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NA FAZENDA...

Matias aproveitou que Dulce estava na sala com as crianças e caminhou até a casa que sua ex esposa ocupava. Queria saber como ela estava e se precisava de algo já que não ouviu sequer um ruído dela durante todo o dia e uma das empregadas que a atendia lhe informou que ela recusou se alimentar.

A noite estava agradável, fresca e propício a um passeio, chamaria a namorada para caminhar com ele após fazer as crianças dormir e assim namorariam um pouco. Parou frente a porta de Lia, bateu por duas vezes e esperou que ela abrisse, não demorou muito e a imagem dela ficou diante seus olhos.

— Boa noite. — a saldou.

— Boa noite. — segurava a porta.

— Jacira me informou que você não quis se alimentar?!

— Não estou com fome. — foi para fechar a porta, não queria ver ninguém.

— Espera! — segurou a porta. — Você sabe que precisa se alimentar por conta do seu tratamento.

Lia respirou profundamente, soltou a porta e caminhou para o interior da casa. Matias olhou para os lados e entrou atrás dela, sabia o quanto poderia estar sofrendo por ficar o tempo todo sozinha e mesmo não querendo se importar, ali estava ele.

— Lia...

— Matias, hoje não é um bom dia. — o interrompeu para evitar o sermão.

— Eu sei que nos viu durante a tarde e não deve ser fácil, mas ficar sem se alimentar não vai ajudar no seu tratamento. — juntou as mãos na frente do corpo.

A água começou a ferver e ela se virou para o fogão, agradeceu mentalmente e assim não teria que respondê-lo. Começou a coar o café e ele se manteve no mesmo lugar e em silêncio, esperou pacientemente e ela se virou com uma xícara na mão.

— Obrigada. — Matias segurou a xícara e sentiu o cheiro.

— Com pouca açúcar como gosta. — deu um meio sorriso.

Matias experimentou e realmente estava do jeito que gostava, bebericou quase toda a xícara enquanto a olhava.

— Eu os vi sim... — iniciou o assunto. — Não está sendo fácil para mim, mas não posso reclamar.

— Não pode mesmo. — completou e deixou a xícara na pia.

— Mais um mês aqui e irei embora. — Lia o informou.

— Você sabe que nossa filha não vai permitir que saia daqui sem que termine o tratamento. — estava parado ao lado dela. — Por mais que Inês esteja magoada com você, ainda assim não vai se sentir tranquila se te deixar ir embora.

— Eu não vou conseguir ficar aqui e vendo todos felizes, você se esfregando naquela garota que poderia ser a sua filha. — ralhou.

— Eu sinto muito, mas você poderia estar lá conosco, sendo feliz e...

— Eu sei das minhas escolhas e você não precisa me recordar a cada conversa que tivermos. — o interrompeu, estava com raiva e frustrada ao mesmo tempo. — Você gosta mesmo daquela garota? — deu um passo parando em sua frente e ele maneou a cabeça positivamente. — Está com ela por ser jovem e satisfazer seus desejos de velho?

Ele riu desacreditado de suas palavras.

— Lia, eu não brinco com os sentimentos das pessoas como você. — foi sincero. — Dulce é maravilhosa e eu a amo.

— Tem certeza? — se aproximou mais dele. — Eu sinto tanto a sua falta, eu ainda te amo.

Lia o puxou juntando seus lábios e não o permitiu responder ou recitaria como um poeta todos os seus erros desde que Vicente reapareceu em suas vidas. Matias a segurou pelos braços e a afastou de imediato para lhe dizer umas boas verdades, mais um gritinho agudo chamou a atenção o fazendo arregalar os olhos.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora