Día De Sorte - Ineriano ♡

19

— Se estão falando de mim, aqui estou!

Ele se virou no mesmo momento ficando de pé e Inês também.

— Victoriano Santos! — se apresentou estendendo a mão para ele.

— Não sabe o prazer que é conhecer o noivo da minha filha! — apertou forte a mão dele os deixando sem entender nada.

Victoriano elevou a sobrancelha por ouvir suas palavras e logo olhou para Inês que queria cavar um buraco e se esconder, porque jamais tinha dito para ele semelhante barbaridade, sabia perfeitamente que Victoriano não a olhava desse modo ou sim depois do beijo? Negou seus próprios pensamentos enquanto era olhada por ele que ao perceber que ela nada diria, olhou o mais velho soltando sua mão.

— Eu, noivo dela? — queria rir de toda aquela situação.

Foi somente ouvir a voz dele que Inês se moveu e ficou na frente de seu pai e de costas para Victoriano que esperou o que ela tinha para dizer.

— Papai, eu te disse que ele é somente um amigo que esta me ajudando e nada mais! — tinha as bochechas coradas. — Por favor, não inventa!

Matias olhou de um para o outro e sorriu, porque naquele momento até poderia ser uma mentira sua, mas logo seria uma realidade vivida entre eles.

— Vocês ainda vão me dar razão! — sorriu mais e olhou a neta. — Eu tenho razão né Amora?

Amora mesmo dormindo sorriu para o desespero de Inês que se virou para olhar para Victoriano que tinha os braços cruzados esperando uma justificativa para as palavras de seu pai. Ela respirou fundo arrumando os cabelos com o vento de bateu e piscou algumas vezes.

— Eu não sei o que deu nele, mas eu nunca disse que você era meu noivo! — respirou afoita.

— Ele me parece ter certeza! — elevou uma sobrancelha.

— Eu estou falando a verdade Victoriano! — quase gritou e Matias tocou em seu ombro.

— Filha, vá buscar um suco que o calor está forte! — pediu para que ela não se exaltasse mais.

Inês o olhou e depois olhou para Victoriano que parecia se divertir com toda aquela situação.

— Aproveita e trás um pedaço de bolo pra ele! — piscou.

Inês queria matá-lo, mas se foi os deixando sozinhos e isso a deixou com medo, não sabia o que o pai poderia dizer a ele, mas como não podia recusar seu pedido, entrou em casa. Matias olhou para Victoriano que olhava Amora e percebeu o amor em seus olhos ao olhar para sua neta, era o que precisava ver para saber que elas estariam seguras ali e Victoriano o olhou nos olhos.

— Não quero que o senhor pense o que não é porque eu respeito sua filha e nunca faria nenhum mal a ela e muito menos a sua neta! — falou logo. — Acho melhor irmos para a sombra porque ela já está ficando vermelha!

Ele concordou e caminharam juntos até a sombra onde Matias se sentou em um banco de madeira.

— Eu tenho certeza que não faria mal a minha filha! — o analisava enquanto falava. — Ela me disse só coisas boas de você e de como cuidou delas no momento mais importante de sua vida! Eu deveria fazer isso em seu lugar, mas Inês é teimosa e quer as coisas do seu jeito.

Victoriano riu no mesmo momento por saber que ela era exatamente assim: Teimosa.

— Eu nem tinha percebido o quanto ela é teimosa! — brincou.

— Pois ela é e muito! — riu. — Inês tem um coração enorme, mas foi muito machucada e eu agradeço que esteja a seu lado porque o pai da minha neta não vai dar sossego!