20 de janeiro de 2003
Zakynthos, GréciaCatalina Hernandez
20:35Finalmente as gravações do documentário acabaram, Michael e eu não nos desgrudamos um segundo sequer. Estamos aproveitando as férias para ficarmos juntos depois de tantos meses longe. As crianças estão completamente apegadas a mim e eu a elas, principalmente Bigi. Estou tão feliz com Michael, feliz como jamais estive. Quando estou com Michael esqueço completamente de tudo! Ele me faz sentir em um filme de romance, me faz sentir forte e protegida. Quero estar perto dele o tempo todo, me sinto como uma adolescente outra vez.
Nosso relacionamento ainda é "secreto", de certa forma. E para ser bem sincera, eu estou feliz assim. Ninguém me faz perguntas e nenhum jornalista me persegue, minha vida é completamente normal. Diferente da de Michael, que parece ficar a cada dia mais conturbada. Eu não gostaria de estar na pele dele.
O documentário ainda não foi ao ar, provavelmente será exibido pela primeira vez no próximo mês. Michael está ansioso, ele tem uma grande expectativa para isso. Eu realmente espero que as pessoas o entendam e possam conhecer pelo menos um pouquinho do verdadeiro Michael Jackson.
Deitada em seu peito, fecho os olhos sentindo a brisa gostosa do mar. Os últimos dias tem sido incríveis, passamos muito tempo com as crianças, nos divertindo. Ele adorou a ilha e até cogitou a ideia de comprá-la para que pudesse vir sempre que quisesse. Eu achei um exagero, é claro. Já basta a casa gigantesca que ele fez questão de alugar para ficarmos somente alguns dias. Seu argumento foi o fato de ele gostar de "espaço".
— Mike? — o chamo. Estamos deitados sobre uma toalha na praia, o sol já está bem morno e não machuca a pele sensível dele.
— Sim? — responde calmamente enquanto acaricia meus cabelos, estou deitada em seu peito acariciando o tecido de seu suéter vermelho. O tempo aqui é mais frio nessa época do ano, o que não atrai muitos turistas já que a maioria vem para curtir as praias e o calor. Michael foi esperto e fez o contrário, com certeza para ter mais privacidade.
— Está ficando mais frio aqui, você não quer entrar? — proponho para ele levantando o rosto para o encarar.
— Quero ver o sol se pôr primeiro. — diz calmamente e eu confirmo voltando a deitar minha cabeça em seu peito, seus dedos longos acariciam meu couro cabeludo me fazendo relaxar.
— Eu queria poder ficar para sempre assim com você. — fecho os olhos curtindo o carinho gostoso e ouço ele soltar um risinho.
— Nós ficaremos juntos para sempre, Cat, eu sei disso. — ele diz com convicção, franzo as sobrancelhas e levanto o encarando, ele abre um lindo sorriso. — Tenho essa certeza em meu coração, estamos unidos para sempre, o universo nos uniu. — diz calmamente e volta a encarar o sol desaparecer devagar.
— Espero que esteja certo sobre isso. — respondo e seu olhar se direciona para mim novamente.
— Eu aposto a minha vida que estou certo. — diz sério. Sinto todo o meu corpo arrepiar e uma paz inexplicável tomar meu peito.
Suas mãos grandes acariciam minha bochecha e aproximam seu lindo rosto do meu. Em segundos ele cola nossos lábios em um beijo doce e cheio de detalhes, sua língua toma minha boca enquanto sua mão aperta minha nuca, quase como se tentasse nos fundir. Retribuo tocando sua língua e nos envolvendo em uma dança gostosa. E assim, banhados pela luz avermelhada dos últimos raios de sol, ouvindo a canção dos pássaros e o som gostoso das ondas quebrando na costa, eu o beijo que como se não houvesse amanhã.
6 de fevereiro de 2003
Neverland Valley Ranch
Los Olivos, CACatalina Hernandez
22:34— Michael! Abra a porta, por favor! — bato insistentemente na gigantesca porta de madeira, eu já perdi a noção de quanto tempo estou aqui.
