15 de agosto de 2003
Los Angeles, CACatalina Hernandez
19:30— Então você virá na próxima semana? Isso é incrível! — comemoro com Cléo ao telefone. — Mas e o seu emprego? — questiono.
— Serão somente duas semanas, eu trabalhei duro no último ano, então, acharam justo me darem essa folga. — ela responde.
Cléo trabalha como secretária em uma empresa de arquitetura. Para ser bem sincera, eu não faço ideia de como ela tem conseguido se manter nesse emprego por tanto tempo. Cléo é eficiente e inteligente, mas não tem papas na língua e nem um pingo de paciência, provavelmente já deve ter mandado um ou outro colega de trabalho ir para o inferno.
— Faço questão de ir buscar você no aeroporto. — digo animada. Eu estou com tantas saudades dela.
— É bom que você vá mesmo. E eu espero que o carinha da luva de brilhantes não tome todo o seu tempo, eu também quero um tempinho com a minha irmã! — ela resmunga e eu dou risada.
— Não se preocupe, serei toda sua. — digo e nós rimos. O som do interfone tocando alto me faz sobressaltar no sofá. — Cléo, me dê um segundo, o interfone está tocando sem parar. — digo a ela que murmura um "uhum".
Deixo o celular sobre a mesa de centro e caminho até o interfone próximo a porta. Normalmente as únicas visitas que recebo são de Pablo ou Stef, mas a entrada deles é liberada na portaria. Isso é um pouco estranho. Estico meu braço até o aparelho e o trago até o ouvido.
— Boa noite, senhorita Catalina. Tem um homem usando um moletom cinza e uma máscara do homem-aranha aqui embaixo. Ele insiste em querer falar com a senhorita. — Oscar, o porteiro, diz com estranhamento na voz. Sinto meu coração palpitar. É claro que seria ele, ele não conseguiu falar comigo pelo telefone. É claro que viria aqui, Michael é insistente. Sem dúvidas ele está lá embaixo, nenhuma outra pessoa adulta sairia usando uma máscara de homem-aranha no rosto.
— Pode deixá-lo subir, Oscar. Muito obrigada. — digo e desligo o interfone. Corro até a mesa de centro e pego o meu telefone, preciso me despedir de Cléo, ela ainda está na linha. — Cléo, eu preciso desligar agora. Ligo para você depois. — digo tudo rapidamente, estou nervosa demais.
— Cat, está tudo bem? — com certeza ela notou minha agitação.
— Sim, está tudo bem! Eu te amo, até mais. — me despeço dela e desligo o telefone antes de ouvir a sua resposta. Com certeza ela me questionaria. Devolvo o celular para a mesa e cruzo os braços encarando a porta. Ele vai chegar a qualquer momento. Estou nervosa e ao mesmo tempo ansiosa para vê-lo. Eu estou morrendo de saudades, quero abraçá-lo e beijar ele. Eu sinceramente já não estou mais aguentando essa distância. Porém, isso não muda o fato de que eu estou magoada. Mesmo que eu não esteja mais sentindo raiva, ainda estou magoada.
Três batidas na porta fazem meus joelhos afrouxarem. Meu peito sobe e desce e sinto meu coração bater mais rápido. Caminho em passos largos até a porta e abro, dando de cara com uma máscara azul e vermelha do homem-aranha.
— Posso entrar? — pede em um tom de voz mais baixo que o normal. Confirmo com a cabeça e dou espaço para que ele entre, fechando a porta assim que ele está dentro do meu apartamento.
— Já pode tirar isso. — me refiro a sua máscara e assim ele faz, me permitindo encarar melhor seus olhos grandes e negros. Ele está sem nenhuma maquiagem no rosto e sua expressão é tensa.
— Eu sei que está chateada comigo e eu entendo perfeitamente. Mas, Cat...— ele se aproxima mais de mim cravando seus olhos nos meus. — eu não tenho dúvidas do que sinto por você. Eu juro pela a minha própria vida que esses dias sem você foram muito cruéis. — diz cabisbaixo.
Sinto meu peito se apertar, meus lábios formam um bico involuntário e eu não resisto, é como se um ímã me atraísse para seus braços, eu corro até ele e o abraço com toda a minha força, ele faz o mesmo, me aperta contra o próprio peito como se quisesse nos fundir. Ele afasta nossos corpos e segura minhas mãos, olhando no fundo dos meus olhos.
— Catalina, você não é uma parte paralela da minha vida, eu não quero nunca que seja! Você é a parte mais crucial da minha vida. Você e meus filhos são quem me ajudam a seguir em frente, eu não sei o que seria de mim sem vocês. — sua voz embarga e ele espreme os lábios. A essas alturas eu já sinto as lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. — Eu sei bem o que quero, quero ficar com você! Quero tudo com você. Os momentos bons e ruins, aproveitar nós dois, descobrir coisas novas... tudo! Eu te amo profundamente, Catalina, não duvide disso, por favor! — ele diz a última frase como uma súplica, as lágrimas caem de seus olhos e ele solta as minhas mãos e cobre o rosto.
— Eu te amo tanto. — digo o envolvendo em um abraço apertado. Ele esconde o rosto no vão do meu pescoço e seus braços me envolvem. — Não sei mais viver sem você, Michael. — digo honestamente. Pensar em ficar longe desse homem me faz ter palpitações.
— Então você me perdoa? — ele levanta o rosto me encarando com os olhinhos levemente avermelhados.
— É claro que sim. — limpo as lágrimas de seu rostinho lindo. — Mas não faça mais nada parecido novamente, Michael. Você me magoou muito. — reclamei cabisbaixa.
— Nunca mais quero fazer com que se sinta assim. — ele segura meu rosto com as duas mãos e deposita muitos selinhos em meu lábio. — Por deus, Catalina! Como eu senti a sua falta! — ele exclama e eu rio.
— Eu também senti a sua falta. — acariciei suas mãos ainda posicionadas em meu rosto. Nós encaramos por alguns segundos. Seus olhos escuros e brilhantes me iluminam, os lábios grossos são tão convidativos e saborosos. Aproximo nossos rostos e o beijo de uma forma sedenta, como eu senti saudades disso!
Nossas línguas se enroscam e nossos lábios se encaixam perfeitamente. O gosto doce de sua boca me faz ter borboletas no estômago, sinto meu corpo queimar de dentro para fora. Sinto suas mãos descerem até minha cintura e apertarem ali. Eu aprofundo o beijo enrolando meus braços em seu pescoço e o aproximando mais de mim. Eu preciso tanto dele agora.
— Sou louco por você. — ele diz ao meu ouvido após separar nossas bocas. Sinto todo o meu corpo arrepiar. Seus lábios descem até o meu pescoço me fazendo ofegar. Ele passa a língua, morde e chupa a minha pele. O meio das minhas pernas se torna úmido.
Ah, Michael! Você me leva do céu ao inferno em segundos!
Continua...
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Catalina
FanfictionCatalina Hernandez é uma jovem professora de 26 anos. Após perder o emprego, Catalina é contratada como professora de duas crianças adoráveis. O que ela não esperava é que sentiria algo a mais além de admiração pelo pai de seus alunos. Michael Jack...