Capítulo 19

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POV Dimitri Belikov

— Nós vamos para onde? – Perguntei uma segunda vez. Eu já havia entendido a informação, mas eu precisava ter certeza se eu não havia enlouquecido. Eu esperava estar errado.

— À praia, Camarada! – Ela sorriu, empolgada com o novo passeio que eu, realmente, não queria fazer.

Não era nem seis horas da manhã quando nós entramos no Vkus. Esse tinha sido nosso novo horário de domingo para Rose ensaiar suas novas músicas, uma vez que Adrian havia cancelado o nosso aluguel do teclado depois que eu decidi levar o piano para o restaurante. Eu estava começando a pensar seriamente em levar o piano de volta para a minha casa e alugar outro para o Vkus. Acordar tão sendo em um domingo, depois de trabalhar até tão tarde no sábado, vinha acabando com Rose e eu.

Nós acordávamos super cedo, tomávamos um café extra forte e eu vinha com ela para abrir o restaurante. Minha morena tinha quase três horas de ensaio e isso fez com que melhorasse um pouco sua técnica e sua lista de músicas ensaiadas havia se alongado ainda mais. Eu até que vinha curtindo as músicas dela também, era impossível não gostar se agora, no meu apartamento, quando ela não estava cantando pelos cantos, alguma música estava tocando na JBL. Era impossível não gostar, não era como se eu tivesse uma opção também.

Rose e eu, praticamente, morávamos juntos. Ela já tinha um lado próprio em meu armário. Seus produtos de higiene dividiam espaço com os meus no banheiro. Eu estava ciente que logo ela iria ter problemas no hostel da faculdade, porque a morena dormia por lá uma vez por semana ou menos. Não posso negar que essa era a pior noite da minha semana. Acordar com Rose ao meu lado era a melhor coisa que poderia me acontecer. Era revigorante acordar com seu perfume ao meu redor, seus sorrisos doce, alguns pequenos beijos. Até mesmo não me incomodava em acordar com os cabelos dela pelo meu rosto, o cheiro de flores era o melhor aroma para se começar o dia.

Nossa vida sexual, no entanto, não era tão agitada. Não porque nós não queríamos, Rose tem um fogo insaciável e ouso dizer que eu não me canso nem um segundo de tentar aplacá-lo, mas nossa vida corrida, acaba atrapalhando tudo. Nossos amassos acabam se resumindo apenas a amassos e mesmo que estejamos juntos a quase quatro meses, nós ainda não conseguimos ter tantas noites de sexo quanto gostaríamos. Rose está sempre correndo com os estudos, suas provas intermináveis e, logo depois seus exames, o trabalho no Vkus, agora o trabalho na Datcha. Eu jamais a atrapalharia, muito pelo contrário.

Rose estava sempre estudando e quando o final do semestre chegou, as coisas ficaram ainda mais complicadas. Cheguei até mesmo a comprar uma mesa de estudos para ela e a instalei na sala à pedido da morena. Assim, ela poderia continuar estudando enquanto eu dormia. Muitas noites, eu acordava durante a madrugada e ela ainda estava lá, lendo seus livros e absorvendo o máximo de matéria possível. Eu até a chamava para cama, mas ela sempre me lançava aquele sorriso cansado e cheio de gratidão, um beijo doce e um "volta para cama, Camarada, eu ainda tenho mais vinte páginas para ler".

Isso fez o ritmo da casa mudar, Rose tinha uma cópia da chave, então se ela não quisesse ir estudar no Brew's, ela poderia vir para cá. Eu sempre fazia questão de fazer o jantar e deixar um lanche e café para a madrugada prontos para ela. Cozinhar o jantar, eram as horas que ela tirava para mim também, nós dividíamos a tarefa de fazer a refeição, conversávamos sobre o dia e a semana, jantávamos, namorávamos um pouco e depois a morena seguia madrugada adentro nos estudos.

Algumas noites, eu até a acompanhei por algumas horas. Ela sentada à mesa estudando e eu, no sofá, fingindo ler um livro. Quando, na realidade, eu estava observando o quão perfeita ela é e o quão sortudo eu sou por tê-la em minha vida. Mesmo que eu adorasse ficar ali, observando a minha Roza, eu também não ficava muito tempo, não depois do dia que ela simplesmente levantou da cadeira e aninhou-se ao meu lado. Eu a abracei e dei um pequeno beijo no topo de sua cabeça, achava que ela só precisava de alguns minutos de intervalo para relaxar e eu estava mais do que feliz por ter ficado acordado até tão tarde para dar algum conforto à ela. Com seu sorriso perfeito e segurando meu rosto com delicadeza, ela sussurrou um "Camarada, eu sei que eu estou ausente e, meu Deus, eu queria muito estar na cama com você agora, mas eu preciso fechar esses exames e eu não consigo fazer isso quando você está me observando, mas eu prometo que vou te recompensar por tudo o que está fazendo por mim." Nós tivemos a notícia boa de que ela conseguiu passar em seus exames com nota máxima, até mesmo bioquímica que ela não tinha fechado no semestre anterior, ela vencera esse obstáculo semanas antes.

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