Capítulo 36

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— Como exatamente você pretende apagar o meu fogo? – Sussurrei, perdendo vergonhosamente a luta contra todo o desejo que estava me corroendo. — Porque assim... Eu tenho muito fogo, Camarada.

— Eu não sou te contar. – Dimitri sussurrou de volta.

Nunca achei que o décimo andar fosse tão longe. Nós estávamos agindo como se nada estivesse acontecendo desde que decidimos sair da piscina. Nem parecia que havia uma proposta maravilhosa para o sexo magnífico. Entrar no elevador tinha rompido aquela bolha de autocontrole que estávamos tentando viver. Não dava mais para ser civilizado e, honestamente, eu não queria e não conseguia mais. Dimitri beijar o meu pescoço e acariciar a minha lombar, não estava ajudando a manter meu cérebro – e corpo – concentrados de que ainda não era hora de arrancar as minhas roupas, arrancar as roupas dele, chupar e cavalgar até o sol nascer. Eu estava pouco me lixando com os boatos de que haviam colocado câmeras nos elevadores. Quem estivesse assistindo, ia ganhar um espetáculo, porque eu não aguentava mais.

Eu desviei um pouco dos lábios do meu camarada em meu pescoço, apenas para atacá-los com os meus. Minhas mãos foram imediatamente para os cabelos dele. Pressionar o meu corpo contra o dele, puxar seus cabelos e mordiscar o lábio inferior dele não estava fazendo efeito nenhum naquela agonizante necessidade por ele. O beijo quase selvagem era o guia principal das minhas mãos e eu o toquei em todos os lugares que eu consegui. Infernos, eu precisava dele nu, eu precisava beijar e lamber cada pecaminoso centímetro dele. Eu precisava agora!

O elevador desacelerando nos avisou que precisávamos reivindicar aquele fio mísero de civilidade que nos restava. Quem nos visse no andar do apartamento do Dimitri e não reparasse na nossa respiração ofegante, jamais imaginaria que eu estava pronta para transar com ele ali mesmo. Com câmera ou sem câmera. Infernos, o jeito que eu estava precisando dele, talvez não me importasse nem se tivesse alguém no elevador conosco. O pingo são e civilizado da minha consciência foi um pouco mais decente que o fogo em mim. Por sorte, Dimitri e eu não encontramos nenhum vizinho até a segurança da porta fechada do apartamento.

Eu achei que pela situação que estávamos no caminho, nós íamos ter orgasmos em todos os cantos daquele apartamento. Começando, apoiada contra o armário de casacos, depois sentada na banqueta da cozinha ou jogada contra o encosto do sofá e terminar a noite na cama. Eu estava errada, no entanto. Aparentemente, o tesão do meu camarada tinha sumido quando nós conseguimos chutar nossos sapatos para longe. Eu estava frustrada por ele ter, praticamente, me ignorado e ido se trancar no banheiro. Nós podíamos ter dividido uma ducha maravilhosa. Nós sempre tínhamos orgasmos deliciosos no chuveiro e, pelo beijo no elevador, eu esperava que hoje pudesse ser um desses dias. Eu estava totalmente enganada e frustrada. Meu fogo recém-reaceso e pronto para queimar o planeta todo estava confuso e decepcionado. Eu estava a ponto de chorar de frustração, mesmo que Dimitri não tivesse levado mais que cinco minutos no chuveiro. E assumo, eu contei cada maldito segundo, porque eu não podia crer que ele tinha me largado por uma ducha. Se ele soubesse que eu estava tão molhada ao ponto de até as minhas coxas estarem úmidas, ele nunca teria me deixado para trás.

Tive força zero para encarar o russo quando ele entrou no quarto. Na raiva, eu estava organizando a minha bagunça no armário, esperando que o tédio calasse a frustração do meu corpo. Estava sendo difícil e com quanto mais raiva eu dobrava as camisetas e jogava para dentro das gavetas, mais próxima eu estava de explodir e brigar com ele. Aquele russo gostoso, com o corpo brilhando da umidade do banho, o cheiro fresco de sabonete e aquela toalha enrolada estava sendo o combustível escorrendo para a minha fogueira. Quanto mais ele me ignorava – ou eu o ignorava agora –, mais brava eu ficava. Eu ia explodir. Isso se ele na tivesse me agarrado, segurando as minhas mãos contra a gaveta que eu tinha acabado de quase quebrar ao tentar liberar um pouco de raiva na minha força ao fechá-la.

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