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— Eu sei que posso contar com vocês! — sorriu lindamente e pegou um pãozinho. — Come Dulce!

Dulce não se fez de rogada e se aproximou da bandeja para comer com ela, Matias se acomodou na cadeira que tinha ali perto e os quatro ficaram ali conversando, rindo e deixando que o tempo passasse o mais rápido possível e Vicente desistisse da ideia absurda de visitar Amora.

***

Os dias passaram depressa e a primeira visita aconteceu, Vicente chegou junto a assistente social e Inês fez o possível e o impossível para não voar em seu pescoço. Amora o estranhou ao se aproximar e chorou sentido assim que ele a pegou no colo, Inês a pegou novamente e a afastou dele para acalmá-la. Seria uma longa batalha para conquistar a confiança de uma bebê que nem chegará ao seu primeiro ano ainda, mas ele não iria desistir.

As visitas seguintes foram do mesmo modo e Amora até tocava em sua mão, mas somente se estivesse no colo da mãe ou de Clarisse. Inês não suportava sua presença e mesmo ele tentando conversar, ou melhor, ele tentando se aproximar com conversa mole, ela não facilitava e nem facilitaria para um homem que a abandonou no momento mais importante de sua vida.

Victoriano odiava aquelas visitas e preferiu ficar longe ou o socaria todas às vezes que o visse em sua frente. Ele não queria prejudicar Inês para que tivesse problemas com a justiça e Vicente se desse bem, por isso se mantinha longe, mas sempre cuidando de ambas.

Três meses já haviam se passado e Vicente ainda não tinha desistido das visitas, todo sábado estava lá marcando presença e tentando conquistar a confiança de Amora. Era raro às vezes que conseguia estar com ela em seus braços e para Inês era um alívio tremendo que a filha não tivesse confiança nele.

Era mais um sábado de visita e ali estava Vicente com um sorriso no rosto ao vê-las lindas em vestidos combinando. Amora completava sete meses e após aquela visita insuportável elas sairiam com Victoriano e Alejandro para uma tarde em família. Ele se aproximou de ambas e tocou as costas de Amora que mais uma vez deitou no ombro da mãe.

— Oi, princesa do papai!

Inês riu e revirou os olhos de suas palavras.

— Pode rir o quanto quiser, mas eu sou o pai dela. — afirmou estufando o peito.

— Você até pode ser o pai dela, mas não é você quem ela reconhece assim e eu posso provar. — queria feri-lo para ele entender que ali não tinha mais nada para ele.

Vicente respirou fundo para não cair em seu jogo, não vinha acompanhado da assistente social e isso poderia prejudicá-lo.

— Independente do que faça, eu não vou desistir de ser o pai dela! — deu um passo se aproximando mais. — Eu mudei e vou te provar que estar com minha filha não é um capricho para te ferir.

— Não gaste suas palavras comigo porque não acredito em você. — se afastou um pouco. — Agora vamos terminar logo com essa visita que eu vou sair com a minha família.

— Sua família deveria ser ao meu lado!

Inês gargalhou sarcasticamente e o encarou.

— Você é tão patético que chega a me dar pena.

Amora tinha os olhos atentos neles e da porta surgiu Alejandro rindo junto ao pai e a pequena logo se agitou com a presença deles.

"Papa" "papa"

Amora balbuciava estendendo os bracinhos para Victoriano que sorriu largamente para sua princesa. Há uns três dias de tanto repedir papai, ela repetia o enchendo de orgulho e deixando Inês toda enciumada, Victoriano não estava ali para afrontar Vicente, mas foi assim que ele se sentiu e uma raiva tomou conta de si o fazendo pegar Amora dos braços da mãe sem cuidado algum.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora