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Mais um dia estava para terminar.

Mais um dia ser ver o rosto de seus filhos, o sorriso de Victoriano ao vê-la chegar, mais um dia sem o aconchego de quem mais amava em sua vida. Olhava a foto através da tela do celular e as lágrimas não paravam de cair.

Se perguntava que mal havia feito para receber esse castigo?

Não conseguia entender a maldade de Vicente, ou melhor, até conseguia entender porque ela era feliz e ele um pobre mortal que não se conformava em perder o que já não era mais dele. Rezava todos os dias para que Deus tocasse em seu coração e assim o fizesse devolver sua família, mas nem sequer tinha uma pista de Alejandro e Victoriano, não tinham saído da cidade, o carro havia sido encontrado totalmente destruído a poucos quilômetros da fazenda.

Para Inês não fazia sentido que ele estivesse com todos, odiava Victoriano e estar somente com Amora seria mais fácil para fugir, mas algo não se encaixa em todas as teorias que se passavam em sua cabeça. Os olhos quase não abriam mais por conta do inchaço, seu coração estava em pedaços e cada vez que alguém perguntava se estava bem, a sua vontade era de explodir e por isso preferia estar ali reclusa em seu quarto.

Inês fechou os olhos, mais uma vez pedia a Deus que lhe desse uma luz, um sinal de que conseguiria salvar sua família e o celular tocou a assustando.

— Mãe? — foi o que Inês ouviu. — Mãe? — a voz soou novamente por não obter respostas. — Meu Deus, tem alguém ai? — Alejandro falou um pouco mais alto.

Inês levou um tempo para conseguir raciocinar com a voz que ouvia, sentou na cama e era como se não soubesse falar e chorou mais ainda o fazendo ouvir.

— Mãe, vem me buscar. — pediu. — Sou eu, Alejandro.

— Meu amor. — Inês balbuciou. — É você mesmo? — respirou fundo ou desmaiaria.

— Sim, mãe, por favor, vem me buscar. — começou a chorar. — O papai está muito ferido e precisa da gente.

Inês ficou de pé, sentiu-se zonza, mas conseguiu caminhar até o andar debaixo, parou na frente do policial que a segurou pelo braço para não cair.

— É o meu filho. — contou. — Meu amor, onde está?

Alejandro olhou para os lados, não fazia ideia de como dizer a ela onde estava.

— Tem muito mato, eu e Amora estamos escondidos. — olhou para a irmã. — Está ficando frio e de noite, mãe.

O policial a trouxe para o sofá, sentou ao lado dela e outros policiais começaram a rastrear a chamada e ela colocou no viva-voz.

— A mamãe já está indo, você está bem? Te machucaram? — perguntou aflita.

— Só o papai está machucado. — voltou a dizer muito preocupado. — Ele me ajudou a sair, mas não conseguiu vir. — chorou. — Por favor, vem logo.

Inês olhou desesperada para o policial em sua frente que pedia agilidade para seus homens e um se levantou entregando um papel a ele. Bastos leu e mostrou a ela. Alejandro estava cerca de vinte quilômetros de distância.

— Meu amor, não desliga que eu estou indo te buscar nesse instante. — ficou de pé.

Alejandro ouviu um barulho estranho e mesmo não querendo desligar, finalizou a chamada deixando Inês desesperada.

— Nós precisamos ir. — Inês falou.

— A senhora precisa ficar aqui e nos informar se algo mudar. — o delegado pediu.

— Eu não vou ficar aqui sabendo que meus filhos precisam de mim. — gritou com ele. — Se não me deixar ir no mesmo carro que o seu, eu vou com o meu. Você escolhe.

Día De Sorte - Ineriano ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora