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É pessual... Com esse capitulo vocês me matam.

— Não sabe o prazer que vai ser te socar até cansar e depois eu vou te matar. — Vicente sentenciou.

— Pois o faça logo, porque se por ventura você vacilar... — Victoriano o respondeu com dificuldade. — Aproveite o seu momento.

Victoriano o desafiou, poderia até não sair vivo dali, mas antes salvaria seus filhos e os deixaria em segurança.

***

Três dias se passaram.

Três!

Inês não dormia direito, não se alimentava direito e responder a mesma pergunta para os policiais naqueles dias a revoltou. Parecia que todos a culpavam pelo desaparecimento de sua família, Dulce fazia o possível para mantê-la calma e muitas vezes levava uma patada, uma portada na cara, mas respirava fundo a entendendo perfeitamente já que estava se sentindo do mesmo jeito.

As investigações não avançavam. Vicente nunca mais entrou em contato e o número de telefone já havia sido descartado, dificultando assim o trabalho da polícia. A fazenda estava cheia de policiais, interrogaram todos os funcionários por várias vezes, buscaram nas redondezas, na cidade onde Vicente tinha residência, os aeroportos, pedágio, fronteiras estavam todos de sobreaviso para que ele não conseguisse sair do país.

Lia até tentou cuidar, estar perto de Inês, mas ela a repelia, culpava e gritava muitas das vezes que a culpa de tudo isso era dela e com seu coração partido a mais velha se afastava para não deixá-la ainda mais nervosa do que já estava. Por outro lado, Vicente parecia estar no Oasis cada vez que agredia Victoriano e o via se fazer de forte para não gritar, sua barriga exposta tinha vários hematomas dos socos que recebia.

Victoriano seguia aguentando firme por ainda ouvir o choro da filha, sabia que Alejandro estava cuidando dela por ouvir diversas vezes Vicente falar o quanto ele lhe servia para deixar Amora quieta. O fazendeiro já não sabia mais quando era dia ou noite, tentava incansavelmente se soltar das correntes quando estava sozinho, mas seus pulsos estavam muito debilitados e cada vez que fazia força, sentia como se facas fossem enfiadas por todo seu corpo.

***

Era por volta das quatro da tarde. Vicente limpou Victoriano o quanto pode, mas as manchas de sangue já estavam grudadas em seu corpo. Ele segurava a dor, seu rosto estava inchado, seu olho esquerdo já não abria e Vicente sorria com a tortura.

Saiu por um momento, demorou segundos e ao abrir a porta, Alejandro entrou com um prato na mão.

Covardia!

Foi o primeiro que o fazendeiro pensou. Vicente estava maluco, só isso explicaria deixar que seu filho o visse daquele maneira. Alejandro começou a chorar no mesmo instante e correu até o pai sem derrubar o que tinha em suas mãos.

— Pai... — Alejandro choramingou.

— Está tudo bem, meu filho. — tentou sorrir.

—Dê a ele a comida e se despeça porque não o verá mais. — Vicente falou alto o assustando. — Eu vou olhar Amora enquanto isso.

Vicente não estava pensando direito mais, não dormia tranqüilo, estava sozinho ali e isso era o seu pior erro.

— O que ele fez com o senhor? — Alejandro soluçou.

— Não se preocupe comigo, sua irmã está bem? — a voz era fraca e o viu concordar com a cabeça. — Me dá um pouco dessa água. — pediu.

Alejandro deixou o prato no chão, ajudou que ele bebesse e pela cede que tinha quase se engasgou.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora