Capítulo 15

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— Bárbara? – Carol chamou ao se aproximar da mesa, vendo as orbes castanhas se erguerem e lhe fitarem. — Pode vir aqui um minuto?

— Ainda não terminei de comer. – Bárbara falou e Carol suspirou, caminhando até ela e se sentando de frente para a maior.

— Obrigada. – Carol disse baixinho, se arremessando nos braços de Bárbara sem dar tempo da outra falar nada. — Eu amei. – Ela completou, sentindo finalmente os braços da maior se envolverem ao seu redor, abraçando-a de volta.

— De nada. – Ela replicou, sentindo Carol se afastar alguns poucos centímetros e plantar um calmo beijo em seu rosto.

— Como conseguiu? – Carol perguntou, removendo os braços do pescoço de Bárbara, por outro lado, a mais velha permaneceu com seu braços ao redor de Carol. — E não seja grosseira em sua resposta. – Se aprontou em dizer ao ver que Bárbara iria abrir a boca pra dizer algo.

— Hey! – Bárbara repreendeu, mas sua repreensão foi seguida de um enorme sorriso que enfeitou seus lábios. — Pare de saber como eu vou agir.

— Não dá. Você é previsível. – Carol disse rindo baixinho e Bárbara franziu os olhos.

— Não vou te contar como consegui então. – Bárbara disse e Carol abriu a boca surpresa.

— Não! Bárbara, olha... Eu retiro tudo o que eu disse. Você não é nada previsível, eu sequer sei que você só está fazendo isso para eu voltar atrás no que disse. – Carol disse e Bárbara riu, suspirando.

— Tudo bem. Pedi para uma amiga pegar pra mim. – Bárbara respondeu e Carol desviou o olhar para Thaiga, que havia tossido alto.

— De nada. – A ruiva falou e Carol sorriu.

— Obrigado por isso. – Carol disse e Thaiga se espreguiçou.

— Eu preciso dizer "de nada" de novo? – Carol riu graciosamente antes de ousar deitar a cabeça no ombro de Bárbara.

— Coma! Você quase não comeu nada. – Carol impôs e Bárbara negou.

— Não estou com fome. – A mais velha replicou e Carol sentiu Bárbara começar a acariciar suas costas. Aquilo era novo, Bárbara não fazia carinhos.

— Mas precisa comer. – Carol insistiu e Bárbara voltou a negar.

— Comi a fruta. Posso esperar o almoço agora.

— Certo. – Carol disse, vendo Thaiga olhar confusa para Bárbara.

— Só gostaria de agradecer ao sol por aquecer a pedra de gelo. – Thaiga disse do nada, se levantando. — Vou sair daqui porque sei quando atrapalho.

— Você não está atrapalhando. – Carol disse, se aconchegando mais nos braços de Bárbara.

— Tchau. – Thaiga falou, se afastando e Maellen riu.

— Nem pense em sair, Maellen. Não estão atrapalhando. – Carol disse ao olhar de Scar que também saíria. Ambas apenas assentiram e então a menor ergueu seu rosto, fitando Bárbara com um sorriso divertido nos lábios.

— O que foi? – Bárbara indagou.

— Você realmente não acredita que eu só trabalho na enfermaria? – Ela indagou e Bárbara suspirou. — Que bilhete foi aquele? – Ela perguntou rindo.

— Eu sei que só trabalha, só quis te lembrar que esse lugar não é para você. Ela trabalha em um presídio e lida com pessoas perigosas todo tempo. Você tem que, ãm...  – Ela se inclinou para sussurar, afinal as amigas de Carol não sabiam que elas não estavam realmente juntas. — Encontrar alguém que não seja daqui para ocupar esse coração. – Carol franziu o cenho e a fitou.

— