Capítulo 20

1K 85 95
                                    

Eu odiava aeroportos da mesma forma que eu não suportava ser paciente em um hospital. Bem, eu só gostava de aeroportos se eu fosse a passageira e estivesse indo para Santorini com uma mala cheia de biquinis e lingeries que eu estrearia na companhia do meu russo. Esse não era o caso, no entanto. Dimitri e eu estávamos aguardando o desembarque da minha mãe em Omsk e depois ainda teríamos uma viagem de carro de quase 6 horas até Baia. Se eu fosse muito sortuda, minha mãe estaria muito cansada de sua jornada de 45 horas de viagem, incluindo voos e conexões e dormiria o caminho inteiro de Omsk até Baia e eu poderia fingir por mais 6 horas que aquilo era só um pesadelo.

— Você precisa relaxar. – Dimitri esfregou as mãos nos meus braços. Eu estava tentando inspirar pelo nariz e expirar pela boca, fazendo um pequeno exercício para a minha crise de pânico. Eu me acomodei mais uma vez contra o corpo dele e o Camarada me abraçou por trás, seus braços uniram nossos corpos naquele conforto e segurança que apenas ele conseguia me transmitir.

— Foi a mesma coisa de dizer para ela que eu estava desesperada para vê-la. – Murmurei e me segurei aos braços do meu Camarada ao meu redor. — Ela não sabe mesmo respeitar meu tempo e meu espaço.

— Ela é sua mãe, Roza. – Ele sussurrou contra o meu ouvido, tão cansado quanto eu dessa mesma conversa. — Sente a sua falta.

— Nunca sentiu, agora ela vem só pra quê? – Suspirei, tentando controlar a minha irritação.

Minha mãe só estava vindo me visitar para ter certeza que eu não estava me matando ou me prostituindo. O que ela não entendia é que, quando eu neguei, em uma das nossas raras ligações, que iria para casa durante o verão é porque eu ainda não estava pronta para reencontrar lembranças do meu passado com Mason por Missoula. Ela era parte do meu passado com o Mase, ainda mais quando ela insistia que ele era o genro perfeito, mesmo que eu o estivesse levando para o caminho errado da bagunça. De qualquer forma, dias depois daquela ligação, veio o aviso que ela me faria uma breve visita. Semanas depois desse aviso, cá estava eu e meu Camarada, esperando a minha mãe na região de desembarque do aeroporto.

— Agora ela vem pra tentar se reaproximar de você. Ao menos, tente, sim? – Dimitri deu um pequeno beijo na minha cabeça. — Sei que não está sendo fácil pra você, mas aposto que não tem sido nada fácil para ela também.

— Ela só precisava ter um pouco mais de paciência. – Resmunguei, mas eu quase entendia a dor da minha mãe. Por mais que ela não fosse tão presente enquanto eu crescia, Janine sabia que quando chegasse do trabalho, eu estaria em casa, sob as vistas dela. Agora? Ela mal conseguia saber se eu ainda estava viva.

— Isso deve ser algo de família então. – Eu podia sentir o sorriso de Dimitri contra o topo da minha cabeça e pelo tom de voz dele.

— Você está dizendo que eu sou impaciente, Dimitri Belikov? – Desvencilhei-me do abraço dele apenas para conseguir olha-lo nos olhos e envolver o corpo dele com os meus braços em um abraço.

— Lembro bem da madrugada anterior... – Meu russo desceu seus lábios sob os meus em um beijo casto, mas que eram cheios de provocações por causa de lembranças da nossa noite anterior. — E se tinha algo que você não teve era paciência.

— Eu estava amarrada! – Como ele acha que eu ia reagir por estar amarrada e sem poder tocá-lo? Cada beijo me deixava ainda mais nervosa e eu tinha estourado todos os níveis que eu jurava ser o meu limite de necessidade dele.

— Saiba que eu ainda tenho grandes planos envolvendo isso de novo. – Seu rosto na altura do meu e seu olhar me desafiando me fez esquentar e regiões do meu corpo pulsar em desejo pela promessa.

— Você realmente gosta de me torturar, não é? – Levei uma mão para acariciar o rosto dele.

— Se te torturar te tira tantos gemidos, oh, sim, eu adoro! – Nosso pequeno momento foi finalizado com um sorriso lindo de vitória do meu russo. Ele tinha me desestabilizado e sabia que eu ia acabar repassando a nossa deliciosa noite anterior uma terceira vez em minha mente. Eu não conseguia deixar de pensar nas coisas que aconteceram e em como eu queria repetir aquilo tudo. Nunca achei que eu fosse gostar de levar uns tapas na cama. Eu tinha uma recordação vívida em como a minha bunda, hoje, doía por ter sido estapeada.

Love on the BrainOnde histórias criam vida. Descubra agora