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— O que aconteceu? — conhecia muito bem sua melhor amiga.

Dulce nunca foi boa com segredos e não seria naquele momento em que queria gritar sua raiva, quebrar algumas coisas ou até mesmo agredir Matias e Lia, mas não podia e se conter a fazia quase que passar mal.

— Eu só peguei seu pai beijando a sua mãe.

Inês de imediato arregalou os olhos com suas palavras, só poderia ser uma brincadeira de mal gosto o pai estar aos beijos com a mãe. Se realmente o tivesse feito, não o defenderia e o mandaria se afastar de sua amiga para sempre, Dulce não merecia ter seu coração quebrado daquela maneira.

— Tem certeza disso, amiga? — Inês se arrumou melhor na cama para conversarem.

— Eu vi e Amora até gritou indignada assim como eu. — suspirou chateada e Inês quis rir do modo como falou, mas não era momento. — Seu pai saiu de fininho para ir até à casa que ela está e quando chego lá estão os dois... — nem conseguiu terminar de falar.

— Isso está muito estranho. — negou-se a acreditar. — O que ele disse?

— Eu não deixei que dissesse nada ou iria matá-lo e você não me perdoaria nunca mais. — se cobriu mais. — Eu não quero mais falar sobre isso, daqui a pouco eu vou embora para minha casa.

Inês segurou sua mão a trazendo para mais perto de seu corpo, a amava tanto e não gostava de vê-la com o rosto tão triste.

— Não vai embora sem conversar com ele e entender o que aconteceu. — Inês pediu para a amiga. — As coisas não devem ser assim tão ruim. — tentou ser positiva.

— Inês, eu sei que ela é a sua mãe, mas eu a odeio. — não queria ter esses sentimentos contra a mais velha, mas Lia não merecia nada bom vindo dela.

— Eu também já a odiei muito. — acariciava seus cabelos. — Tenta dormir um pouco, te dou o dia livre do trabalho. — brincou.

— Eu não iria mesmo. — riu. — Obrigada por me ouvir e não defender seu pai.

— Eu te amo muito, não se esquece tá?

Dulce concordou com a cabeça e Inês achou melhor deixá-la dormir um pouco, foi para o quarto da filha e a fez mamar no outro seio, a deixando completamente aliviada. Trinta minutos depois, ela estava parada na frente do pai, não precisou dizer nada para que ele começasse a se explicar.

— Filha, foi a sua mãe que me beijou. — Matias iniciou sua defesa. — Eu fui pego totalmente desprevenido e a Dulce apareceu, parece até aquelas cenas de novela. — estava nervoso.

— Desprevenido? — Inês cruzou os braços. — O senhor não tem mais idade para isso.

— Justamente. — concordou. — Estávamos conversando com ela porque não se alimentou direito, aí ela me disse que ainda me amava e me beijou, foi muito rápido e a Dulce apareceu. — passou a mão no cabelo. — Dulce não me deixou nem explicar.

— Ela quer te matar. — o advertiu. — Dulce não fica quieta assim e o senhor sabe.

— Eu a amo, minha filha. — segurou sua mão. — Eu nunca a magoaria desse jeito, sua mãe que é uma inconsequente e vive magoando as pessoas.

Inês suspirou porque era a verdade. Lia não conseguia fazer nada certo e estava na hora de conversarem seriamente.

— Eu acredito no senhor, mas não vou te ajudar a resolver esse problema. — tocou seu rosto. — Ela é minha melhor amiga e não quero que a raiva dela vire contra mim. — acariciava seu rosto.

— Não se preocupe que eu vou resolver. — a trouxe para seus braços e beijou seus cabelos. — Obrigada por acreditar em mim.

— Eu conheço muito bem a senhora que está ocupando aquela casa. — o soltou. — Cadê Victoriano?

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora