Capítulo 20

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Maratona 2/5

(...)

— Passos! – A voz firme da policial Loira fez Bárbara se virar para trás e limpar a garganta, se cobrindo com a parte de cima do uniforme que precisou se abaixar para pegar do chão.

— Pois não? – Perguntou, vendo a policial negar com a cabeça.

— Nada, não quero esse tipo de atividade durante o dia. Se quiserem fazer isso durante a noite o problema é de vocês. – A policial disse e Bárbara assentiu. — Se eu voltar aqui e ver vocês assim teram problema. – Alertou. Puxando o lençol das grades e o fazendo cair no chão antes de sumir de vista.

— Essa foi por pouco. – Bárbara sussurrou e Carol riu, assentindo.

— Eu quase me borrei de medo. – Carol confessou, porém seus olhos pararam na região abaixo dos seios de Bárbara pois dava para ver de lado. Estava sangrando.

— O que foi? – Bárbara perguntou e Carol puxou sua blusa para o lado, analisando a ferida com olhos preocupados.

— O que foi isso? – Perguntou e Bárbara abaixou a vista, encontrando o pequeno ferimento.

— Esse sangue deve estar seco já. Me machuquei hoje pela manhã naquela porcaria de jogo. – Bárbara falou e Carol se levantou, pegando o algodão, Band-Aid e pomada que havia levado para sua cela como brinde por estar na enfermaria.

— Já falei para tomar cuidado nesse jogo. Elas são muito brutas, Bárbara. – Carol falou, molhando o algodão no lavatório antes de se aproximar de Bárbara e deslizar o mesmo sobre sua pele.

— Você abandonou meu time. – Bárbara falou fingindo ressentimento. — Estou com uma jogadora a menos agora.

— Não sirvo para jogar. – Carol falou, cuidando do ferimento antes de correr os olhos pelo corpo de Bárbara a procura de mais. Encontrou outro em suas costas para ela, jogando seus cabelos para frente e se levantando para molhar outro pedaço de algodão. — Aquelas garotas te machucaram aqui em cima como?

— Não faço ideia. – Bárbara respondeu rindo, segurando a camisa na frente dos seios enquanto sentia o algodão deslizar por sua pele. — O chão não é limpinho igual em todos os lugares. Há pontas de concreto tortas também, talvez quando eu caí tenha me machucado também.

— Tome cuidado, por favor. – Carol pediu preocupada e Bárbara assentiu, sentindo Carol parar o que fazia e suspirar. Ela sentiu as pontas dos dedos de Carol percorrerem sua pele desnuda e instantaneamente se arrepiou.

Os lábios de Carol tocaram a pele quente de suas costas, começando a distribuir mansos beijos ao longo da extensão até finalmente apoiar o queixo em seu ombro e envolver seus braços na cintura da garota.

— Eu senti sua falta essa semana. – Carol confessou, percebendo que Bárbara tinha engolido em seco. — Não se afaste assim de novo, Bárbara, por favor.

— Eu não vou. – Bárbara respondeu, se esquivando de Carol apenas para sentir novamente o deslizar do dedo em suas costas, fazendo-a fechar os olhos para manter o auto controle.

— Obrigada por hoje. — Carol disse, deslumbrada conforme sentia a pele macia sob o seu toque.

— De nada. – Bárbara respondeu, controlando novamente sua respiração ao sentir os lábios de Carol tocarem sua nuca vagarosamente. — Pare, Carol... – Bárbara pediu com fraqueza na voz.

— Eu senti mesmo a sua falta... – Carol falou e Bárbara se esquivou dela, vestindo a camisa as pressas sem o sutiã mesmo.

— Você já disse isso. – Bárbara falou ao se virar de frente para Carol e a menor se aproximou, porém Bárbara se levantou.

— Eu sei que você também se sente atraída por mim, então pra que ficar fugindo? – Carol perguntou e Bárbara se encostou na parede.

— Não estou fugindo, mas uma policial meio que nos proibiu de qualquer coisa no dia. – Bárbara falou e Carol assentiu se levantando para ficar de frente para ela.

— Nos proibiu de transar, não de nos beijarmos. – Carol falou e Bárbara riu.

— Eu devo beijar muito bem mesmo, para você estar desesperada assim. – Bárbara falou sorrindo prepotente e Carol franziu os olhos.

— Idiota. – Resmungou. – Não quero mais também. Fique aí com seu egocentrismo e narcirzismo. — Carol reclamou, no entanto, quando estava prestes a sair da cela, sentiu uma mão de Bárbara tocar seu pulso, puxando-a para seus braços.

— Ah, não minta! – Bárbara falou, colando ainda mais os corpos. — Você e eu sabemos que você quer sim. – Seus lábios roçaram nos de Carol antes da menor suspirar.

— E você e eu também sabemos que você também quer. – Carol falou sorrindo de uma forma contida. — Então que tal você só me beijar e ambas calarmos a boca?

— Certo. – Bárbara falou, rindo baixinho antes de se inclinar ligeiramente e beijar Carol. O toque singelo fez ambas suspirarem então a menor se aconchegou mais nos braços de Bárbara, deixando sua língua deslizar pela da outra garota.

— Hmm. – Carol murmurou antes de depositar um selinho em Bárbara. — Que beijo gostoso. – Falou sorrindo contra seus lábios e Bárbara riu, corando levemente.

— Sabe que às vezes eu gostaria de te falar as coisas? – Bárbara comentou, levando uma mão até as mechas de Carol, colocando-as atrás da orelha da menor. — Não tem nada demais em te falar, mas...

— Então me fala. – Carol pediu. – Bárbara riu.

— Eu não queria te contar para não quebrar a barreira entre nós, mas parece que você se infinita, hm? – Bárbara disse rindo e Carol assentiu.

— Sim. – Carol disse e Bárbara umideceu os lábios. — Por favor me conta algo... Sou muito curiosa.

— A maior riu e assentiu.

— Bem, eu posso te contar da primeira vez que eu te vi, que tal? – Bárbara sugeriu e Carol balançou a cabeça positivamente de uma maneira frenetica.

— Se eu te disser que não foi nesse estado você acredita? – Bárbara perguntou e Carol assentiu.

— Eu viajava bastante a alguns anos atrás, então não seria difícil. – Carol disse, deitando sua cabeça no ombro de Bárbara.

— Foi na praia. – Bárbara disse olhando para um ponto distante, como se puxasse de sua memória uma antiga lembrança. — E você estava tão maravilhosa.

— Quem te vê com aquela cara emburrada lá fora jamais acreditaria em você me dizendo coisas assim. – Carol falou rindo e Bárbara suspirou.

— Vai me deixar contar ou não? – Bárbara perguntou e Carol assentiu.

— Desculpe. – Carol se retratou. — É que estou feliz. – Bárbara arqueou uma sobrancelha e a fitou nos olhos.

— Eu imagino. Conversar com sua...

— Não é só por isso. – Carol disse.

— Você voltou a falar comigo e eu não sabia o quanto você poderia fazer falta. – Explicou. — Eu gosto de ficar assim com você, Bárbara.

— Eu também gosto. – Bárbara confessou, vendo Carol envolver os dois braços em torno de seu pescoço.

— Agora conta... – Carol pediu e Bárbara riu, assentindo.

— Sem interrupções? – Bárbara indagou, sentindo Carol fitar seus lábios antes de dar-lhe um beijo casto.

— Pronto. Agora sim, sem interrupções. – Carol disse e Bárbara assentiu.

Não faria mal contar aquilo a Carol, até porque não tinha nada a ver com que ela deveria manter em segredo, porém ela sabia que aos poucos Carol ia desvendando ela. Precisava tomar cuidado, porque algo que aconteceu alguns anos atrás para seu benefício poderia acarretar em grandes problemas se descobrissem.

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora