Conforme cada pagina era engolida pelo cérebro de Carol, Bárbara assistia cada reação da menor, que estava deitada em sua cama enquanto Bárbara estava apoiada na grade do lado de fora, vendo o movimento dos corredores e, disfarçadamente, admirando Carol.
Um riso gracioso chamou atenção de Bárbara, que até tentou ignorar, mas não conseguiu.
- O que está lendo? - Bárbara perguntou e Carol abaixou o livro e ergueu a vista para Bárbara, vendo-a de braços cruzados do lado de fora.
- Uma comédia romântica. - Carol disse e Bárbara assentiu. A menor percebeu que Bárbara ia dizer algo, porém fechou a boca sem proferir palavra alguma. - Já leu esse? - Ela perguntou, erguendo o livro para Bárbara ver a capa laranjada e amarelada, onde continha duas mulheres.
- Já li todos eles. Essa semana chega mais livros que pedi. - Bárbara falou e Carol assentiu.
- Posso pedir alguns também. Só preciso esperar minha irmã vir me visitar. - Carol disse e Bárbara deu um passo para dentro da cela.
- Ela ainda não veio te ver ou estou enganada?
- Veio no dia que eu cheguei, mas ela anda ocupada com algumas coisas importantes. - Carol disse, colocando o marcador de páginas no livro antes de fechá-lo.
- Quanto tempo você, hm, pegou? Você disse à médica que não pode ter a pena reduzida. - Bárbara falou, entrando de vez na cela antes de encostar na parede, parando de frente para carol.
- Vinte e dois anos. - Carol disse, vendo Bárbara arregalar os olhos. - E você?
- Não te in...
- Para com isso. - Carol pediu, vendo os olhos castanhos a encararem após terem fitado o chão. - Está claro que você quer conversar comigo e se aproximar. Eu não sei por qual razão você precisa manter sua pose de durona, mas comigo isso realmente não está funcionando. - Bárbara bufou.
- Não é pose. - Bárbara falou e Carol riu baixinho.
- Tudo bem, mesmo que você seja assim, comigo não está funcionando. Está ficando vergonhoso você tentar me evitar, mas sempre puxar assunto.
- Eu não sei porque eu ainda ouço o que você diz. - Bárbara reclamou e Carol riu, levantando rapidamente da cama para prender os dois braços ao redor de Bárbara, impedindo que ela voltasse a sair.
- Não precisamos ser amigas, se é isso que teme, porém tampouco precisamos ser duas desconhecidas, Bárbara. - Carol falou e Bárbara olhou os braços magros ao seu redor.
- Você realmente não tem medo de mim, não é? - Bárbara perguntou com o músculo do maxilar enrijecido e Carol sorriu.
- Às vezes, mas cuidando de mim e se preocupando comigo do jeito que você faz fica difícil manter em mente que preciso ter medo de você. - Bárbara suspirou e a fitou.
- Só senti pena de um pobre coitada que seria vítima de Alex. - Bárbara disse e Carol sorriu. Qual era o problema dela que, não importava o que Bárbara falava, sempre sorria?
- Eu não preciso melhorar porra nenhuma. - Bárbara disse exasperada e Carol encolheu os ombros.
_ Como quiser. - Carol falou, voltando a se deitar em sua cama e retornando para a sua leitura. Os olhos castanhos fitaram a decepção estampada no rosto da menor e logo ela bufou.
- Não precisamos ser amiga se conversamos? - Bárbara perguntou e Carol a fitou.
- Não quero mais conversar com você. - Carol disse, voltando a olhar para o livro.
- Por quê? Você queria até trinta segundos atrás. - Bárbara disse confusa.
- Você precisa aprender que nem sempre tudo é como você quer. - Carol rebateu e Bárbara bufou.
- Eu não sei porque perco o meu tempo com você. - Barbara disse bufando, saindo da cela novamente e voltando a cruzar os braços.
Carol se escondeu atrás do livro apenas para sorrir. Decifrar Bárbara era fácil demais e, em apenas alguns dias, ela não entendia como todas as detentas temiam a garota.
Ela viu como a maior bufava a cada cinco segundos e sabia que estava com seu ego ferido, então fez algo para a outra restabelecer a paz interior.
- Bárbara? - Carol chamou e a garota colocou a cabeça para dentro da cela. - Está entediada?
- Por qual outra razão eu teria puxado assunto com você? - Bárbara disse e Carol sorriu. A resposta grossa já era imaginada.
- Quer ler comigo? - Carol perguntou e Bárbara piscou lentamente, cética. - Já disse, não seremos amigas. - Falou deitando mais para o canto e Bárbara assentiu, se deitando ao seu lado.
- Em qual parte está? - Bárbara perguntou.
- Na parte em que o menino é descoberto pelas amigas da protagonista. - Carol disse e Bárbara riu.
- Eu adoro esse livro. - Ela disse e Carol se permitiu contemplar sua beleza de perto. Não foi uma olhada de soslaio, foi uma olhada daquelas que deixam bem claro para você que está sendo observado.
- Não vai mesmo me dizer quanto tempo pegou? - A menor perguntou e Bárbara a fitou.
- Sempre insistente assim? - Carol sorriu e aquiesceu.
- Sempre. - Respondeu sorrindo e Bárbara bufou.
- Sete anos, mas já cumpri três e por bom comportamento já reduzi mais dois. - Carol sorriu ainda mais e se virou de lado, ficando de frente para a maior.
- Bom comportamento, hm? - Carol perguntou provocando enquanto o sorriso enfeitava seus lábios. Não estou surpresa.
- Não está? - Bárbara perguntou surpresa e Carol meneou a cabeça.
- Não. Eu não sei por que as garotas temem a você, mas já percebi que você é boa.
- Ninguém nunca ousou cruzar o meu caminho aqui dentro para eu provar o contrário. - Bárbara disse friamente e Carol sorriu com a língua entre os dentes.
- Eu ousei. - Carol disse rindo baixinho. - Te desafio o tempo inteiro, não Percebeu? E ainda assim você não fez nada.
& Talvez eu não queira fazer nada. - Bárbara falou e Carol fitou seus lábios. Deveria ser delicioso beijar aquela boca.
- É nisso que eu queria chegar. -)- Carol disse, fitando-a. - Por que comigo é diferente? - Bárbara se obrigou a fitar apenas seus olhos, porém a forma como os olhos de Carol estava fixo em seus lábios não estava ajudando muito em sua concentração. A maior suspirou rendida e começou:
- Marzin, você disse que iria à enfermaria e já está quase na hora das celas se fecharem. Então vá. - Uma policial loira requisitou e Carol assentiu.
- Me conta depois? - Carol sussurrou, e Bárbara negou levantando.
- Não tenho nada para contar.
- Bárbara! - Carol disse e Bárbara cruzou os braços.
- Estão te esperando. - Ela disse e Carol bufou, mas deixou o livro sobre a cama e saiu.
Bárbara iria lhe contar, droga! Mas apesar de Bárbara ter mudado de ideia em relação a dizer, Carol não desistiria fácil.
Bom diaaa :)
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Presa Por Acaso | Babitan
Fanfic| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...