9

945 90 118
                                    

Não estava nas melhores condições e escorregou em algo que ele não soube naquele momento por gemer de dor pelo modo que caiu, segurava no meio das pernas e ali ficou por longos minutos. Não era possível que estivesse passando por aquilo depois de um dia tão empolgante e o cachorro de Alejandro veio até ele o lambendo no rosto por algum tempo, mas ao afastá-lo com a mão sentiu o cheiro de coco e de imediato gritou o filho.

— Alejandrooooo!

Victoriano passou a mão na calça para limpar a mão e com muito esforço sentou no chão e Alejandro apareceu no alto da escada e como seu cachorro estava perto do pai, ele sorriu por achar que o pai brincava com ele e rapidamente desceu as escadas.

— Estão brincando de que? — falou todo empolgado.

Victoriano o olhou e depois olhou para o cachorro com uma cara nada boa por ainda sentir dor e agora parecia estar por todo seu corpo.

— Estou brincando de pisar na bosta!

Alejandro olhou para ele e o analisou por completo e sem conseguir caiu na risada por imaginar o pai caindo.

— O senhor caiu? — gargalhou mais sentando no último degrau da escada e Terremoto se aproximou dele balançando o rabo.

— Isso não tem graça! — tentava segurar a risada, mas foi impossível e ele riu junto a seu menino.

É incrível como pequenos momentos nos dão um enorme prazer e ali rindo com o filho, Victoriano entendeu que estava perdendo muitos sorrisos de seu filho por sempre estar no trabalho e quando se viam era para brigar e mostrar um pai carrasco que ele não tinha a intenção de ser nunca, mas estava ali sendo. Alejandro sempre vivia cobrando sua atenção e sempre estava triste pelos cantos da casa e sempre era ele o motivo, mas ele não queria mais ser assim e se arrastando foi até o filho que parou de rir.

— Eu vou limpar pai! — respirou fundo.

— Eu quase me quebrei todo e só quero que tenha mais cuidado ou alguma das empregadas pode cair e se machucar. — respirava agitado também. — Eu sou forte, mas elas podem se machucar feio!

— Eu estava terminando minha lição e já ia vir ver o que ele estava aprontando! — olhou para seu cachorro o acariciando. — Não vai mais acontecer!

— Antes eu do que você!

Ele o olhou.

— O senhor bebeu?! — comentou por sentir o cheiro.

— Um pouco! — riu. — Mas eu tenho uma novidade pra te dar! — o sorriso se transformou por se lembrar do parto.

— O que aconteceu?

— A filha de Inês nasceu!

O sorriso dele foi o maior e ele ficou de pé todo eufórico.

— E eu posso ir ver a neném? Ela me disse que eu poderia!

— Assim que der e ela sair do hospital a gente vai até a casa dela! — levantou com muito custo por sentir dor e Alejandro gargalhou por vê-lo todo sujo de coco. — Pare de rir de mim garoto!

— Papai que fedor! — tapou o nariz rindo mais ainda.

Victoriano sentiu vontade de socá-lo, mas apenas começou a subir as escadas para tomar um bom banho.

— Limpe essa bagunça e se arrume pra gente jantar!

Alejandro concordou e foi à cozinha pedir ajuda a uma das empregadas e juntos limparam a bagunça com ele rindo por vários momento, subiu depois de tudo limpo e tomou banho para jantar. Victoriano desceu mais recuperado, mas não escondia a dor que ainda sentia pelo tombo, jantaram em paz e riram juntos como não faziam há muito tempo deixando que aquele dia cheio de emoções terminasse.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora