17 de julho de 2005
Catalina Hernandez
Tulum, Mexico
19:35Depois de passar o dia na praia, tomando sol e me deliciando com a água do mar, voltei para a minha suíte onde eu me prepararia para a noite de hoje. Hoje é dia de luau aqui no hotel e nós decidimos participar. É um evento simples, mas pelo o que andei ouvindo, são servidos bons drinks e toca ótima música. Todos os hóspedes parecem bem animados.
Separei um vestido branco e curto, de alças bem finas e que possui um decote sutil. Na boca pus um batom vermelho vivo e deixei meus cabelos soltos, com as ondas naturais que ele possui. Calcei sandálias de salto baixo e estou pronta. Encontrei Cléo e Stef e quando chegamos na praia, os seus amigos já estavam a nossa espera. Incluindo Pablo...
Não nos falamos e eu evitei contato visual. Eu não teria o que falar com ele, ainda mais agora que tenho certeza dos sentimentos dele por mim e definitivamente não quero estreitar uma relação. Decidi apenas ignorar a sua presença e focar em aproveitar a minha viagem. Depois de semanas tão difíceis, finalmente estou me sentindo bem e animada. Seria injusto comigo deixar que essa situação estragasse isso.
— Que clima estranho entre vocês, não é? — Cléo comenta me entregando a piña colada que pedi, aproveitei que ela levantou para ir até o bar e poupei energias. Acho que essa é a função mais importante da vida das irmãs mais novas, na verdade.
— Sim, mas estou tentando fingir que nada está acontecendo. — dou um gole na minha bebida e volto meu olhar para a direção de Pablo, que conversa com um grupo de pessoas e como se sentisse os meus olhos sobre ele, me encara de volta, mas desvia o olhar rapidamente logo em seguida.
— Acho que vocês precisam resolver essas questões o mais rápido que puderem. — ela me encara séria. — Nossas famílias são muito amigas, Lina. Vocês sempre estarão na vida um do outro, querendo ou não. — ela acaricia meu ombro com carinho e eu forço um sorriso para ela, encaro a bebida amarela em minhas mãos e reflito sobre suas palavras.
Talvez Cléo tenha razão. Mas eu sei que nossa amizade jamais será a mesma depois de toda a situação com Michael no casamento, e não apenas isso, porque também ficou claro para mim algo que eu fiz de tudo para não enxergar: os sentimentos de Pablo por mim. Agora, observando tudo de forma mais ampla, sei que estes sentimentos são reais e eles existem há muito tempo, sempre estiveram lá, eu é quem fui tonta demais e não notei que, mesmo após o rompimento do nosso noivado, ele não seguiu em frente com seus sentimentos. Talvez até tenha sido um pouco de egoísmo da minha parte, eu estava tão preocupada em me desvencilhar dele, que não me importei com os sentimentos de alguém que foi tão bom para mim.
Pablo e eu nos conhecemos na infância, na adolescência engatamos um namoro e ficamos noivos. A expectativa das nossas famílias e amigos era a mesma: de que nós casássemos e formássemos uma linda família, o que acabou não acontecendo. Pablo e eu ficamos juntos por tantos anos que hoje, agora adulta, eu percebo que talvez não existisse o amor que deveria existir entre um casal, mas sim uma grande amizade e grande carinho entre nós. Quando terminamos, meu maior foco foi em me desvencilhar dele para poder viver a minha vida longe das expectativas da minha família, o que graças a deus funcionou. De qualquer forma, acho muito perigoso refletir sobre os sentimentos que já senti e que tenho por ele agora, nesse momento de fragilidade. Ainda não sei como manter uma relação amigável com ele sem parecer que estou nutrindo suas esperanças, por isso, prefiro me manter distante. Bem, eu não preciso e nem quero pensar nisso agora. Ele está bem como está e eu também estou.
00:40
— Preciso me sentar! Não sou mais uma jovem adolescente! — eu digo entre respiradas profundas e todos riem. Estávamos dançando loucamente na pista de dança. O reggaeton mexicano faz coisas comigo, me torno outrapessoa quando estou no meu país, como se fosse uma parte de mim que só se revela aqui, maluquice!
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Catalina
FanfictionCatalina Hernandez é uma jovem professora de 26 anos. Após perder o emprego, Catalina é contratada como professora de duas crianças adoráveis. O que ela não esperava é que sentiria algo a mais além de admiração pelo pai de seus alunos. Michael Jack...