— Bárbara? – Carol chamou no meio da madrugada, fazendo a maior abrir os olhos imediatamente.
— O que foi? – Ela perguntou meio sonolenta e Carol se virou na cama, enterrando o rosto em seu pescoço.
— Tive um pesadelo. – Ela disse baixinho e Bárbara nada disse, apenas envolveu um de seus braços em torno de Carol e iniciou uma carícia mansa.
— Quer compartilhar? – A maior indagou e Carol assentiu.
— Eu saía daqui e você ficava... E eu nunca mais te via. Você não queria me deixar te visitar, nessa droga de pesadelo. – Carol disse e o silêncio se propagou pelo ambiente.
— Sh... – Bárbara falou, depositando um beijo nos cabelos loiros. A menor a abraçou fortemente antes de voltar a falar algo.
— É exatamente o que fará, não é? – Carol perguntou e Bárbara a fitou. Apesar do escuro ela conseguia ver com clareza os olhos verdes e tristes.
— Eu sou pobre fora daqui. – Bárbara disse por fim.
— E fodida. Eu não tenho ninguém lá fora. Sequer tenho aonde ficar. – Confessou. : Nunca fiz uma faculdade e terei a ficha manchada, o que dificultará minhas chances de arrumar um emprego. – Sua mão foi até o rosto de Carol unicamente para enxugar uma lágrima solitária.
— É isso o que quer para a sua vida?
— Eu quero você para a minha vida e não importa o resto, Bárbara. – Carol falou e a maior umedeceu os lábios.
— Você merece coisa melhor, Carol. Alguém que possa...
— Não! – A menor a cortou.
— Eu não preciso de alguém rico, eu já sou e sei que o dinheiro não pode comprar amor. – Falou firmemente.
— Não preciso de alguém formado em nada, Bárbara. Olha, você pode não ter um lugar na alta sociedade, mas cuidou de mim melhor do que qualquer pessoa antes.
— Quando você sair faltará um ano e meio ainda para eu sair, Carol. – Bárbara disse tristemente.
— Você pode encontrar alguém lá fora e...
— Não! – A cortou novamente.
— Um ano e meio não é nada perto do resto de nossas vidas. – Bárbara sentiu seus olhos arderem, ninguém nunca havia insistido nela daquela forma.
— Você só me conhece há dois meses, Loirinha.
— Mas já percebi que o coração da garota que me deu um bilhete anos atrás não mudou e eu gosto disso em você.
— Podemos... Não falar disso agora? – Bárbara pediu e Carol assentiu tristemente.
— Tudo bem. – Carol disse e se inclinou, aplicando um beijo nos lábios da maior antes de se virar, puxando o braço de Bárbara junto com ela, fazendo-a abraçá-la. Fazia semanas que Bárbara não dormia na própria cama, Carol sempre queria ela ali com ela.
— A terceira vez que nossas vidas se cruzaram foi em um hospital. - Bárbara disse do nada, a abraçando mais forte.
— E é por essa vez que eu sei que você merece mais do que eu. – Carol se virou para ela rapidamente, analisando minuciosamente suas feições.
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Presa Por Acaso | Babitan
Fanfic| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...