Sabe qual o maior problema na vida de uma mulher? Descobrir que roupa ela vai usar e se é pertinente à ocasião.
Não que eu fosse dessas mulheres que se importava tanto. Eu tinha a Mia e a Vika que adoravam dar opinião sobre o que eu deveria vestir. Basicamente, eu era a boneca delas, que teria uma roupa selecionada e maquiagem preparada, mas isso era restrito para o trabalho. Agora não era sobre trabalho, mas ainda assim eu não sabia o que fazer. Ir de jeans e tênis parecia simples demais, vestido e salto alto ousado demais. Suspirei, acho que aquele vestidinho cinza de verão com as alcinhas finas e um pouco justo no meu corpo ficaria perfeito para o jantar. É uma pena que ele estivesse no hostel.
— Qual o problema? – Dimitri se aproximou, observando a minha luta com as minhas opções de roupa limitadas entre a minha coluna de gavetas e as penduradas em cabides.
Eu tinha entrado no banho antes dele para lavar o meu cabelo e relaxar um pouco. Nossa diversão da madrugada anterior diminuiu nosso tempo para dormir antes de ir ao Vkus para eu ensaiar. Isso rendeu uma soneca deliciosa durante a tarde depois do almoço. Dimitri arrumou o sofá-cama e as janelas abertas fez a brisa morna circular pelo apartamento. Nós nos abraçamos e dormimos quando não tinha passado nem vinte minutos de Nasce uma Estrela, o filme da Lady Gaga, rolando na Netflix.
Nós acordamos quando o filme estava terminando de rolar os créditos e o despertador do meu Camarada iria tocar em menos de três minutos. Nós usamos esses minutinhos para trocar um beijo apaixonado e Dimitri me mandou para o banho enquanto ele arrumava a bagunça que fizemos na sala de estar. Tomei meu banho em paz sabendo que nós tínhamos tempo de sobra para nos arrumar, namorar e buscar a minha mãe no hotel até descobrir que eu não tinha nada decente para vestir. Dimitri conseguiu tomar banho e estar pronto antes de mim.
— Eu não tenho nada para vestir. – Reclamei ainda revirando as gavetas e vendo algumas das minhas roupas penduradas em cabides.
— Você sabe que é só um jantar na casa da minha mãe, não é?! – Meu russo sentou na cama e ficou me assistindo. Provavelmente, para ver a minha bunda empinada coberta apenas pela toalha de banho.
— Sei. – Respondi quase mal humorada por não saber o que usar.
— Você já foi em tantos jantares na casa da minha mãe, você sabe que é simples. – O russo respondeu com calma e eu quase quis tacar algo nele. — Outra coisa, não tem porque se arrumar toda. Você conquistou a minha mãe antes mesmo de conquistar a mim.
— O problema não é sua mãe, Camarada, o problema é a Vika. – Murmurei, o sentimento misturado entre frustração e irritação. Merda, eu odiava a TPM!
— Não deixe a minha irmã entrar na sua cabeça. – Ele se aproximou e acariciou meus braços, depositando um beijo no topo da minha cabeça. — Vai ser um jantar comum e não importa o que você vai usar, sempre estará perfeita.
— Você diz isso porque gosta de mim. – Murmurei, tentando conter o quanto eu estava frustrada.
— Digo isso porque é a verdade. – Ele me girou em seus braços e me segurou pela cintura. Procurou pelo meu olhar enquanto eu ainda lutava contra a minha TPM e a confusão do misto de sentimentos inoportunos e inúteis dentro de mim. — E eu amo você.
— Eu também amo você. – Sussurrei e abracei o meu russo, sucumbindo à minha carência.
Dimitri acariciou a minha coluna e beijou novamente meus cabelos molhados. Era tão bom poder estar assim com ele, saber que nosso relacionamento era mais do que sexo, embora este também fosse maravilhoso. Saber que eu podia contar com ele para tudo, até para me confortar com algo tão idiota quanto não saber o que vestir para ir a casa da mãe dele, era um conforto e uma dor extra para o meu coração. Eu nunca encontraria outro homem perfeito como o Dimitri em toda a minha vida. Não acredito que exista dois homens como ele e não acredito que eu tenha tanta sorte ou mereça tanto assim. Mesmo se existir esse outro homem, nunca seria o meu Camarada, ele nunca teria todo o meu coração e a minha alma como Dimitri tem.
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Love on the Brain
FanfictionRose era apenas uma imigrante misteriosa sentada, diariamente, na mesma mesa do café com sua bebida fumegante à esfriar. O único pedido do dia que durava, no mínimo, 6 horas. Seu rosto sereno enquanto digitava no computador e no final da tarde, abri...