Capítulo 16

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Emergir após ter quase se afogado te faz sentir aliviado, exasperado, inquieto, feliz e ao mesmo tempo desesperado. Sua respiração se descontrola e seu pulso acelera inexplicavelmente. Era exatamente assim que Bárbara se sentia, como se quase houvesse se afogado.

Carol era seu mar.

Os lábios quentes sobre os seus não a deixava pensar, só sabia de algo: Precisava de mais e foi com tal pensamento que apenas permitiu a passagem da língua da menor, vibrando internamente com o contato.

Não era um beijo qualquer, era Carol ali. Carol Marzin. Ela não podia acreditar naquilo, não conseguia cair sua ficha de que beijava a garota qui...

Ela vetou seus pensamentos quando a menor chupou seu lábio inferior e enfiou as duas mãos por dentro da sua camisa, arranhando as unhas curtas em sua pele, causando a inflamação de todo seu corpo. Carol voltou a aprofundar o beijo e Bárbara a puxou mais pra si, levando uma de suas mãos até o cabelo da nunca da menor e a enfiando ali, os puxando de leve, sentindo a textura sedosa dos fios entre seus dedos enquanto suas línguas se encontravam em um perfeito encaixe.

Carol arfou contra sua boca e apertou sua cintura, tentando juntar ainda mais os corpos, como se os tentasse fundir.

— Detentas! – A voz firme e ríspida de uma das guardas fez elas separarem as bocas, sem se afastarem totalmente. — Aqui não é lugar pra isso. – Ambas assentiram, se afastando de vez uma da outra.

— Não deveríamos ter feito isso. – Bárbara, que possuía seu lábio ligeiramente avermelhado, falou e Carol negou com a cabeça.

— Claro que deveríamos. – Disse, sem se importar com o fato de pouco tempo atrás ter pensado que deveria tentar não se apaixonar por Bárbara.

— Você tem problemas de interpretação? – Bárbara perguntou. — Milena disse para você não me encarar e você me encarou; Eu disse para você não se aproximar e você vive criando conversas íntimas; Agora digo que não deveríamos e você diz que sim.

— Não tenho problemas de interpretação. Apenas sei formar opiniões própria. – Carol debateu e Bárbara suspirou, indo em direção à sua cela.

— Pare de me seguir, Carol! – Bárbara pediu.

— Só quando me disser por que não deveríamos. – Carol falou e Bárbara entrou em sua cela, subindo em sua cama e se virando para a parede. Carol suspirou e se encostou na parede de frente para o beliche. — Eu não sabia que te incomodava tanto assim. Desculpe.

— Não faça isso.

— Isso o quê? – Carol perguntou e Bárbara se virou para ela.

— Esse drama todo, me mostrando que estou agindo exageradamente. – Bárbara explicou e Carol a fitou, sorrindo fraco antes de assentir e se deitar em sua cama. O silêncio pertubador fez Bárbara suspirar. — Carol?

Silêncio

— Carol?

— O que é? – Carol perguntou e Bárbara se equilibrou em seu peito, olhando para a cama de baixo.

— Está brava comigo? – Bárbara perguntou e Carol negou. — Então por que não me respondeu de primeira?

— Não faz sentido as discussões idiotas que temos. Você é um maldito ponto de interrogação que fica no final de toda frase minha. – Carol disse encarando-a, vendo os olhos castanhos refletirem um lampejo de tristeza.

— Desculpe. – Bárbara murmurou e Carol se surpreendeu. — Só há perguntas que para a minha proteção eu devo manter as minhas respostas para mim. – Bárbara falou.

— Eu ainda tenho mais dois anos aqui, preciso manter meu foco.

— Bem, se minha advogada não for eficiente o suficiente eu ainda tenho vinte e dois, então boa sorte com seu dois anos. – Carol disse e Bárbara mordeu seu lábio inferior descendo da cama.

— O que fez para pegar tanto? – Bárbara perguntou curiosamente e Carol foi para o canto de sua cama, esticando a mão para Bárbara.

A maior encarou sua mão com hesitação, até finalmente segurá-la, sentindo a menor lhe puxar para seu lado. Bárbara respirou fundo, sentindo o cheiro do condicionador de Carol impregnado no travesseiro.

