16

887 82 175
                                    

Inês não teve pressa em chegar a cidade mesmo estando ansiosa para estar frente aos pais e entender o porquê de eles estarem ali e não tê-la respeitado em sua decisão, ela sabia que poderia encontrar com Vicente, mas só tinha uma coisa para ele: Um belo tapa na cara. Ela não teve muito trabalho em achar o hotel e estacionou seu carro próximo, desceu e entrou no mesmo encontrando a recepcionista que já tinha levado seu bichinho para ela tratar e isso lhe daria passe livre ali dentro.

— Bom dia, Inês!

— Bom dia, Luiza! — sorriu como se não estivesse nervosa.

— O que faz por aqui?

— Preciso que me diga qual o quarto dos meus pais e que não avise que estou subindo... — juntou as mãos implorando. — Eu se que a norma do hotel é avisar, mas eu quero fazer uma surpresa para eles que chegaram ontem à noite sem avisar! — com os olhos que fazia era difícil de negar algo para ela.

— Só deixarei que faça por que te conheço! — falou baixinho. — Qual o nome?

— Obrigada! — sorriu. — Matias e Lia Huerta.

Ela buscou no computador e a olhou.

— Terceiro andar quarto 301!

Inês a agradeceu e saiu em direção ao elevador, entrou e respirou fundo ao apertar o andar vendo as portas se fecharem. iria resolver a situação para não ter mais que voltar ali e se fosse preciso ficaria na fazenda até que eles entendessem e fosse embora.

As portas se abriram novamente e ela saiu observando as portas dos quartos até chegar a que a separava de seus pais, respirou profundamente mais uma vez e tocou a campainha por duas vezes sabendo que naquele horário o pai ja estaria acordado. Matias abriu a porta como era o esperado e o rosto que estava emburrado, suavizou no mesmo momento ao ver Inês, os olhos se encheram de lágrimas e ele a puxou para seus braços a abraçando apertado.

Inês sorriu fechando os olhos e se alinhou melhor em seus braços sentindo o amor que tanto lhe fazia falta durante aqueles meses.

— Minha filha! Meu amor! — se afastou beijando seu rosto e Inês sorriu com os olhos cheios de lágrimas. — Vem entra! — a puxou para dentro e ela olhou para a mãe que estava sentada na cama ainda de camisola. — Que bom que veio porque eu já ia atrás de você!

— E eu disse a ele para não perder tempo que você já deveria estar bem longe para fugir dos seus problemas mais uma vez!

Inês sentiu a veia de o pescoço saltar com a raiva que se apossou de seu corpo, não era possível que a mãe estivesse ao lado de Vicente e não do seu, se aproximou um pouco mais deixando a bolsa sobre a cama e a encarou com profunda decepção.

— Qual seu problema? Por que está defendendo aquele idiota que me abandonou? — a voz se elevou em algumas oitavas.

— Não grite comigo que eu ainda sou sua mãe!

— Uma mãe que prefere estar ao lado de um crápula! — Matias fez questão de jogar em sua cara. — Que prefere passar por cima da decisão da própria filha!

— Se ainda pensa assim, não sei o porquê de você ter vindo! — ficou de pé. — Ele viria com ou sem a gente!

— Eu é que não entendo vocês estarem aqui! Eu disse que no momento certo iria dizer onde estava para que conhecessem Amora e vocês passaram por cima de mim e ainda trouxeram aquele homem! — apontou para fora do quarto.

— Como pode dar um nome desse a minha neta? — fez cara de reprovação.

Inês fechou os punhos e os dentes trincaram com suas palavras e ela entendeu que não teria como conversar com ela naquele momento e em nenhum outro, era claro como água que ela já tinha escolhido um lado e não era o seu.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora