3

1.1K 108 154
                                    

— Calma que a dor já vai passar! — acariciou o pelo dele toda carinhosa.

Ela preparou a medicação necessária para que ele não sentisse dor e imobilizou a pata com cuidado. Inês olhou no relógio e passou a mão na testa suada e ao se levantar sentiu uma tontura forte junto a vontade de vomitar, segurou na parede com a mão, mas tudo foi ficando escuro com ela tendo tempo apenas de segurar a barriga caindo no feno.

***

A mão foi ao rosto e o gosto amargo na boca foi sentido com ela fazendo cara feia, sentiu novamente o enjoo, mas só teve tempo de se virar para o lado, mas com o movimento quase foi ao chão já que estava em uma cama de hospital. Os olhos se abriram e ela olhou aquela alma bondosa que a salvava de um tombo feio e rapidamente se lembrou do último momento em que esteve lúcida e olhou para baixo.

— Fique calma que sua filha está bem! — a voz era forte a deitando melhor na cama.

— Eu desmaiei...

— Meu empregado te encontrou no chão desacordada e chamou uma ambulância com medo de te mover. — pegou água para ela e voltou a se aproximar. — Você não deveria estar trabalhando desse modo.

— Eu só não me alimentei bem já que seu cavalo torceu a pata! — alfinetou depois de beber a água.

— Primeiro os deveres como a mulher grávida que é e depois o trabalho! — foi firme caminhando para o outro lado por conta do vômito. — Se fosse seu marido jamais deixaria que ficasse andando por aí sozinha...

— Ainda bem que não tenho um marido tão rabugento e machista como você! — o retrucou sentando na cama.

Ele a olhou com uma cara bem feia porque somente estava ali para ajudar e ela o destratava daquela maneira? Era uma mal agradecida e ele um idiota por esperar que ela acordasse para poder ir embora.

— Bem se vê como você agradece quem te ajuda num momento como o que passou! — se preparou para ir embora.

— Isso se chama empatia pelo ser humano, mas vejo que desconhece essa palavra já que está me cobrando agradecimento! — tirou as pernas para fora da cama porque queria fazer xixi. — Agradeço que tenha me ajudado, mas já pode ir!

A cama era alta e ele previu que ela iria se machucar e se aproximou a segurando em seus braços fazendo com que seus olhos se encontrassem e ela pode perceber o quanto era lindo. As mãos seguraram no braço dele e ela sentiu o quanto ele era forte, as mãos desceram numa carícia sem intenção, mas que a fez senti-lo quente dentro daquela camisa e ela só voltou a si quando ouviu a voz dele.

— Pelo amor de Deus, mulher! — a soltou com cuidado e ela fixou os pés no chão. — Se não gosta do que falo é melhor que mude seu modo de andar, de dançar e cuide para que sua filha não nasça prematura como o médico avisou! — bufou por ter que ficar ensinando a ela como se portar.

Inês se afastou um pouco mais dele e seus olhos de fúria se encheram de preocupação porque Amorinha era tudo de mais sagrado em sua vida.

— A minha filha corre perigo? — quase perdeu o ar nas poucas palavras.

— Se continuar a se arriscar como anda fazendo as coisas vão se complicar para vocês e tenho certeza que você é esperta o bastante para entender!

Inês concordou com a cabeça segurando para não chorar e se recordando do que iria fazer, ela caminhou para o banheiro dando a ele a visão de seu bumbum numa calcinha modesta, mas que deixava a imaginação fluir e ele não pode deixar de rir com o quanto ela era estabanada. Era pouca as vezes que ele se encontrava rindo de coisas bobas, mas em apenas um dia de conhecê-la já tinha deixado o sorriso transbordar em seu rosto por duas vezes.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora