Capítulo 14.

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27 de abril de 2002
Los Angeles, Califórnia

Catalina Hernandez
08:45

— Estou saindo, volto no domingo. — com uma pequena malinha em mãos digo à Cléo, ela apenas me olha maliciosamente por cima do livro que está lendo, completamente esparramada no sofá.

— Daqui uns dias vocês se casam. — ela ri e eu reviro os olhos.

— Estou indo pelas crianças, lembre-se disso. — ressalto e ela gargalha levantando o olhar para me encarar.

— Quem deveria lembrar deste fato é você, você é quem está transando com o pai delas. — dá de ombros ironicamente e volta a ler seu livro. — Olha só, daqui duas semanas estou voltando para a Flórida e você sequer está me dando atenção. — reclama fechando o livro e fazendo um bico, eu gargalho.

— No final de semana que vem sou toda sua, prometo. — me inclino e deposito um beijo em sua testa.

Me despeço de Cléo e caminho para fora do apartamento. Wayne já está aqui a minha espera. Ele pega minha pequena bagagem e abre a porta para mim, entro e ele a fecha em seguida. Ouço o porta-malas ser aberto e segundos depois o ouço bater. Em menos de 1 minuto o carro começa a se movimentar. Logo mais estarei em Neverland.

Neverland Valley Ranch
Los Olivos, Califórnia
10:15

— Cat! — ouço a voz de Prince. De dentro da casa ele corre até mim agarrando minhas pernas. Acabo de chegar em Neverland, sequer entrei na casa e já fui recebida da melhor forma possível. — Eu senti saudades. — aperta mais minhas pernas. Me abaixo ficando de sua altura e o abraço forte, afagando seus fios loiros, quase brancos.

— Eu quase morri de saudade. — me afasto e beijo sua cabeça.

— Caaat! — a vozinha de Paris ecoa, olho em direção a porta e a vejo correr até mim. Ela ainda usa pijamas assim como o irmão. — Senti saudades. — seus bracinhos agarram meu pescoço, é a melhor sensação do mundo.

— Eu também senti saudades de você, pequena. — sorrio para ela e beijo o topo de sua cabeça. — Já sabem do que iremos brincar hoje? — pergunto me levantando e segurando em suas mãozinhas. Tagarelando eles me puxam para dentro da enorme casa, nunca vou me acostumar com a beleza dela.

— E nós também vamos pintar! — Paris diz empolgada.

— Mas antes, precisam tomar café da manhã. — a voz firme e doce de Michael soa atrás de nós, me fazendo arrepiar até o último fio de cabelo. Me viro para olhá-lo, ele segura Bigi nos braços e usa uma camisa azul larga, calças pretas e meias brancas, bem despojado.

— Hey, Michael. — o cumprimento.

— Cat, é ótimo ver você. — com um sorriso no rosto ele caminha até mim, se aproxima e me beija na bochecha.

— Olá, meu bem. Senti saudades. — passo o dedo indicador na ponta do nariz de Bigi que abre um largo sorriso sem dentes.

— Papai, Cat vai ser nossa modelo na pintura de hoje. — Prince saltita empolgado.

— Oh, isso é ótimo, Prince. Precisam ficar fortes para trabalharem bastante hoje, vamos todos para a cozinha tomar um café da manhã reforçado. — Michael diz em um tom cômico, imitando um sargento. As crianças batem continência e saem marchando em direção a sala de café da manhã. — Vem conosco? — Michael me olha e eu nego com a cabeça.

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