

— Me desculpe, senhor, mas eu esqueci o meu caderno de anotações para a segunda metade da aula, tudo bem se eu me ausentar por dois minutos? Meu... Amigo está trazendo para mim. – Dei um pequeno sorriso gentil, esperando que isso pudesse diminuir um pouco do sermão que ele poderia me dar.

— Tudo bem. – Ele olhou no relógio de pulso. — Nós vamos voltar em 10 minutos.

— Obrigada, senhor. – Sorri empolgada, era por isso que eu adorava esse professor. Nós, carinhosa – e secretamente – o chamávamos de avô, porque ele já tinha uma idade avançada e ele era sempre tão atencioso e compreensivo que fazia os outros professores dessa universidade parecerem o diabo.

Claro que o fato dele ser legal com o meu grupo não diminuía o fato de que, ainda assim, nós tínhamos que estudar muito, porque ele não nos passaria na matéria se achasse que nós não merecíamos. E era por isso que nós tínhamos um pequeno intervalo para respirar e nos preparar para o que vinha a seguir. A aula dele começava sempre pontualmente às oito horas da manhã e acabada quase ao meio dia. A primeira metade da aula consistia em uma prova dissertativa onde nós todos tínhamos a certeza que o tanto que estudamos não valia de nada e logo, não sabíamos nada sobre a matéria e o tema da aula. A segunda metade da aula era a que realmente valia o esforço, quando nós debatíamos o assunto e percebíamos que, de alguma forma, nós até tínhamos o conhecimento, mas precisávamos de ajuda para desenvolver e entender. E meu caderno era extremamente importante para esse momento da aula.

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