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— Você é minha melhor amiga e eu não sei mentir... — falou com desespero.

— O que aconteceu entre você e o meu pai?

Dulce suou frio com a pergunta de sua amiga, tinha tanto medo de ter estragado tudo por um beijo que sua garganta secou a fazendo respirar com dificuldade. Inês sabia que algo havia passado somente pelo modo como ela a olhava, mas não diria nada até que resolvesse contar.

Foram minutos de completo silêncio até que ela se moveu para levantar, mas não conseguiu e voltando seus olhos ao de sua melhora amiga, disse:

— Eu juro que nunca aconteceu nada entre nós! — tinha tanta dificuldade para falar.

— Se não aconteceu por que está tão nervosa? — quase não piscava a encarando.

— Inês, não me olha assim que você me deixa nervosa! — conseguiu por fim levantar e caminhou para longe dela. — Nunca aconteceu nada até hoje! — esperou uma reação dela que não veio e ela seguiu falando. — César nos viu abraçados e me acusou de ter mais sentimentos por seu pai do que por ele, brigamos até que ele me deu as costas e foi embora.

Contava-lhe desde o início e assim poderia julgá-la por completo.

— Seu pai me levou embora e no meio do caminho, paramos para conversar sobre o que César dissera e nos beijamos! — fechou os olhos com medo de algo voar em sua cabeça.

Inês ficou de pé no mesmo momento e caminhou para o lado oposto dela, uma mão ia na cintura e a outra segurava seu queixo para não cair com suas palavras. Ela percebeu o clima entre eles, mas um beijo? Um beijo era algo que ela não esperava ouvir e muito menos entre eles.

Olhou para Dulce que já tinha os olhos abertos e esperava por uma resposta, mas o que ela poderia dizer? Sua amiga estava beijando seu pai e isso era muito estranho. Estranho ao ponto de deixá-la sem palavras para expressar o que estava sentindo com a revelação.

Seu pai e sua amiga!

Era somente o que ressoava em sua mente naqueles segundos que estavam presas uma, no olhar da outra.

— Pelo amor de Deus, me diz algo. Me bate, mas não fica em silêncio! — encheu os olhos de lágrimas.

— Você e meu pai... — repetiu e ela concordou com a cabeça. — Quando isso começou?

— Eu não sei, mas eu nunca faltei com respeito a ele e nem ele a minha pessoa! — deixou uma lágrima molhar sua bochecha. — Está decepcionada comigo?

Dulce arriscou se aproximar e ela continuou no mesmo lugar a olhando, não conseguia imaginar os dois juntos.

— O seu silêncio me machuca mais que qualquer coisa! — limpou as lágrimas. — Eu vou embora e espero que um dia me perdoe por beijar o seu pai.

Ela caminhou até a cama, pegou sua bolsa e se dirigiu até a porta. Rezava a Deus para ela dizer algo antes de ela atravessar a porta, mas o silêncio ainda se fazia presente enquanto as lágrimas molhavam seu rosto. Inês a olhava ir em direção a porta e quando ela a abriu sentiu a necessidade de dizer.

— Eu não vou te respeitar como madrasta!

Dulce congelou por alguns segundos, mas logo virou a olhando.

— Você pode beijar o meu pai o quanto quiser, mas eu sou sua melhor amiga e a prioridade aqui sou eu! — falou ciumenta.

— Está falando sério? — chorou mais.

— César não foi o único que percebeu o clima entre vocês! — cruzou os braços. — Deveriam disfarçar melhor! — deu um meio sorriso.

— Como eu iria disfarçar algo que nem sequer me dei conta? — voltou e parou em sua frente. — Você não me odeia?

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora