Capítulo 28

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— Bárbara? – Carol chamou no meio da madrugada, fazendo a maior abrir os olhos imediatamente.

— O que foi? – Ela perguntou meio sonolenta e Carol se virou na cama, enterrando o rosto em seu pescoço.

— Tive um pesadelo. – Ela disse baixinho e Bárbara nada disse, apenas envolveu um de seus braços em torno de Carol e iniciou uma carícia mansa.

— Quer compartilhar? – A maior indagou e Carol assentiu.

— Eu saía daqui e você ficava... E eu nunca mais te via. Você não queria me deixar te visitar, nessa droga de pesadelo. – Carol disse e o silêncio se propagou pelo ambiente.

— Sh... – Bárbara falou, depositando um beijo nos cabelos loiros. A menor a abraçou fortemente antes de voltar a falar algo.

— É exatamente o que fará, não é? – Carol perguntou e Bárbara a fitou. Apesar do escuro ela conseguia ver com clareza os olhos verdes e tristes.

— Eu sou pobre fora daqui. – Bárbara disse por fim.

— E fodida. Eu não tenho ninguém lá fora. Sequer tenho aonde ficar. – Confessou. : Nunca fiz uma faculdade e terei a ficha manchada, o que dificultará minhas chances de arrumar um emprego. – Sua mão foi até o rosto de Carol unicamente para enxugar uma lágrima solitária.

— É isso o que quer para a sua vida?

— Eu quero você para a minha vida e não importa o resto, Bárbara. – Carol falou e a maior umedeceu os lábios.

— Você merece coisa melhor, Carol. Alguém que possa...

— Não! – A menor a cortou.

— Eu não preciso de alguém rico, eu já sou e sei que o dinheiro não pode comprar amor. – Falou firmemente.

— Não preciso de alguém formado em nada, Bárbara. Olha, você pode não ter um lugar na alta sociedade, mas cuidou de mim melhor do que qualquer pessoa antes.

— Quando você sair faltará um ano e meio ainda para eu sair, Carol. – Bárbara disse tristemente.

— Você pode encontrar alguém lá fora e...

— Não! – A cortou novamente.

— Um ano e meio não é nada perto do resto de nossas vidas. – Bárbara sentiu seus olhos arderem, ninguém nunca havia insistido nela daquela forma.

— Você só me conhece há dois meses, Loirinha.

— Mas já percebi que o coração da garota que me deu um bilhete anos atrás não mudou e eu gosto disso em você.

— Podemos... Não falar disso agora? – Bárbara pediu e Carol assentiu tristemente.

— Tudo bem. – Carol disse e se inclinou, aplicando um beijo nos lábios da maior antes de se virar, puxando o braço de Bárbara junto com ela, fazendo-a abraçá-la. Fazia semanas que Bárbara não dormia na própria cama, Carol sempre queria ela ali com ela.

— A terceira vez que nossas vidas se cruzaram foi em um hospital. - Bárbara disse do nada, a abraçando mais forte.

— E é por essa vez que eu sei que você merece mais do que eu. – Carol se virou para ela rapidamente, analisando minuciosamente suas feições.

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora