Emergir após ter quase se afogado te faz sentir aliviado, exasperado, inquieto, feliz e ao mesmo tempo desesperado. Sua respiração se descontrola e seu pulso acelera inexplicavelmente. Era exatamente assim que Bárbara se sentia, como se quase houvesse se afogado.
Carol era seu mar.
Os lábios quentes sobre os seus não a deixava pensar, só sabia de algo: Precisava de mais e foi com tal pensamento que apenas permitiu a passagem da língua da menor, vibrando internamente com o contato.
Não era um beijo qualquer, era Carol ali. Carol Marzin. Ela não podia acreditar naquilo, não conseguia cair sua ficha de que beijava a garota qui...
Ela vetou seus pensamentos quando a menor chupou seu lábio inferior e enfiou as duas mãos por dentro da sua camisa, arranhando as unhas curtas em sua pele, causando a inflamação de todo seu corpo. Carol voltou a aprofundar o beijo e Bárbara a puxou mais pra si, levando uma de suas mãos até o cabelo da nunca da menor e a enfiando ali, os puxando de leve, sentindo a textura sedosa dos fios entre seus dedos enquanto suas línguas se encontravam em um perfeito encaixe.
Carol arfou contra sua boca e apertou sua cintura, tentando juntar ainda mais os corpos, como se os tentasse fundir.
— Detentas! – A voz firme e ríspida de uma das guardas fez elas separarem as bocas, sem se afastarem totalmente. — Aqui não é lugar pra isso. – Ambas assentiram, se afastando de vez uma da outra.
— Não deveríamos ter feito isso. – Bárbara, que possuía seu lábio ligeiramente avermelhado, falou e Carol negou com a cabeça.
— Claro que deveríamos. – Disse, sem se importar com o fato de pouco tempo atrás ter pensado que deveria tentar não se apaixonar por Bárbara.
— Você tem problemas de interpretação? – Bárbara perguntou. — Milena disse para você não me encarar e você me encarou; Eu disse para você não se aproximar e você vive criando conversas íntimas; Agora digo que não deveríamos e você diz que sim.
— Não tenho problemas de interpretação. Apenas sei formar opiniões própria. – Carol debateu e Bárbara suspirou, indo em direção à sua cela.
— Pare de me seguir, Carol! – Bárbara pediu.
— Só quando me disser por que não deveríamos. – Carol falou e Bárbara entrou em sua cela, subindo em sua cama e se virando para a parede. Carol suspirou e se encostou na parede de frente para o beliche. — Eu não sabia que te incomodava tanto assim. Desculpe.
— Não faça isso.
— Isso o quê? – Carol perguntou e Bárbara se virou para ela.
— Esse drama todo, me mostrando que estou agindo exageradamente. – Bárbara explicou e Carol a fitou, sorrindo fraco antes de assentir e se deitar em sua cama. O silêncio pertubador fez Bárbara suspirar. — Carol?
Silêncio
— Carol?
— O que é? – Carol perguntou e Bárbara se equilibrou em seu peito, olhando para a cama de baixo.
— Está brava comigo? – Bárbara perguntou e Carol negou. — Então por que não me respondeu de primeira?
— Não faz sentido as discussões idiotas que temos. Você é um maldito ponto de interrogação que fica no final de toda frase minha. – Carol disse encarando-a, vendo os olhos castanhos refletirem um lampejo de tristeza.
— Desculpe. – Bárbara murmurou e Carol se surpreendeu. — Só há perguntas que para a minha proteção eu devo manter as minhas respostas para mim. – Bárbara falou.
— Eu ainda tenho mais dois anos aqui, preciso manter meu foco.
— Bem, se minha advogada não for eficiente o suficiente eu ainda tenho vinte e dois, então boa sorte com seu dois anos. – Carol disse e Bárbara mordeu seu lábio inferior descendo da cama.
— O que fez para pegar tanto? – Bárbara perguntou curiosamente e Carol foi para o canto de sua cama, esticando a mão para Bárbara.
A maior encarou sua mão com hesitação, até finalmente segurá-la, sentindo a menor lhe puxar para seu lado. Bárbara respirou fundo, sentindo o cheiro do condicionador de Carol impregnado no travesseiro.
