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Eles ficaram ali namorando por mais alguns minutos e voltaram para a praça, mas o sorriso lindo que pintava seus lábios se desfez ao ver Lia.

— O que faz aqui? — foi rude.

— Eu... Eu estou doente Inês!

Os olhos automaticamente se encheram de lágrimas e ela deu um passo para trás sendo amparada por Victoriano que a segurou pela cintura. Lia podia ser persona não grata para eles, mas ainda assim continuava sendo sua mãe e ouvir que ela estava doente lhe revirou os sentimentos.

— Lia... — Matias a chamou assim que se aproximou e ela o olhou. — O que está fazendo aqui?

— Não vim falar com você, Matias. — foi rude. — Volte para sua garota.

— Não te quero perturbando nossa filha! — ignorou suas palavras.

— Saia daqui, Matias! — gritou tão forte que começou a tossir sem controle com a mão frente a boca e seu rosto rapidamente ficou totalmente vermelho.

Inês se aproximou rapidamente dela e a segurou. Lia segurou firme em sua mão e tentou respirar como o médico lhe ensinou, mas parecia não funcionar e a tosse era cada vez mais forte.

— Pega água Victoriano! — pediu-lhe e a sentou no banco. — Calma! Respira com calma. — acariciou as costas dela.

Victoriano veio com a água e entregou-lhe que bebeu com calma para não se engasgar, a garganta coçava muito.

— Obrigada! — falou com dificuldade.

— O que tem?

Lia colocou sua máscara antes de respondê-la e Inês se preocupou.

— Inês... — Matias queria protegê-la das mentiras de sua ex-mulher.

— Deixe-a falar, papai. — o cortou.

Lia tomou mais uma lufada de ar e a olhou nos olhos.

— Há alguns dias comecei a me sentir muito mal, não conseguia levantar da cama, mal consegui me alimentar e só conseguir ir ao hospital com a ajuda de Vicente... — Observou o rosto de ela mudar e segurou sua mão para não ir embora. — Eu não estou mentindo. Ele me ajudou porque não tenho mais ninguém por perto...

— Por suas próprias escolhas. — foi rude. — Agora me diga de uma vez o que o médico te disse?

— Eu fiz alguns exames e eu estou com tuberculose. — respirou cansada. — Eu preciso que me ajude ao menos nesses meses de tratamento, Inês, eu estou muito fraca e não consigo sozinha. — rogou sua ajuda.

O coração acelerou ao ouvir suas palavras. Lia sempre fora uma mulher forte, foi raramente vista doente e o medo de perdê-la foi sentido. Inês olhou o pai que se aproximou, tocou seus ombros em apoio.

— Eu trouxe todos os exames e posso te mostrar, podemos também ir ao hospital e refazê-los em sua frente. — tossiu.

— E você já iniciou o tratamento? — a olhava com atenção, qualquer vacilo em seu olhar que mostrasse mentira. A odiaria para sempre.

— Sim! — limpou o cantinho dos olhos. — Eu preciso da sua ajuda para mantê-lo, estou fraca e não consigo cozinhar para me alimentar como se deve.

— Eu posso contratar alguém para cuidar de você. — Matias, foi quem respondeu.

Inês não conseguiria ficar tranquila sabendo que ela estaria longe e aos cuidados de uma estranha. Os olhos verdes encontraram com os de Victoriano que entendeu perfeitamente o que ela queria dizer.

— Na fazenda tem uma casa vaga, eu a uso para abrir trabalhadores em época de grande colheita. — os olhava. — Amor, se você quiser podemos abrigá-la lá.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora