Capítulo 45.

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24 de dezembro de 2003
Cidade do México, MX
Catalina Hernandez
11:50

Fecho os olhos e puxo todo ar que consigo. O cheiro das jasmins do jardim invadem as minhas narinas e me trazem boas lembranças. A sensação de estar em casa afaga o meu peito e eu me sinto realizada.

— Meus bebês! — a voz doce de minha mãe me faz abrir os olhos, ela anda rapidamente até mim e Cléo e nos abraça com força. Juntas damos um delicioso abraço triplo.

— Mãe, eu senti tantas saudades! — digo ao me desvencilhar de seus braços. — Onde está o papai? — levanto o pescoço e procuro pelo sorriso largo de meu pai, ele sempre nos esperava voltar da escola escondido atrás das jasmins da minha avó.

— Ele está na cozinha. — diz tediosamente e revira os olhos. — Vocês sabem como Willian tem surtos de passa tempos, não é? — Cléo e eu nos entreolhamos e rimos. Meu pai não para quieto, ele adora fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Ele tem muitos hobbies, há um tempo atrás, mamãe me contou por telefone que ele estava perdidamente apaixonado por jardinagem e havia comprado dezenas de sementes para serem plantadas no quintal. Loucura!

Adentramos a casa de minha avó, a sensação tão familiar me trás de volta para a minha infância e adolescência. O cheiro gostoso dos biscoitos doces da vovó invadem a casa, denunciando que ela também está se aventurando na cozinha com o meu pai.

— Olá, a estrela da família chegou! — Cléo cantarola enquanto nos aproximamos da porta da cozinha, em milésimos de segundos meu pai aparece com um sorriso enorme, em passos largos ele anda até nós. Abraça Cléo primeiro mas não demora para me envolver em seu abraço gostoso e paternal.

— Minhas princesas, como eu senti falta de vocês! — ele beija nossas cabeças freneticamente enquanto nos aperta em seus braços, eu gargalho.

— Eu também senti a sua falta, papai. — beijo seu rosto e posiciono meu queixo em seu ombro, o que me permite ver minha avó assistindo a cena com seu olhar amoroso e um leve sorriso nos lábios. Saio do abraço de meu pai e caminho até ela que automaticamente abre os braços para mim.

— Como você cresceu, minha pequena Gloriana. — ele diz ao meu ouvido, me afasta de seu abraço e segura meu rosto com as mãos. Analisa cada detalhe da minha face com seu olhar de amor, em seguida, beija a minha testa com ternura.

— Há tanto tempo não me chamam assim. — sorrio largamente para minha avó. Gloriana é o nome do meio da minha mãe e também o meu nome do meio. Minha avó que escolheu, pois era o nome da minha bisavó, sua mãe, a qual ela amava muito. Eu me lembro da "Bisavó Glória", como nós a chamávamos. Ela era uma mulher muito gentil e eu me lembro de passar bastante tempo
conversando com ela quando criança. Ela faleceu quando eu ainda era muito nova, a maioria das minhas lembranças dela são conservadas através de fotografias. — Como senti saudades, vovó. — levo suas mãos até os lábios e beijo castamente sua pele macia.

Minha avó é uma das pessoas mais gentis e amorosas que conheço. Sou completamente apaixonada por ela e por mais que ela não assuma, eu sei que sou sua neta preferida.

15:20

— Quando vai contar a eles? — Cleo se refere ao meu noivado, após encostar a porta de nosso antigo quarto, que por sinal, continua da mesma forma que deixamos.

— Essa noite no jantar. — respondo me sentando na minha antiga cama, nela estão os lençóis azuis que eu mais gostava. — Eu quero que estejam todos reunidos.

— Eu estou tão empolgada! — ela saltita até a cama e se senta ao meu lado. — Você vai se casar com a pessoa que você ama, isso é fantástico! — ela sorri largamente e eu não posso evitar não sorrir junto. Eu sinto em meu coração que Michael e eu fomos feitos um para o outro, nós nascemos para ficarmos juntos... a cada momento perto dele, tenho mais certeza disso. Ele é o amor da minha vida.

Catalina Onde histórias criam vida. Descubra agora