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— Dulce...

— Você acredita que estamos passando do limite com nossa amizade?

Matias no mesmo momento arregalou os olhos surpresos com a pergunta, será que estava fazendo algo indevido? Tentou se recordar de todos os momentos juntos e nas conversas por telefone e em momento algum faltou ao respeito com ela e muito menos ela com ele. Dulce era linda e ele não podia negar, mas atravessar a linha do respeito estava fora de cogitação e olhando-se daquele modo como se olhavam era mais apreensivo ainda para ela que não sabia o que ele poderia estar pensando.

Eles eram amigos e não queria de forma alguma magoá-lo com suas palavras, mas precisava saber se estavam passando dos limites juntos ou era mesmo somente o olhar de um ciumento.

— Eu não me recordo de nenhum momento em que passamos do limite. — respirou fundo. — Mas se eu te fiz algo que...

— Não! — o calou tocando seu rosto. — Pelo amor de Deus, você nunca me faltou com respeito!

Matias segurou a mão dela e beijou.

— O que ele te disse?

— Que nunca demonstrei sentimentos por ele, como demonstro por você!

Ele riu acariciando a mão dela que ainda estava em seu rosto.

— Deve ser porque temos algo muito especial quando estamos juntos!

— Isso é errado! — mordeu de leve o lábio.

— Por quê? — a olhava com intensidade.

— Por quê... Por quê... Não sei! Mas... — se embananou toda nas palavras, tirou a mão de seu rosto e olhou para qualquer lugar.

— Você acredita que ele tem razão no que diz?

Dulce o olhou de imediato, não soube o que responder naquele momento. O coração disparou de tal maneira que as mãos tremeram, não podia negar que adorava estar na companhia dele e se sentia tão bem e respeitada que poderia estar demonstrando algo que não era para outras pessoas.

— Se ele disse isso somente em nos ver juntos uma única vez, imagina o que deve estar pensando Inês! — encheu os olhos de lágrimas e sem conseguir ficar no carro, tirou o sinto e saiu batendo porta.

Matias se apressou em sair do carro, caminhou para o outro lado e parou em sua frente.

— Não se atormente mais! — tocou os braços dela, numa carícia.

Dulce estava encostada no carro e o olhou nos olhos, não era possível que tivesse sentindo algo pelo pai da sua melhor amiga.

— Diz que é um equivoco?

— Eu não posso...

As mãos tocaram o rosto dela e ele se aproximou um pouco mais deixando um selinho em seus lábios, se afastou esperando que ela o empurrasse, mas as mãos dela que estavam em seu peito, foram para suas costas o trazendo para mais perto. Os lábios se encontraram numa carícia, se conhecendo, sentindo o gosto e antes mesmo que o beijo se iniciasse, ela o mordeu de leve e Matias sorriu levando sua mão direita a sua nuca.

O beijo era calmo, delicado e demonstrava tudo que estavam sentindo mesmo que inconscientemente. Dulce o apertou em seus braços e a mão foi até seu rosto o acariciando, sorriu deixando sua testa na dele quando o beijo terminou.

— Por quê? — sussurrou sem coragem de olhá-lo.

— Porque você é maravilhosa e de um coração invejável! — afastou para olhá-la. — Não quero que pense que eu sempre tive esse interesse em você porque não é assim! — acariciava seu rosto. — Mas nos últimos meses estivemos tão próximo mesmo que por telefone que...

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora