Presa Por Acaso | Babitan

Capítulo 42

Bárbara respirou fundo assim que seu pé voltou a pisar no solo; o ar fresco e levemente frio invadiu seus pulmões, fazendo-a fechar os olhos para sentí-lo espalhar seus cabelos. Seus olhos automaticamente voltaram a se abrir assim que sentiu os dedos frios de Carol se entrelaçando aos seus.

- Fazia três anos, Loirinha. - Bárbara disse finalmente, notando uma linha se formar no rosto de Carol, puxando seu sorriso junto.

- Vem comigo. - Carol disse, puxando-a pela mão. O olhar castanho capturava cada milímetro de visão, desde os passarinhos cantando naquele fim de tarde até a grama extremamente verde, contrastando com o azul do céu.

- Acho que aqui está bom. - A garota falou, sentando-se na grama e cruzando as pernas. Bárbara a seguiu com os olhos antes de sorrir.

- Uau. - A maior disse e Carol a fitou.

- O que foi? Não vai se sentar comigo? - A menor indagou e Bárbara mordeu o lábio inferior.

- Não é isso. É que... Acho que nunca me sentei em um parque antes. - Ela disse.

- Digo, não para apenas desfrutar da vista.

- Acho que algumas rotinas não permitem isso. - Carol falou.

- Senta aqui pertinho, vem? - Usou de seu tom mais terno, não deixando outra opção para Bárbara senão se sentar ao seu lado, voltando a entrelaçar as mãos.

- Estou livre. - Bárbara disse após alguns segundos, ainda não acreditando que após tanto tempo ela estava em liberdade. Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Carol antes de ela assentir.

- Eu nunca tinha te visto com outra roupa além do uniforme. - Ela disse, analisando Bárbara com adoração.

- Digo, não depois que fui presa. - Se corrigiu ao se lembrar que a viu, ainda que de relance, no passado.

- Você fica ainda mais linda. - Bárbara suspirou e umedeceu seus lábios.

- Você... pode me contar o que aconteceu, agora? - Bárbara perguntou o que realmente queria saber, vendo Carol assentir e começar a explicar tudo o que havia ocorrido, sem deixar nada de lado.

A garota fazia algumas pequenas pausas apenas quando via um sorriso tímido nascer nos lábios de Bárbara conforme ia entendendo que tudo não havia passado de um mal entendido.

- E então... - Carol disse, fitando o antebraço branquelo de Bárbara antes de iniciar uma delicada carícia na região.

- Ainda somos namoradas ou você não me quer mais agora que está aqui fora e com certeza terá um harém de mulheres aos seus pés? - Bárbara riu baixinho.

- Não seja boba. - Bárbara proferiu sutilmente, removendo uma mecha intrusa do rosto de Carol.

- Não há como eu deixar de te querer. - O olhar esverdeado lentamente se levantou, fitando Bárbara. Suas bochechas coraram levemente antes de um sorriso brotar em seus lábios.

- Senti tanto a sua falta. - Carol murmurou, se inclinando alguns centímetros apenas para deslizar a vértice de seu nariz pelo rosto de Bárbara em uma carícia carregada de ternura. Os olhos se encontraram após isso e a intensidade contida naquela troca de olhares fez ambas suspirarem ao mesmo tempo.