Capítulo 13

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Esse era o medo manter proximidade com Carol: Uma hora ela baixaria sua guarda e a menor perceberia algum deslize.

— O quê? – Bárbara perguntou incrédula. – Você enlouqueceu?

— Como sabe sobre o meu pai? – Carol voltou a perguntar com solenedade. – Os olhos castanhos se fecharam para a maior enxaguar o condicionador de seu cabelo.

— Eu não colocaria uma estrupadora ou serial killer dentro da minha cela, então pedi para Milena puxar sua ficha. – Bárbara falou e Carol a olhou cética.

— Você viu o crime que fui acusada? – Carol perguntou incrédula.

—  Vi. – Bárbara disse naturalmente.

— E mesmo assim me mudou para sua cela? – Indagou surpresa.

— Não, você sonhou até agora e vai acordar ainda na cela de Alex. – Bárbara disse seriamente, fechando o chuveiro antes de caminhar alguns passos e buscar com a guarda duas toalhas ainda embaladas.

— Porque eles teriam em minha ficha que meu pai está morto? –  Carol perguntou cética e Bárbara bufou.

— É a porra da policia federal. Eles sabem tudo sobre você. – Bárbara disse e Carol aceitou a resposta, desligando o chuveiro. Ela caminhou até Bárbara e pegou a toalha de sua mão, vendo a maior desviar os olhos para outro lugar qualquer.

— Quantos anos você tem? – Carol perguntou, abrindo a embalagem de sua toalha antes de começar a se enxugar.

— O suficiente.

— Você não sabe responder nenhuma pergunta direito? – Carol perguntou e Bárbara suspirou.

— Não é nada pessoal, tudo bem? Eu só não quero amizades. – Bárbara disse e Carol assentiu, vestindo sua roupa íntima antes de ir até a porta pegar um conjunto de uniforme limpo com uma das guardas e deixando o sujo.

— Sabe que eu saber sua idade não faz de você minha amiga, não é? – Carol perguntou, indo para o vestiário apenas para se vestir rapidamente.

— Mas seria um começo. – Bárbara alertou.

— Então tenho um belo começo de amizades com meus atores preferidos de Hollywood, preciso que eles saibam. – Carol disse sarcástica e Bárbara revirou os olhos.

— Vinte e Seis. – Bárbara disse por fim e Carol ergueu a vista, soltando a toalha para vestir a parte de cima do uniforme.

— Doeu? – Carol perguntou sorrindo e a maior franziu o cenho. — Dizer sua idade. doeu?

— Quase. Qual a sua? – Bárbara perguntou.

— Não viu na minha ficha? – Carol perguntou debochadamente e Bárbara revirou os olhos, terminando de se vestir antes de machar a passos duros para sua cela, deixando Carol sozinha.

A menor riu para si mesma e terminou de se vestir, voltando sem resquício algum de pressa para sua cela.

— Desculpe. – Carol pediu ao ver a maior penteando seus cabelos com uma escova. — Eu só acho engraçado suas caretas, mas não quis soar rude ou algo assim.

— Não soou. – Bárbara disse seriamente e Carol assentiu.

— Tenho vinte e quatro anos. – Carol mencionou, cruzando os braços e se sentando em sua cama. — O que mais viu em minha ficha? – Ela perguntou temerosa.

— Nada. Só o fato de saber seu crime.

— Não foi meu crime, mas entendi. – Carol disse. — E sobre meu pai, certo? - Carol perguntou e Bárbara assentiu.

— Certo.

— Sabe o que é bem curioso? – Carol começou, pegando sua escova de dentes em suas coisas. — Que todos os fatos ali, você não gravou a minha idade, preferiu gravar que meu pai faleceu.

— O que está insinuando? – Bárbara perguntou e Carol meneou a cabeça, indo até o pequeno lavatório dali.

— Nada. Só que não acredito que você tenha visto minha ficha. – Carol disse, vendo Bárbara terminar de pentear seus cabelos e prensá-la contra a parede antes que pudesse levar a escova de dentes até sua boca.

Os olhos verdes enxergaram o músculo do maxilar de Bárbara tensionado e os olhos castanhos lhe fitaram solenemente. Seu olhar desceu para os labios rosados de Bárbara antes de ela sentir sua pulsação acelerar.

— Nunca duvide de mim. – Bárbara disse firmemente e Carol foi ousada em seu próximo ato, esticando o pescoço para ficar mais perto de Bárbara antes de fitá-la intensamente.

— Então me diz, Passos. – Carol começou, com a voz carregada de poder. — Se você realmente viu minha ficha... – Umideceu seus lábios. — Qual foi meu crime?

Ela viu hesitação invadir o olhar castanho e ali ela teve certeza: Bárbara não havia visto sua ficha.

Seu raciocínio parou de funcionar corretamente quando um braço de Bárbara rodeou sua cintura e grudou os corpos, causando uma leve falta de ar na menor.

— Você fica realmente abalada com toda essa proximidade, não é? – Bárbara perguntou, sorrindo sugestiva. Seu rosto se aproximou mais alguns milímetros do de Carol antes de roçar seus lábios nos dela. — Não é só proteção para você, eu vejo a forma como me olha... – Carol engoliu em seco e se inclinou, dando um beijo suave no canto dos lábios de Bárbara. Nas esferas castanhas nasceu um brilho hipinotizante aos olhos de Carol, mas ela se conteve.

— Não tente me persuadir a esquecer nossa conversa. – Carol disse, virando o rosto quando a maior sorriu vitoriosa e se inclinou. — Sem distrações. Quero que me responda! – Pediu com veemência e Bárbara a soltou, chutando o lavatório antes de suspirar e se afastar, subindo em sua cama.

— Eu não sei a merda do seu crime, está bem? Você me pegou. – Bárbara disse irritada. — Mas não me pergunte como sei sobre seu pai. Não irei te contar. – Disse, se deitando e virando para a parede.

— Mas...

— Deixei algumas coisas para você comer em sua cama, afinal você perdeu o horário da refeição com a médica gostosa. Boa noite!

— Bárbara? – Carol chamou.

— Hm?

— Obrigada. – Agradeceu, começando a escovar seus dentes.

— Não há de quê. – Respondeu Unicamente, tentando levantar a parede invisível que ela mesma criava entre elas sem saber que Carol não aprendia a lição. Quanto mais misteriosa, mais atrativa aos seus olhos.

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora