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— Espero que tenha lavado essa boca com cloro antes de vir aqui. — o abraçou forte e ele riu.

— Pode ter certeza que sim.

Matias a beijou calmamente e de seu coração saia um peso gigante por receber o perdão de seu amor, não queria problemas, não a queria triste e faria o possível para tudo ficar bem.

***

ALGUNS DIAS DEPOIS...

A uma calmaria que gela nosso coração, que nos deixa em alerta mesmo que nada vá acontecer, Inês sentia em seu coração que algo de muito ruim estava por vir, não gostava de se sentir assim e se irritava facilmente com coisas simples do dia a dia. Dividia suas preocupações com Dulce, Victoriano e o pai, mas os dois não a compreendiam como sua amiga, Vicente não compareceu na última visita e isso a deixou ainda mais preocupada, ficou mais tempo de olho em sua mãe e se algo tivesse para acontecer, era ela quem iria contar.

Era sexta a noite quando Inês parou seu carro na garagem, pegou sua bolsa, travou o carro e caminhou pelo gramado. O caminho dava direto a casa em que sua mãe ficava, passaria direto por estar cansada, mas ouviu um copo quebrar no chão e mesmo não querendo, parou frente a sua porta e tocou por duas vezes. Lia demorou um pouco para abrir e ao fazer tinha os cabelos desgrenhados, o vestido amassado e isso a deixou em alerta.

Lia estaria trazendo alguém para a sua casa? — Inês se questionou.

A mais velha ficou com as bochechas coradas por tê-la ali, continuou no mesmo lugar para que ela não entrasse.

— Eu ouvi barulho de coisa quebrando? — Inês, falou. — Está tudo bem?

A mais velha limpou a garganta antes de conseguir responder à filha.

— Está, sim, eu deixei o copo cair sem querer. — tentava soar verdadeira.

— Está sozinha? — não gostava de rodeios e foi direto ao ponto.

— Filha...

— O que está aprontando Lia? — a cortou. — Me diz a verdade! — exigiu.

Lia passou a mão nos cabelos e só então se deu conta de que deveria estar todo bagunçado, abaixou a cabeça e seu vestido não estava diferente, não tinha como negar, estava sim com alguém, mas não sabia como ela reagiria. Lia ergueu o olhar e fixou nos de Inês.

— Não estou sozinha.

— Com quem está? — arrumou a bolsa no ombro. — Você não sai dessa casa, mal te vejo tomando sol e a única pessoa que te visita é... — sentiu seu estomago doer ao imaginar que ela estivesse com seu ex.

Inês recordou a conversa que teve com o pai, meses antes e sem dar chance de ela responder, empurrou a porta e saiu caçando Vicente pelos cômodos, não era grande e ao entrar no quarto deu de cara com Benito deitado na cama, trocava de canal na TV, mas ao vê-la deu um pulo da cama a encarando. A morena sentiu vontade de rir e olhou para Lia que estava mais vermelha que um botão de rosas e não sabia nem o que dizer com o flagra que levou.

— Senhora Inês... — Benito tentou falar.

— Não precisa me explicar nada que eu já entendi. — saiu do mesmo modo que entrou e parou perto da porta, virou e encarou a mãe. — Desde quando?

— Não tem muitos dias, mas eu... — nem sabia como explicar.

— Não tem que me dar tantas explicações, eu só pensei que... — foi interrompida.

— Pensou que estaria com Vicente? — falou logo. — Inês, eu sei que não fiz as coisas certas, mas nunca em minha vida pensei em ter algo com ele. — se aproximou um pouco mais. — Eu queria que estivessem juntos, mas já entendi que aqui é o seu lugar, essas pessoas são a sua família e assim que tiver uma oportunidade, eu irei me desculpar com aquela garota. — se referia a Dulce.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora