Capítulo 18.

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Los Angeles, CA
05 de maio de 2002

Catalina Hernandez
14:47

Ouço o barulho ensurdecedor do meu celular tocando. Abro os olhos e sinto minha cabeça doer imediatamente, faço uma careta. Me sento e só então percebo que estou na minha cama. Mas não estou sozinha, viro-me para meu lado esquerdo e vejo Pablo apagado ao meu lado, olho para o outro lado e vejo Stef e Cléo dormindo uma por cima da outra. Que merda aconteceu aqui?

O telefone não para de tocar. Com dificuldade consigo me desvencilhar daquele bolo de pessoas e saio da cama. Caminho até a sala de estar onde o meu celular está. O pego da mesinha de centro sem ao mesmo olhar o nome no visor, apenas levo ao ouvido.

— Alô? — digo com uma voz rouca de sono, e não só de sono mas também da dor de cabeça infernal que estou sentindo.

— Olá, Cat. — a voz suave de Michael soa do outro lado da linha, arregalo meus olhos imediatamente. O que aconteceu para que ele me ligasse tão cedo? — Está com a voz rouca, estava dormindo? — pergunta com um leve tom de preocupação.

— Na verdade eu acabei de acordar. — sorrio fraco.

— Me desculpe por acordar você, eu posso te ligar depois...— diz mas eu o interrompo.

— Não, está tudo bem! Eu já estava precisando acordar mesmo. — solto um risinho e ele me acompanha.

— Eu aposto que sim, afinal, já são quase 14h. — ele ri e eu arregalo os olhos. 14 horas????? Encaro o relógio de parede da sala de estar que marca 13:55, suspiro, perdi quase o dia inteiro que eu poderia estar planejando aula. Droga, Catalina!

— Michael, me desculpe, eu saí ontem com uns amigos e acho que abusei no álcool...— expliquei a ele que soltou um risinho fofo.

— Imagino que deva estar com um grande mal-estar agora. — soltou mais uma risadinha. — Só liguei para saber se estava bem. — disse por fim.

— Estou bem. — fiz uma careta enquanto coço a cabeça. — Você está bem? E as crianças? — pergunto me sentando no sofá.

— Estou ótimo e as crianças também. Elas perguntaram muito de você hoje. — não pude evitar de sorrir ao ouvir isto, é maravilho me sentir querida por elas.

— Já estou com saudades de vocês. — confessei com um enorme sorriso nos lábios.

Após alguns minutos de conversa, encerramos a ligação. Minha próxima tarefa é acordar os três bebuns que estão dormindo esparramados na minha cama, mas antes preciso tentar lembrar como viemos para casa.

A última coisa que me lembro é de vomitar no banheiro da boate com alguém segurando meus cabelos. Levo as mãos a cabeça apoiando os cotovelos no joelho. Me comportei como uma adolescente inconsequente. Suspiro me levantando, caminho até meu quarto e da porta observo os três preguiçosos. Ainda estou com a mesma roupa de ontem, assim como os três porquinhos em minha cama. Caminho até eles e os sacudo um por vez, os chamando pelo nome.

— Acordem, aqui não é pensão. — digo enquanto sacudo o corpo de Pablo que abre um pouco os olhos e resmunga algumas coisas. — Já são quase duas da tarde. — remexo o corpo de Stef e Cléo que choramingam me pedindo para as deixarem dormir mais.

— Que horas são? — Pablo senta na cama com a cara amassada, está um caco.

— São exatamente 15:59. — digo olhando no relógio na minha cômoda. Pablo faz uma careta ao ouvir e se joga novamente na cama, puxo seu pé e ele resmunga. — Vamos, vocês irão me ajudar a arrumar a bagunça desse quarto. — insisto olhando a zona que o meu quarto se tornou. Roupas e lençóis por todo lado, jamais vou descobrir o que aconteceu aqui.

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