Capítulo 41.

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19 de novembro de 2003
Las Vegas, NV

Catalina Hernandez
10:30

Minha cabeça está uma zona, meu coração se aperta e a preocupação com Michael me deixou ansiosa. O trajeto do aeroporto até o hotel onde michael está hospedado parece não terminar nunca! Olho pela janela a cada 5 min e não vejo hotel nenhum, eu queria ter um teletransportador para piscar os olhos e aparecer ao lado dele. Deus, por que estão fazendo isso com ele? Michael é o ser humano mais doce, gentil e generoso que conheço, não merece passar por isso, não merece!

O carro finalmente para, abro a porta com rapidez e saio, caminhando em passos largos até a entrada. Valerie e Jeremie estão logo atrás de mim. Nossa chegada foi avisada com antecedência, então fomos direto para o elevador. Valerie apertou o botão do andar de Michael, ele alugou um andar inteiro para que pudesse ter privacidade. O elevador parece demorar uma vida, e quando ele finalmente se abre, Valerie e Jeremie correm para fora dele e eu os acompanho.

Eles param na frete de uma das portas e ela é aberta por um dos dois seguranças que estão na frente, os dois entram e paro na porta e espremo os meus olhos. Confesso que estou um pouco assustada com tudo isso, eu nunca vi Michael arrasado e frustrado da forma que Valerie me descreveu ao telefone, eu espero ser forte o suficiente para lidar com isso. Respiro fundo e adentro o quarto, a bagunça me surpreende. Muitos objetos quebrados, cadeiras caídas e jornais e revistas completamente despedaçados por todo o quarto. Meu coração fica pequenininho ao imaginar o quanto ele deve estar mal.

Um senhor alto e de cabelos grisalhos, sai do quarto e vem até nós, suponho que ele seja Dieter Wiesner e a sua feição contém muita preocupação, parece um pouco assustado. Ele cumprimenta cada um de nós com um aperto de mão rápido e dá um suspiro triste que só aumenta a minha preocupação.

— Onde ele está? — Jeremie pergunta com sua voz grave e preocupada, ele está extremamente abalado com tudo isso, assim como Michael ele é muito sensível e chorou a viagem inteira.

— Ele está mais calmo, mas muito arrasado. Estou com medo que ele não se recupere, Jeremie. — ele suspira pesadamente e eu espremo meus lábios para conter as lágrimas.

— Ele irá para o tribunal desta vez e a justiça será feita! — Valerie diz com convicção e firmeza. Dieter confirma tristemente com a cabeça e dá espaço para que Jeremie e Valerie caminhem em direção a porta do quarto, mas eu não os sigo. Eles precisam ter uma conversa a sós e além do mais, eu preciso concertar a bagunça feita na sala de estar.

— Você é Catalina? — Dieter pergunta enquanto eu recolho os objetos quebrados do meio da sala. Eu o encaro e confirmo com a cabeça. — Ele pediu para que eu a chamasse diversas vezes, eu não sei qual é a relação de vocês, mas ele gosta muito da senhorita. — ele disse e eu sorri tristemente. — Vou pedir para que alguém cuide de toda essa bagunça. — ele gesticula se referindo a toda a zona que Michael acabou fazendo no calor do momento. Isso realmente o abalou demais, ele não é uma pessoa violenta e não costuma quebrar coisas.

— Obrigada, Sr. Wiesner. — agradeço a ele que assente com a cabeça e se vai. Me sento em um dos sofás e suspiro. Tudo aconteceu tão rápido. Ontem ele estava feliz e empolgado e hoje tudo virou de ponta cabeça. Eu não consigo entender, é tanta coisa para assimilar. E eu preciso ver as crianças, elas não tem a mínima noção do que está acontecendo, ainda bem. Mas elas precisam estar bem e protegidas, não sabemos o que vai acontecer com Michael agora.

11:10

Longos minutos se passam e eu já estou impaciente, preciso vê-lo e abraçá-lo, dizer a ele que tudo vai ficar bem mesmo que eu não tenha a mínima certeza do que realmente vai acontecer. A porta se abre e eu me levanto imediatamente, Valerie e Jeremie aparecem, mas Michael, não.

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