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— Eu não sou todo mundo! Boa noite Inês! — caminhou chamando pelo filho. — Alejandro, vamos embora!

Ele sabia que não era momento para se discutir ou ficarem trocando farpas e por isso achou mais sensato se retirar e ela ficou ali sem se mover apenas pensando em suas palavras. Alejandro veio a beijou na bochecha e pegou sua mochila para seguir o pai que já estava fora da casa a sua espera, Inês caminhou até a janela e o olhou ir se sentindo uma ingrata por se quer agradecer verdadeiramente o que ele tinha feito por ela naquele pouco tempo em que esteve dentro de sua casa.

Clarisse veio da cozinha e parou se fazendo presente, Inês se obrigou a virar para olhá-la e só conseguia se sentir ainda pior por não ter agradecido como deveria, mas como confiar depois de tudo que tinha passado? Não confiava em seus próprios pais, imagina em um estranho que só estava em sua vida há tão pouco tempo e sempre se mostrava presente nos momentos em que mais precisava, mas olhando de fora poderia sim ser por pura conveniência e ela ter que pagar com favores depois.

Respirou fundo para não pensar bobagens como aquela e olhou mais uma vez a mulher de cima a baixo querendo confiar em Victoriano e principalmente nela que estaria ali dentro para ajudá-la.

— O senhor Victoriano deixou avisado que só estarei aqui para ajudá-la de segunda à sexta?

Inês sentou e passou as mãos no cabelo.

— Ele não teve tempo pra isso! — fez bico. — Quantos anos têm?

— Trinta e cinco, sou uma das empregadas da fazenda e conheço Don Victoriano há muitos anos! — sorriu simpática.

— E o que mais ele tratou com você? — não conseguia sentir confiança nela.

— Farei todos os afazeres da casa, do café da manhã à janta e se precisar que cuide da sua filha, eu também estou aqui para isso!

— Não se preocupe com Amora que dela, eu mesma cuido! — ela concordou. — E quanto ele vai te pagar?

— Isso Benito não me disse, mas provável que será o salário que ganhava na fazenda, foi ele quem me disse que trabalharia aqui por ordens do senhor Victoriano! — passou a mão na blusa. — Eu farei o seu jantar, o que quer comer?

— Minha dieta está na porta da geladeira, mas hoje se puder me fazer um bom e maravilhoso arroz com feijão, eu vou te agradecer muito!

Ela concordou com a cabeça e percebendo que Inês não diria mais nada se retirou para a cozinha, não demorou muito e ela ouviu a porta bater e sabia perfeitamente quem era. Dulce entrou com um sorriso grandão nos lábios e parou a olhando ali sentada com o olhar para o nada.

— Victoriano esteve aqui? — cruzou os braços.

Inês a olhou de imediato.

— Como sabe?

— Porque você tomou banho e passou perfume! — riu sentando no sofá. — Ontem eu estive aqui e você parecia uma molambenta!

— Como você gosta de me tirar do sério em! — suspirou.

— O que foi que aconteceu? — ria sem conseguir evitar. — Ele não falou nada da sua peludinha? — gargalhou.

Inês arregalou os olhos com o que ela dizia e bufou por se recordar daquele fato, levantou do sofá e saiu batendo o pé na direção do quarto a fazendo rir mais ainda por longos minutos. Dulce se controlou como pode e caminhou até o quarto sem se dar conta de que agora Inês não estava mais sozinha naquela casa, entrou e a encontrou deitada na cama de lado toda encolhida.

— O que foi que aconteceu pra você nem rir das minhas brincadeiras tontas? — sentou na cama para olhá-la.

— Você me acha ingrata? — nem piscava esperando a resposta.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora