Esse era o medo manter proximidade com Carol: Uma hora ela baixaria sua guarda e a menor perceberia algum deslize.
— O quê? – Bárbara perguntou incrédula. – Você enlouqueceu?
— Como sabe sobre o meu pai? – Carol voltou a perguntar com solenedade. – Os olhos castanhos se fecharam para a maior enxaguar o condicionador de seu cabelo.
— Eu não colocaria uma estrupadora ou serial killer dentro da minha cela, então pedi para Milena puxar sua ficha. – Bárbara falou e Carol a olhou cética.
— Você viu o crime que fui acusada? – Carol perguntou incrédula.
— Vi. – Bárbara disse naturalmente.
— E mesmo assim me mudou para sua cela? – Indagou surpresa.
— Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Alex. – Bárbara disse seriamente, fechando o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas.
— Porque eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? – Carol perguntou cética e Bárbara bufou.
— É a porra da policia federal. Eles sabem tudo sobre você. – Bárbara disse e Carol aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Bárbara e pegou a toalha de sua mão, vendo a maior desviar os olhos para outro lugar qualquer.
— Quantos anos você tem? – Carol perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.
— O suficiente.
— Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? – Carol perguntou e Bárbara suspirou.
— Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. – Bárbara disse e Carol assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixando o sujo.
— Sabe que eu saber sua idade não faz de você minha amiga, não é? – Carol perguntou, indo para o vestiário apenas para se vestir rapidamente.
— Mas seria um começo. – Bárbara alertou.
— Então tenho um belo começo de amizades com meus atores preferidos de Hollywood, preciso que eles saibam. – Carol disse sarcástica e Bárbara revirou os olhos.
— Vinte e Seis. – Bárbara disse por fim e Carol ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.
— Doeu? – Carol perguntou sorrindo e a maior franziu o cenho. — Dizer sua idade. doeu?
— Quase. Qual a sua? – Bárbara perguntou.
— Não viu na minha ficha? – Carol perguntou debochadamente e Bárbara revirou os olhos, terminando de se vestir antes de machar a passos duros para sua cela, deixando Carol sozinha.
A menor riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum de pressa para sua cela.
— Desculpe. – Carol pediu ao ver a maior penteando seus cabelos com uma escova. — Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.
— Não soou. – Bárbara disse seriamente e Carol assentiu.
— Tenho vinte e quatro anos. – Carol mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. — O que mais viu em minha ficha? – Ela perguntou temerosa.
— Nada. Só o fato de saber seu crime.
— Não foi meu crime, mas entendi. – Carol disse. — E sobre meu pai, certo? - Carol perguntou e Bárbara assentiu.
— Certo.
— Sabe o que é bem curioso? – Carol começou, pegando sua escova de dentes em suas coisas. — Que todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.
— O que está insinuando? – Bárbara perguntou e Carol meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório dali.
— Nada. Só que não acredito que você tenha visto minha ficha. – Carol disse, vendo Bárbara terminar de pentear seus cabelos e prensá-la contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.
Os olhos verdes enxergaram o músculo do maxilar de Bárbara tensionado e os olhos castanhos lhe fitaram solenemente. Seu olhar desceu para os labios rosados de Bárbara antes de ela sentir sua pulsação acelerar.
— Nunca duvide de mim. – Bárbara disse firmemente e Carol foi ousada em seu próximo ato, esticando o pescoço para ficar mais perto de Bárbara antes de fitá-la intensamente.
— Então me diz, Passos. – Carol começou, com a voz carregada de poder. — Se você realmente viu minha ficha... – Umideceu seus lábios. — Qual foi meu crime?
Ela viu hesitação invadir o olhar castanho e ali ela teve certeza: Bárbara não havia visto sua ficha.
Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Bárbara rodeou sua cintura e grudou os corpos, causando uma leve falta de ar na menor.
— Você fica realmente abalada com toda essa proximidade, não é? – Bárbara perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Carol antes de roçar seus lábios nos dela. — Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... – Carol engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Bárbara. Nas esferas castanhas nasceu um brilho hipinotizante aos olhos de Carol, mas ela se conteve.
— Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. – Carol disse, virando o rosto quando a maior sorriu vitoriosa e se inclinou. — Sem distrações. Quero que me responda! – Pediu com veemência e Bárbara a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.
— Eu não sei a merda do seu crime, está bem? Você me pegou. – Bárbara disse irritada. — Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. – Disse, se deitando e virando para a parede.
— Mas...
— Deixei algumas coisas para você comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!
— Bárbara? – Carol chamou.
— Hm?
— Obrigada. – Agradeceu, começando a escovar seus dentes.
— Não há de quê. – Respondeu Unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Carol não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Presa Por Acaso | Babitan
Fanfic| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...