Na quele exato momento a expressão de incredulidade no rosto de Carol só não superava o vinco que se formaram em sua testa, indicando a falta de apetite. A comida que havia sido posta em seu prato não era nojenta como costumava dizer, por sorte, contudo, tampouco era aquelas mil maravilha.
— Salada ou não? – A cozinheira voltou a repetir com sua expressão de tédio e carol acordou de seu transe.
— Ôh boneca, acho melhor escolher logo, estou com fome e não tenho o dia todo. – Uma mulher extremamente tatuada, com a cabeça raspada e com marcas que carol julgou ser onde os piercings ficavam, falou sorrindo de forma cafajeste para Carol, que assentiu e pediu salada, saindo dali às pressas para movimentar a fila.
Ela procurou uma mesa para se sentar, porém todas estavam ocupadas, o que lhe deixava somente uma opção: Conversar com outra detenta. Seus olhos procuraram algum rosto não tão assustador e então encontraram o mesmo par de olhos castanhos brilhantes lhe encarando. Ela respirou fundo e caminhou até sua mesa.
— Será que eu posso...
— Não. Vaza! – A voz rouca foi firme, fria e seca, fazendo Carol suspirar e assentir.
Ela franzio o senho quando viu uma mão no alto acenando para ela desesperadamente. Deu uma olhada pra trás e aos arredores, se certificando de que era com ela e quando constatou que sim se aproximou.
— Olá, sante-se. – A voz meiga proferiu. Carol atendeu seu pedido e se sentou, reparando que a garota era loira, sorridente e gentil.
Ela usava um uniforme marrom e branco, então não era novata. – Me chamo Maellen.— Sou Carol. – Ela disse um pouco cética devido a todo aqula gentileza e bom humor.
— Primeiro dia aqui e já tem várias de olho em você. Logo alguém te pega. – Carol franzio o senho.
— Alguém me pega? – Perguntou confusa.
— Sim, demorei três meses para ser pega por alguém, mas duvido que você passe de uma semana.
— Em que sentido? – Carol perguntou alheia ao que a garota dizia.
— Oh, é a sua primeira vez presa? – A garota perguntou e Carol assentiu. – Bem, as líderes dos bandos costumam pegar as novatas para serem suas parceiras sexuais. Elas te oferecem proteção em troca e outros benefícios, como comidas melhores dos que as que nos dão aqui.
— Não estou interessada, Obrigada. – Carol disse tentando comer uma folha de alface, que era a única que sentiu vontade de comer. Carol riu ao ouvir aquilo, levando sua mão até sua boca para abafar o som.
— Você é engraçada. – Disse e Carol percebeu que sua voz era um pouco enjoativa. – Não é como se estivéssemos opção. Se não fizermos por vontade própria, uma hora ou outra alguém fará a força. – Carol engoliu em seco. – Nem todas são assim, mas algumas... – A garota deixou sua frase morrer ao dar de ombros.
— Quem... Quem é aquela?– Carol perguntou apontando com o queixo para a garota de olhos castanhos que ainda a fitava sem pudor.
— Bárbara Passos. Não deveríamos falar dela, é a líder absoluta.
— Ela não para de me olhar. É intimidador isso. – Carol reclamou e a garota arregalou os olhos.
— Ela te olha? – Carol assentiu. — Talvez você quebre o título dela de intacta.
— Intacta?
— Sim. Ela está aqui há quase três anos e ae tornou a líder no primeiro ano, quando derrotou a antiga líder. – Falou baixo pra ninguém mais ouvi-las. — Ela jamais pegou alguma novata para ela.
— Por que ela está aqui? –Carol não se conteve em perguntar, vendo a outra dar de ombros.
— Ninguém sabe ao certo. Umas dizem que ela matou três pessoas à sangue frio, outras dizem que esquartejou a ex-namorada, mas a verdade é que nunca saberemos, porque ninguém ousa a perguntar. – Carol assentiu e se calou.
Teriam que tomar banho em alguns minutos e logo voltar para a cela. Cela, lá estava o novo medo de Carol, afinal ela não sabia com quem dividiria espaço.
— Está aqui por quê? – Maellen perguntou e Carol se remexeu em seu acento.
— Um engano. – Na elle riu baixinho e assentiu.
— Todas dizemos isso, até o momento que nos conformamos em assumir a culpa. – Ela disse. — Do que foi acusada?
— Assassinato. – Disse seriamente.
— Uou, interessante. E quem você matou?
— Não matei ninguém. – Carol disse firmemente e com a expressão de irritação em seu rosto.
— Quem te acusaram de matar? – A garota reformulou a pergunta.
— Meu irmão e de tentar matar minha mãe.
— Nossa. Quanto tempo pegou? – A garota perguntou curiosa.
— Vinte e dois anos.
— Bem, sua pena pode se reduzir para mais da metade disso se você se comportar. Eu mesma, peguei sete anos, estou aqui há dois anos e meio e saio no próximo semestre se manter a boa conduta.
— Minha pena implica em não ter direito á redução de pena por bom comportamento ou por pagamento de fiança. – Carol explicou. — Oque fez?
— Roubo de carro e presa em flagrante.
— Pegou tudo isso por roubo de carro?
— Eu não sabia que era do senador. – Carol abriu a boca surpresa, mas aparentemente a garota estava acostumada com aquilo.
— Bem, logo sairá daqui então. – Carol disse, voltando a olhar para a garota de olhos castanhos. Ela sabia que deveria seguir o conselho da policial Esquierdo, mas não entendia o porquê de ser tão observada.
— Sim. Reparei que tem três de olho em você. – Maellen disse. – Por sorte a minha não está.
— Não entendi.
— Às vezes elas trocam de parceiras e as antigas ficam desprotegidas novamente.
Tem vezes que elas ficam com mais de uma parceira. Sabe a tatuada? – Carol assentiu assim que viu que maellen se referia à garota da fila — Seu nome é Scarlett, mas a chamamos de Scar e acredite, não é pelo nome. – A garota revelou. — É porque a cada nova cicatriz ele faz uma nova tatuagem em cima.
— Oh. – Carol disse levemente assustada.— Ela parece está de olho em você, mas não se preocupe. Ela só aparenta ser assustadora, é um doce de pessoa.
— Estou ficando assustada. – Carol revelou, rindo fraco e a garota assentiu.
— Desculpe, não foi minha intenção. – Maellen disse, olhando para um ponto fixo atrás de Carol antes de se levantar. — Preciso ir, minha mulher está me chamando. Até mais. – Disse e saiu, Carol olhou pra trás e viu uma garota morena, magra, porém de riso fácil dando um selinho em maellen.
A garota suspirou amedrontada em seu interior. Em que furada sua mãe havia lhe metido dessa vez?
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Presa Por Acaso | Babitan
Fanfiction| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...