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NO HOTEL...

Depois de um banho demorado, Matias saiu do banheiro secando os cabelos e olhou para Lia que estava sentada na cama a espera dele que havia chegado e se quer falado com ela depois de ter passado a noite inteira fora. Ele estava diferente e ela pode perceber assim que passou pela porta, não gostou do que viu e sentiu que estava perdendo o controle sobre ele desde que viram Inês, respirou fundo e por fim recebeu o olhar dele.

— Sabe que essa é uma ótima cidade pra se morar?! — comentou e foi até a mala pegar uma roupa. — Eu me sinto tão bem aqui, tão vivo!

— Não tive tempo de sair por aí igual a você! — retrucou.

— Claro que não teve tempo! — a olhou. — Vive lambendo o chão que seu queridinho pisa!

Lia mexeu em seu relógio e respirou fundo porque em sua percepção achava estar certa, Vicente precisava de alguém a seu lado que o apoiasse para fazer a coisa certa e ela era essa pessoa. Ela queria que todos entendessem seu ponto de vista e dessem uma pequena chance a Vicente de fazer a coisa certa tanto por Inês como para a filha que tinham juntos, mas era tão incompreendida quanto ele.

— Esteve dormindo na casa da sua filha ou devo me preocupar?

Matias sorriu com desdém fechando sua calça.

— E você esteve toda a noite aqui no quarto ou passou com Vicente?

Podia-se ver o horror em seu rosto e ela se levantou de imediato dando dois passos para frente e logo girou em seus calcanhares o encarando novamente.

— O que está insinuando?

— O que vejo e sinto! — não tirou os olhos dela.

— Não ouse me ofender! — apontou o dedo para ele.

— Lia, eu sei que nosso casamento não é dos melhores há muito tempo e que estamos empurrando com a barriga a mais tempo ainda, mas eu jamais pensei que...

— Cale a boca Matias! — o cortou com um grito. — Não vou permitir que fale tamanha barbaridade sobre mim. Ele é o pai da minha neta e nada mais! — moveu a cabeça em negação. — Que tipo de monstro me pinta para pensar que eu poderia fazer isso com minha própria filha?

— O que mais poderia pensar de uma pessoa que prefere defender um canalha ao invés da filha? — a voz não se alterou, mas o incômodo em seu rosto seguia ali por iniciar aquele assunto.

— Ele está arrependido do que fez e eu sou a única pessoa que o compreendeu, mas me acusar de adultério eu não irei permitir! — negou com o dedo. — Vicente é um bom homem e só quer o perdão da nossa filha para poder viver com ela e nossa neta!

— Abre o olho! — gritou por fim. — Não percebe que o defendendo está afastando a nossa filha? Você está cega por esse homem e eu não vou continuar aqui para ver você se afundar!

— O que quer dizer com isso?

— Que irei embora amanhã mesmo e se quiser continuar a ser minha esposa, você vai comigo!

— Eu se quer conheci minha neta! — se negou.

— Por culpa sua mesmo! — acusou. — Continue ao lado de Vicente que você vai perder tudo e eu não estou jogando conversa fora! — caminhou até ela. — Você decide ou sua família ou aquele crápula?!

— Você não pode estar falando sério! — a voz falhou.

— Você está avisada! — virou as costas para terminar de se arrumar e ouviram batidas na porta.

Lia sabia perfeitamente que poderia ser e se encaminhou até a porta e a abriu encontrando um Vicente nervoso.

— Eu a encontrei e nos beijamos! — falou logo sem dar chance a ela de dizer que o esposo estava ali. — Eu senti que posso ter esperanças, mas brigamos também!

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora