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— Quando está com essa cara é porque a coisa não é boa!

Ele suspirou porque ela tinha razão.

— E não é! — foi sincero. — Acho melhor você saber que sua mãe está ajudando Vicente no processo para poder ter amora ao lado dele...

Os olhos de Inês faltaram saltar por sua face ao ouvir as palavras do pai. Não era possível que sua mãe estivesse fazendo tamanha barbaridade sem pensar nas consequências de seus atos. Levantou-se sem conseguir ficar sentada e caminhou pela sala com a mão no rosto, queria chorar, queria sair correndo para encontrar a mãe e perguntar o porquê de insistir em magoá-la daquela forma.

Matias ficou de pé e a parou, sabia que contar o que sabia era minar ainda mais o relacionamento de ambas, mas não podia deixar sua filha ser pega de surpresa com um oficial de justiça batendo em sua porta. Inês o olhou nos olhos e ele a trouxe para seus braços num forte abraço que foi completamente correspondido, não precisavam falar muito e ele apenas a afagou em seus braços por longos minutos.

— Por que ela está fazendo isso comigo? — seus olhos ardiam por chorar, mas ela se controlava.

— Eu não sei! — suspirou com a mesma frustração que ela. — Eu descobri por acaso quando fui buscar uns documentos que haviam ficado na casa e lá estava uma notificação para ela comparecer ao fórum como testemunha.

Inês se soltou dele imediatamente, passou a mão que tremia pelo cabelo e se afastou.

— Como ela pode servir de testemunha se eu nem sequer fui notificada?

— Eu não faço ideia de como eles estão conduzindo as coisas! — sentou novamente. — Eu adiantei a minha viagem para te contar e não ser pega de surpresa!

— Se esse maldito pensa que vai tirar a minha filha, ele está muito enganado! — bufou. — Amanhã mesmo eu vou falar com um advogado e ele vai se arrepender de ter nascido! — sentenciou.

Matias não queria que as coisas fossem daquele modo, mas nem Vicente e muito menos Lia estavam de modo a resolver as coisas bem. Inês sentia vontade de chorar mais não o fez e olhou a figura de Victoriano descendo as escadas.

— Eu coloco o meu dinheiro a sua disposição para contratar os melhores advogados dessa cidade!

— Advogado para quê? — Victoriano questionou.

Ele se aproximou e Inês se agarrou nele, sentia-se segura em seus braços e sabia que ele também não permitiria que Vicente ou qualquer outra pessoa ousasse tirar sua filha.

— Vicente quer tirar a minha filha! — o respondeu sentindo seu corpo estremecer de medo. — Aquele maldito!

Victoriano no mesmo momento a fez se afastar para ter certeza de que não se tratava de uma brincadeira e de péssimo gosto, Inês por fim deixou as grossas lágrimas rolarem por seu rosto.

— Está brincando né? — ela negou com a cabeça. — Quem esse imbecil pensa que é? — falou com ódio.

— Um cretino que depois de tudo se acha no direito de ter a minha filha! — secou o rosto.

— Pois ele que vá cantar em outra freguesia porque aqui não tem nada para ele! — passou a mão no bigode. — Ninguém vai tirar a nossa filha! — a trouxe novamente para seus braços.

Victoriano sentiu seu coração acelerar com as palavras de seu amor e não iria permitir de maneira nenhuma que ele chegasse perto de Amora, mesmo que ele fosse o pai.

— Eu estou com tanto medo! — o agarrou forte.

Matias que ainda se mantinha sentado, sorriu por um momento os vendo juntos. Ele sabia que a filha estava com um homem maravilhoso e nada iria acontecer nem com ela e muito menos com sua neta.

— Não se preocupe que agora mesmo eu vou ligar pro meu advogado e amanhã na primeira hora saberemos o que esse infeliz está aprontando. — beijou seus cabelos. — Ninguém nesse mundo vai tirar a nossa filha!

Era tão normal chamá-la assim que nem percebia quando o fazia, Amora era sua filha sim e ninguém iria dizer o contrário.

— É ótimo saber que minha neta vai crescer do lado de um pai de verdade! — ficou de pé. — Minha filha, eu sei que pôde parecer besteira dizer isso, mas se acalme que faremos tudo e mais um pouco para mantê-los longe de Amora. — acariciou o braço dela. — Você não está mais sozinha.

— Não está mesmo! — Victoriano afagou os cabelos dela para que não perdesse o controle. — O que sabe Matias?

Matias contou-lhes tudo que sabia e o que procurou saber do processo, mas não era muito e depois de alguns minutos de conversa, Victoriano se retirou para o escritório. Era tarde para estar ligando para alguém, mas não deixaria para o dia seguinte.

— Minha filha, eu preciso descansar um pouco se não for incômodo! — estava cansado da viagem longa mesmo tendo descansado pela tarde. — Eu queria ficar aqui agarrado em você para resolver as coisas, mas sei que hoje não podemos fazer mais nada.

Inês sorriu por um momento com o jeito de seu pai, ele era maravilhoso e o amava tanto que não conseguia entender as atitudes de sua própria mãe.

— Vem que eu vou te levar para o quarto! — ficou de pé.

Eles subiram em completo silêncio e ela mostrou o quarto a ele se certificando de que estava tudo certo para ele se acomodar e ter uma noite tranquila de sono. Matias a agarrou em seus braços a fazendo sorrir, amava estar assim grudada nele e ele nela.

— Descansa e amanhã resolvemos tudo! — beijou sua testa. — Te amo filha.

— Eu também te amo papai! — deu um sorriso fraco e saiu do quarto.

Se Inês pudesse ir direto para o quarto de sua filha, iria, mas sabia que não deveria conturbar o sono da pequena já que estava tão angustiada. Entrou no quarto de Victoriano e foi logo arrancando as roupas, se enfiou debaixo d'água querendo esquecer que um dia gostou daquele homem e pior ainda, queria esquecer que era sua mãe quem o ajudava.

Inês se perdeu ali por um longo tempo em suas aflições, queria resolver tudo logo mais precisaria de calma ou enlouqueceria com tantos pensamentos negativos. Ela respirou profundamente e se assustou ao ser agarrada por trás, virou o rosto rapidamente e encontrou os olhos de seu amor que sorria levemente.

— Não foi minha intenção te assustar! — beijou sua bochecha. — Você está aqui há tempo suficiente para eu me preocupar!

— Me desculpe! — deitou a cabeça em seu peito.

— Não precisa se desculpar! — a olhava intensamente. — Termina o banho e vamos para cama!

— Me beija... — virou o corpo lentamente.

Victoriano sorriu e a trouxe para seus braços, beijou com calma querendo que ela se desligasse um pouco dos problemas, mesmo sendo difícil. Inês o agarrou pelo pescoço e o acariciou juntando mais ainda seus corpos, sentia que o mundo ficava mais fácil ali com ele e quando o ar faltou, eles se afastaram sorrindo.

— Eu te amo Inês!

Oieee amores, boa noite e uma ótima leitura!!!

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Oieee amores, boa noite e uma ótima leitura!!!

Lia vai se dar muito mal em... Quero nem ver!! 🙈

E receber um Eu te amo nesse momento é tudo em meninas!!!

Beijos e até o próximo!!

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora