Capítulo 47.

316 28 16
                                    

15 de fevereiro de 2004
Neverland Valley Ranch
Los Olivos, CA

Catalina Hernandez
15:25

De mãos dadas, Michael e eu caminhamos calmamente ao redor do enorme lago de Neverland. Não visitávamos Neverland desde o ocorrido de 2003, mas as crianças têm insistido há tanto tempo para virem ao parque, que hoje Michael acabou cedendo, foi um pouco relutante, mas concordou.

Ele não se sente bem aqui e quando as crianças pedem para voltar a morarem em Neverland, ele diz que não podem, porque este lugar foi infestado pelo mal. Ele realmente pensa e sente isso, Michael é muito sensível e eu percebi o seu desconforto desde que chegamos aqui, hoje, pela manhã. Isso me deixa imensamente triste porque nossa história começou aqui, seus filhos praticamente nasceram aqui e agora todas essas memórias tão boas foram arruinadas de certa forma.

Ele veio pelas crianças e o sorriso de alegria e felicidade delas por estarem em casa não tem preço, Michael apesar de não estar tão contente, está visivelmente feliz por ver seus filhos felizes. Eu também estou tentando distraí-lo e, quem sabe, fazer ele se sentir em casa novamente.

— Como está Janet? — pergunto. Há algumas semanas, um incidente bem infeliz aconteceu com ela no Super Bowl, foi bem embaraçoso e ela ficou muito abalada, a imprensa está caindo toda em cima dela.

— Ela está se recuperando, mas ainda está triste e envergonhada pela situação. — ele suspira. — Eu telefonei para ela e tentei consola-lá dizendo que foi um momento muito rápido, foram milésimos de segundos e que não foi possível ver nada demais, mas, bem, você sabe... é o fator Jackson: pequenas coisas se tornam grandes quando envolvem o nome da minha família. — ele reclama e com toda razão, a família Jackson acaba sendo vítima do sensacionalismo e consequentemente é muito perseguida, Michael que o diga!

— Espero que ela fique bem. — digo sincera. Janet e eu criamos um amor enorme uma pela outra, embora não tenhamos contato frequentemente, nos tornamos boas amigas, eu a amo muito. —  Eu estive pensando... — paro de caminhar e ele me acompanha fazendo o mesmo. — A cerimônia do nosso casamento poderia ser aqui...— digo cautelosa, porque como eu havia dito, ele ainda não se sente bem aqui.

Sem me responder ele apenas suspira e me puxa para sentarmos na grama, embaixo de uma das árvores. Nós adoramos fazer isso, sentar embaixo das árvores e apenas curtir a presença um do outro. Ficamos em silêncio por alguns minutos e então ele resolver falar.

— Neverland significa muito para mim, faz parte de quem eu sou, mas tudo o que aconteceu aqui... — ele diz tristemente. O puxo e o faço deitar a cabeça no meu colo enquanto minhas costas estão encostadas no tronco da enorme árvore.

— Eu entendo, foi o inferno na Terra...— suspiro pesadamente. — Mas, você se lembra da primeira vez que nos vimos? Foi no seu escritório e você usava chinelos e meias de cores diferentes. — sorrio e posso ouvir sua risada gostosa.

— Você estava incrivelmente linda, me interessei por você imediatamente! — ele diz convicto.

— Jura? — questiono e abaixo a cabeça para encarar seu rosto e ele assente. — Eu já havia visto você outras vezes pela televisão, é claro. — nós rimos. — Mas quando nós encontramos pela primeira vez, você fez o meu corpo vibrar. — digo envergonhada e ele levante do meu colo, me encarando bem de perto.

Catalina Onde histórias criam vida. Descubra agora