Aquele maldito documentário! Eu sabia que ele jamais deveria ter concordado com isso, jamais! Aquele entrevistador inútil manipulou todas as imagens e agora Michael com certeza será massacrado com mentiras e invenções novamente. Eu senti que isso não daria certo e ele não me deu ouvidos.
Eu nunca agradeci tanto pelas crianças terem adormecido mais cedo hoje, seria tão embaraçoso ter que explicar toda a situação. Sem contar que a reação de Michael não foi das melhores, ele ficou tão bravo e decepcionado.
— Quando decidir abrir, eu estarei aqui esperando. — digo e me sento no chão com as costas encostadas na porta. Não vou sair daqui sem vê-lo, não posso deixar ele nesse estado. Suspiro e encaro o enorme corredor vazio, deve ser tão solitário viver aqui sozinho. E pensar que ele morou sozinho por tantos anos antes das crianças nascerem...
Ouço a porta ser destrancada e me levanto rapidamente arrumando as roupas. Espero alguns segundos esperando que ele apareça mas isso não acontece, então, eu resolvo entrar. Toco a maçaneta e abro a porta devagar, de longe consigo vê-lo de costas para a enorme janela de vidro em seu quarto. Suspiro e tranco a porta, caminho lentamente até ele e toco seu ombro, ele sequer se move. Sem dizer uma palavra, o abraço fortemente por trás, com as mãos espalmadas em seu peito, eu encosto o rosto em suas costas e permaneço ali sentindo seu calor e seu cheiro gostoso. Ouço ele suspirar e acariciar minhas mãos.
— Catalina, por que fazem isso comigo? — pergunta com a voz fraca, sinto meu coração se apertar. — Eu jamais faria nada para prejudicar qualquer criança, jamais! — seu tom de voz contém indignação, ele com certeza está com raiva.
— Eles são doentes! Só pensam em dinheiro e querem ganhá-lo a qualquer custo. — suspiro e me afasto dele o puxando para se virar para mim. — Você é a pessoa mais incrível que conheço, Michael, você não é como eles. — seguro seu rosto com as duas mãos e acaricio suas bochechas. Ele me encara sério e então eu percebo o brilho em seus olhos aumentar, sua expressão muda e então a primeira lágrima escorre por seu rosto.
O pego pela mão e caminho com ele até a cama. Desabotôo sua camisa e a tiro, tiro seus cintos e calças. O deito na cama e puxo seus sapatos e meias o deixando somente com sua boxer preta. Arranco meu vestido e peças íntimas, ficando completamente nua. Me deito ao seu lado e nos cubro com o cobertor, puxo Michael para mim e posiciono sua cabeça em meu peito, ele gosta do contato pele a pele. Encaro seu rosto e vejo ele fazer um bico, em questão de segundos ele se quebra e chora alto e compulsivamente, me apertando cada vez mais. Sinto meu coração se despedaçar.
— Shh... eu estou aqui com você, meu amor. Nada e nem ninguém irá machucar você. — falo baixinho ao seu ouvido que chora ainda mais, como uma criança. O aperto mais forte contra mim e espremo os meus olhos sentindo lágrimas quentes em minha face. Me dói tanto vê-lo assim, sinto vontade de esmurrar uma a uma as pessoas que o fazem sofrer, ele não merece isso!
Beijo seus cabelos tão cheirosos e os acaricio, aos poucos ele se acalma e então só é possível ouvir seus soluços ecoando por todo o quarto. Ele com certeza não irá dormir essa noite, e eu também não irei.
Será uma noite e tanto.
Continua...
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Catalina
FanfictionCatalina Hernandez é uma jovem professora de 26 anos. Após perder o emprego, Catalina é contratada como professora de duas crianças adoráveis. O que ela não esperava é que sentiria algo a mais além de admiração pelo pai de seus alunos. Michael Jack...