— Quero dizer que fui presa pela falta de opções e pelo desespero momentâneo. – Ela disse.
— Conta para mim? – Carol perguntou e Bárbara assentiu. Desde sempre Carol a fazia desejar compartilhar sua vida e seus pensamentos com ela. Algo na garota era simplesmente cativante aos seus olhos. Aliás, algo não, tudo nela era cativante aos seus olhos.
— Meu avô voltou a ter tosses fortes e a cuspir sangue, o que fez eu me desesperar por dinheiro. Tentei de tudo, inclusive pedi em redes sociais, mais era um valor muito alto, nem se eu trabalhasse anos conseguiria.
— Você... roubou? – Carol indagou e Bárbara suspirou.
— Começou a aparecer uns babacas oferecendo dinheiro para transar comigo e aquilo me deu muita raiva. Quem faria aquilo? Eu disse que meu avô estava morrendo e eles me tratando como prostituta, então passei o número da conta para eles e disse que iria.
Trocamos mensagens e enviei fotos de mulheres nuas que achei na Internet para enganar que era eu. Eu estava com raiva... Desesperada. – Bárbara disse com mágoa na voz antes de umedecer os lábios.
— Eles mandaram na minha conta o dinheiro e eu bloqueei eles e vi que o dinheiro vinha fácil. Era de mil dólares para cima, então comecei a fazer isso sempre.
— Sabe que é compreensível na hora do desespero, não é? – Carol disse ao ver o auto-desprezo no olhar de Bárbara.
— Não, Carol, não é. – A maior disse sentindo sua garganta se fechar.
— Faltava tão pouco dinheiro, tão pouco... Mas ninguém mais mandou dinheiro em minha conta e acabei marcando encontro com um deles. Eu o embebedei muito e furtei seu relógio, que eu sabia que valia a quantia que faltava. – Ela riu com desgosto.
— Fui presa por furto e, com as acusações em meu nome, adicionaram a pena de estelionato.
— Eu sinto muito. – Carol disse e Bárbara negou com a cabeça.
— Não sinta. Fui estúpida e acabei tendo todo o dinheiro congelado, o que resultou na morte do meu avô assim que eu fui presa. – Ela falou com pesar.
— Ele morreu com a imagem de uma maldita neta criminosa.
— Bárbara, não! – Carol disse, levando uma mão ao seu rosto.
— Não pense assim, por favor. – Pediu. Ela estava odiando ver a maior se sentir daquela forma.
— Aposto que ele sempre se orgulhou muito de você e deve ter imaginado que você queria o dinheiro. Ele te conhecia... – Os olhos castanhos se focaram nos verdes e mesmo na penumbra do local elas se viam nitidamente.
— Você acha? – Bárbara indagou.
— Eu nunca tive a chance de explicar. Eu...
— Ele sabia. Tenho certeza. – Carol disse, se aconchegando mais nos braços de Bárbara.
— Eu, que te conheço há pouco, saberia, imagina seu avô que com certeza viu seu esforço por ele ao longo dos anos. – A maior suspirou e apoiou sua testa na de Carol, fechando os olhos ao sentir a carícia da menor em seu rosto.
— Eu fui liberada para ir no enterro dele. – Bárbara disse baixinho.
— Fui algemada, mas estive lá. Pedi perdão... Espero que ela tenha me perdoado.
— Ele não tem do que te perdoar, amor. – Carol sussurrou, fazendo Bárbara abrir os olhos ao ouvir a menor proferir aquela palavra.
— Aposto que se ele pudesse, ele te agradeceria por colocar a vida dele acima de todo o resto e lutar por ele.
— Obrigada. – Bárbara disse, dando um meio sorriso.
— Eu acho que quero te beijar... -- Ela sussurrou e Carol sorriu.
— Só acha? – Carol perguntou, deixando um bico manhoso enfeitar seus lábios. A maior sorriu abertamente.
— Eu tenho certeza de que quero te beijar. – Bárbara corrigiu.
— Está esperando o quê? – Carol indagou e Bárbara sorriu, se inclinando para capturar os lábios macios da menor entre os seus. Carol riu entre o beijo ao sentir Bárbara mordiscar seu lábio inferior e levou sua mão até a cintura de Bárbara, apertando-a.
— Eu passaria o resto da vida com você assim... – Bárbara falou com a voz meio abafada e Carol suspirou.
— Não entendo como você é a líder disso aqui... – Carol disse e Bárbara riu.
— Quando eu te contar você não vai acreditar. – Ela falou, descendo beijos pelo pescoço da menor, que arfou e fechou os olhos.
— Você disse "Quando"? Isso quer dizer que vai me contar? – Carol perguntou e retesou os músculos do abdômen quando as mãos de Bárbara adentraram sua camisa e acariciaram a região.
— Sim... Não vou te esconder mais nada.
– Bárbara falou, sentindo Carol segurar sua mão, que migrava para seus seios.
— Então me conta agora, Ba... – Carol pediu com a voz dengosa e Bárbara franziu o cenho.
— Agora? Não podemos transar rapidinho antes? – A maior perguntou e Carol sentiu seu centro avisar que ela estava excitada.
— Eu adoraria, mas quero saber. – Carol falou com muito esforço e a maior negou.
— Preciso conversar com alguém antes... – Bárbara disse e Carol franziu o cenho.
— Mas juro que vou te contar.
— Não pode dizer nem uma prévia? – Carol perguntou mordendo o lábio inferior e Bárbara riu.
— Não seja curiosa, eu te direi, mas não agora. – Ela avisou e Carol entortou o canto dos lábios.
— Vamos lá, não faça essa cara. Vou confiar em você mais do que em qualquer pessoa nessa prisão.
— Até mais que em Thaiga? – Carol indagou confusa.
— Sim. Ela não sabe por que vim presa. Não gosto de falar disso. – Bárbara informou e Carol assentiu, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Bárbara.
— Então acho que vou aceitar a proposta de transarmos... – Carol murmurou.
— Mas nada de rapidinho não. Quero fazer amor com você por horas... – Sussurrou contra os lábios da maior.
— Fazer amor, hm? – Bárbara indagou alegre e Carol assentiu.
— Sim... Quero transar com carinho... – Ela murmurou e Bárbara sentiu sua respiração acelerar ao ouvir o tom de voz de Carol.
Ela engoliu em seco e apenas assentiu, afundando sua língua na de Carol com paixão e lentidão, sentindo seu coração bater não só descompassado, senão feliz também.
Estava com quem queria e, apesar de estar presa, vivia finalmente um momento feliz em sua miserável vida.
Até qualquer dia :)
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Presa Por Acaso | Babitan
Fanfiction| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...