— Não fiz nada, mas fui acusada do assassinato do meu irmão e de ter tantado assassinar minha mãe. — Carol disse, vendo bárbara arregalar os olhos completamente suspresa.  Eu não fiz isso, eu juro, mas sei que você não vai acreditar em mim. – Carol disse, brincando com a bainha de sua blusa.

Ela se surpreendeu quando sentiu Bárbara acariciar seu rosto, fitando-a com seu olhar carregado de afeto.

— Você poderá pegar uma boa grana quando processar esses babacas do Estado, hm? – Bárbara perguntou e Carol assentiu ainda cética.

— Você vai acreditar que sou inocente assim... Fácil? – Carol perguntou e Bárbara assentiu.

— Já acreditei. – Bárbara disse sorrindo de lado e Carol se virou para ela.

— Eu não vou perder meu tempo processando eles. – Carol disse e Bárbara franziu o cenho.

— Por que não? – Indagou sem jamais deixar de acariciar o rosto da menor, que suspirou ante ao toque gentil.

— Porque eu quero viver minha vida, desfrutar das coisas que eu não dava valor antes, sabe? – Carol perguntou. — Não quero ficar enfurnada em um sala o dia todo diante de uma pilha de papéis. Quero ir no parque central e me deitar sobre o gramado enquanto admiro os pássaros no céu e sinto ar fresco acariciar minha pele.

— O futuro amor de sua vida poderia esta junto e ambos poderiam alimentar os patos. – Bárbara disse e Carol sorriu assentindo.

— Me soaria um bom lugar para eu dizer que a amo. – Carol disse, e Bárbara suspirou. — Uma pena nada disso existir. – Falou e Bárbara assentiu.

— Mas você tem chances de ser feliz quando sair daqui, sabe? –  Viver, receber de bom tudo o que já ofereceu a esse mundo. – Bárbara disse e Carol subiu seu olhar, analisando meticulosamente cada palavra que Bárbara havia dito.

— Porque sempre fala como se eu tivesse sido uma heroína lá fora? – Carol perguntou e Bárbara negou, parando sua carícia.

— Nada. – Respondeu baixando seu olhar. — Se sua advogada conseguir a sua inocência você sai em quanto tempo?

— Cinco meses e duas semanas. – Carol disse e Bárbara assentiu, fitando os lábios tão atrativos da menor.

— Acho que mudei de ideia sobre nos beijarmos. – Ela sussurrou e Carol a olhou cheia de expectativa. — Mas me prometa que não fará tantas perguntas.

— Não posso prometer isso. – Carol disse, umidecendo seus lábios. — Mas gostei da ideia de voltarmos a nos beijar loucamente. – Carol disse sorrindo maliciosa e Bárbara riu. — Por que mudou de ideia? – Indagou curiosa e a maior suspirou, passando um braço por seu corpo, a abraçando.

— Porque sei que será inocentada, e, bem, acho que eu gostaria de aproveitar um pouco que vou ter de você. Bárbara confessou ruborizando e Carol sentiu um arrepio cortar sua espinha. Quanto mais tempo passava, mais encantadora Bárbara se tornava ao seua olhos.

— Então pode aproveitar bastante. – Carol sussurrou, levando uma mão até a nuca de Bárbara para então arrastar as unhas ali, vendo um novo brilho nascer nos olhos da maior.

Ela gemeu quando sentiu Bárbara bejá-la e então a menor puxou a puxou mais para cima de si. Aparentemente os próximos meses não seriam nada ruim trancafiada ali com a maior.

Entretanto, de alguma forma, incomodava se imaginar saindo daquele presídio e deixar Bárbara para trás. Ela espantou seus pensamentos ao ver o rumo que estavam tomando. Focaria no "agora" e, bem, o "agora" possuía a língua de Bárbara se encontrando com a sua enquanto sua mão direita adentrava a camisa de Carol para acariciar diretamente sua pele.

É o "agora" era bem atrativo.

Percebi que não tinha editado esse cap, e tinha coisa faltando. Sorry!!

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora