— Pare de fazer essa cara. – Milena reclamou e Thaiga assentiu segurando o riso, voltando seu olhar para Carol.
— Bem, Marzin, digamos que após Milena aceitar meu pedido de casamento, três anos e quatro meses atrás, eu decidi que faria algo que eu amava pela última vez, afinal depois daquele dia eu tomaria juízo. – Falou.
— A mulher da minha vida havia aceitado meu pedido, quem não tomaria juízo? – Indagou rindo.
— Mas houve um acidente.
— Argh. Eu odeio lembrar disso. – Milena murmurou.
— Pensei que você tivesse morrido.
— Alguém explica? – Carol pediu, alheia a tudo, e Thaiga assentiu, suspirando.
— Bem, eu corria em corridas ilegais por diversão, porém na minha última corrida um carro se chocou contra o meu e a outra pessoa sofreu lesão grave, o que resultou três anos e sete meses de prisão para mim. – Disse e logo suspirou.
— Idiota. – Milena murmurou cruzando os braços.
— Comigo não aconteceu nada além de alguns arranhões e graças a Deus a pessoa do outro carro não morreu, porque além de eu carregar essa culpa ainda poderia pegar até dez anos de prisão. – Falou e Carol arregalou os olhos.
— Falta muito para você sair? – Carol indagou.
— Três meses. – Thaiga falou sorrindo animada.
— E enfim poderemos nos casar. – A morena disse um pouco mais baixo, com os olhos brilhando.
— Mal posso esperar. – Thaiga disse feliz.
— E se você voltar a aprontar eu te largo, você sabe, não sabe? – Milena disse solenemente e Thaiga riu.
— Eu sei, amor. – Ela disse, olhando em volta ao ver que havia chamado Milena de algo mais íntimo.
— Meninas, com licença, mas vou me retirar rapidinho com Carol. – Bárbara falou e elas assentiram, vendo-a puxar Carol pela mão.
— Aonde vamos? – Carol perguntou e Bárbara riu, parando do nada após caminhar mais alguns passos.
— Lugar nenhum, eu só queria ficar sozinha com você para te perguntar algo. – Bárbara falou, levando uma mão até sua própria nuca e alisando a região um pouco desconcertada.
— Bem, hoje todos querem me perguntar algo, pelo jeito. – Carol disse rindo.
— Diz. – Pediu e Bárbara umedeceu os lábios.
— No mundo exterior... Bem, se você saísse daqui e eu também... Você aceitaria, hm, ter mesmo algo sério comigo? Digo, de verdade. Mesmo sabendo que eu não sou ninguém e não tenho nada? – Carol riu ao ver a face de Bárbara ficar rubra e voltou a enlaçar os braços por seu pescoço.
— Em qualquer mundo eu aceitaria ter algo sério com você, Passos. – Ela falou, vendo Bárbara sorrir amplamente antes de colar suas bocas em um selinho demorado.
— Vou manter isso em mente. – Ela disse animada ao separar as bocas.
— Por quê? Há algo que você não está me contando? – Carol indagou e Bárbara assentiu.
— E se namorarmos enquanto estivermos aqui dentro? – Ela despejou do nada, rindo ao ver a expressão boquiabierta de Carol.
— Eu sei que eu disse que você merecia alguém melhor, mas eu sei que eu vou lutar todos os dias para você sorrir... – A reação paralisada de Carol, de repente, a deixou insegura.
Céus, ela estava tão feliz pela notícia que Milena havia trazido que acabou exagerando na dose de entusiasmo. Carol deveria estar pensando que ela era uma bipolar ou, pior, uma louca.
— Hm, vamos sair em tempos diferentes. – Ela disse olhando para os lados.
— Eu não tenho o direito de te pedir para me esperar, por isso eu quis ser algo especial para você enquanto estamos aqui, só para poder lembrar que um dia namorei você. – Ela exalou o ar de seus pulmões.
— Desculpe, eu deveria fazer isso direito.
– Ela completou enrubescendo.
— Eu só pensei que... Nada. Deixa! Eu não disse nada.
— Por que o desespero, Bárbara? – Carol perguntou rindo ao ver a reação da maior.
— Você fica tão fofa quando cora. – Falou sorrindo.
— E é claro que eu aceito namorar com você.
— Jura? Digo, você tem certeza? – A maior perguntou e Carol assentiu, pincelando seu nariz com o da maior.
— Para todas daqui eu já sou até sua mulher mesmo. – Proferiu rindo baixinho.
— Só faltava nós duas deixarmos de ser bobas e tornar isso mais sério, porque até dizer que sou apaixonada por você eu já disse.
— Poderia dizer de novo? – Bárbara perguntou, irradiando felicidade.
– Digo, você aceitou, não é? Seria legal dizer isso para sua namorada então. – A maior falou ainda envergonhada e Carol riu.
— Quando entrei aqui e vi aquela pose de durona eu jamais imaginaria você corando. – Carol falou rindo baixinho, colocando uma expressão seria em seu rosto ao fitar Bárbara intensamente.
— Eu sou completamente apaixonada por você, Bárbara.
A maior sentiu seu estômago revirar e seu coração bater freneticamente contra seu peito, afinal, aquelas palavras somadas ao jeito intenso como Carol a fitava a tiravam de órbita.
— Planeta Terra chamando. – Carol disse, fazendo a maior piscar confusa antes de fitá-la e um sorriso brotar em seus lábios.
— Desculpe. – Bárbara pediu rindo sem graça.
— Eu também sou apaixonada por você, Carol. – Ela falou, colocando duas mãos ao redor da menor.
— Tanto.
— Bastante ao ponto de me dar um daqueles beijos deliciosos na frente de toda essa gente? – Carol perguntou sorrindo e o olhar de Bárbara percorreu o perímetro, cintilando um brilho diferente antes de voltar a fitar a menor.
— Sim, ainda mais sabendo que a sua médica preferida está vindo em nossa direção. – Ela falou e, quando Carol estava a ponto de olhar para o lado, Bárbara a beijou.
Ela iria protestar, porém acabou rindo internamente da forma boba como Bárbara sentia ciúmes daquela médica.
— Olha só que prova linda de que eu gosto só de você, hm? – Carol murmurou entre o beijo.
— Hey! Não vire isso a seu favor. Você que me desafiou a te beijar aqui e não o contrário. – Bárbara protestou e a menor sorriu.
— Certo, certo. Então te desafio a me dar mais um beijo. – Sussurrou contra seus lábios e Bárbara não pensou duas vezes antes de voltar a aprofundar o beijo entre elas, vibrando internamente pelo fato da médica nem ter se aproximado e por poder pensar em um futuro real com Carol, fora dali, tudo graças à Milena Esquierdo.
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Presa Por Acaso | Babitan
Fanfiction| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...