— Não fiz nada, mas fui acusada do assassinato do meu irmão e de ter tantado assassinar minha mãe. — Carol disse, vendo bárbara arregalar os olhos completamente suspresa. Eu não fiz isso, eu juro, mas sei que você não vai acreditar em mim. – Carol disse, brincando com a bainha de sua blusa.
Ela se surpreendeu quando sentiu Bárbara acariciar seu rosto, fitando-a com seu olhar carregado de afeto.
— Você poderá pegar uma boa grana quando processar esses babacas do Estado, hm? – Bárbara perguntou e Carol assentiu ainda cética.
— Você vai acreditar que sou inocente assim... Fácil? – Carol perguntou e Bárbara assentiu.
— Já acreditei. – Bárbara disse sorrindo de lado e Carol se virou para ela.
— Eu não vou perder meu tempo processando eles. – Carol disse e Bárbara franziu o cenho.
— Por que não? – Indagou sem jamais deixar de acariciar o rosto da menor, que suspirou ante ao toque gentil.
— Porque eu quero viver minha vida, desfrutar das coisas que eu não dava valor antes, sabe? – Carol perguntou. — Não quero ficar enfurnada em um sala o dia todo diante de uma pilha de papéis. Quero ir no parque central e me deitar sobre o gramado enquanto admiro os pássaros no céu e sinto ar fresco acariciar minha pele.
— O futuro amor de sua vida poderia esta junto e ambos poderiam alimentar os patos. – Bárbara disse e Carol sorriu assentindo.
— Me soaria um bom lugar para eu dizer que a amo. – Carol disse, e Bárbara suspirou. — Uma pena nada disso existir. – Falou e Bárbara assentiu.
— Mas você tem chances de ser feliz quando sair daqui, sabe? – Viver, receber de bom tudo o que já ofereceu a esse mundo. – Bárbara disse e Carol subiu seu olhar, analisando meticulosamente cada palavra que Bárbara havia dito.
— Porque sempre fala como se eu tivesse sido uma heroína lá fora? – Carol perguntou e Bárbara negou, parando sua carícia.
— Nada. – Respondeu baixando seu olhar. — Se sua advogada conseguir a sua inocência você sai em quanto tempo?
— Cinco meses e duas semanas. – Carol disse e Bárbara assentiu, fitando os lábios tão atrativos da menor.
— Acho que mudei de ideia sobre nos beijarmos. – Ela sussurrou e Carol a olhou cheia de expectativa. — Mas me prometa que não fará tantas perguntas.
— Não posso prometer isso. – Carol disse, umidecendo seus lábios. — Mas gostei da ideia de voltarmos a nos beijar loucamente. – Carol disse sorrindo maliciosa e Bárbara riu. — Por que mudou de ideia? – Indagou curiosa e a maior suspirou, passando um braço por seu corpo, a abraçando.
— Porque sei que será inocentada, e, bem, acho que eu gostaria de aproveitar um pouco que vou ter de você. Bárbara confessou ruborizando e Carol sentiu um arrepio cortar sua espinha. Quanto mais tempo passava, mais encantadora Bárbara se tornava ao seua olhos.
— Então pode aproveitar bastante. – Carol sussurrou, levando uma mão até a nuca de Bárbara para então arrastar as unhas ali, vendo um novo brilho nascer nos olhos da maior.
Ela gemeu quando sentiu Bárbara bejá-la e então a menor puxou a puxou mais para cima de si. Aparentemente os próximos meses não seriam nada ruim trancafiada ali com a maior.
Entretanto, de alguma forma, incomodava se imaginar saindo daquele presídio e deixar Bárbara para trás. Ela espantou seus pensamentos ao ver o rumo que estavam tomando. Focaria no "agora" e, bem, o "agora" possuía a língua de Bárbara se encontrando com a sua enquanto sua mão direita adentrava a camisa de Carol para acariciar diretamente sua pele.
É o "agora" era bem atrativo.
Percebi que não tinha editado esse cap, e tinha coisa faltando. Sorry!!
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Presa Por Acaso | Babitan
Фанфик| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...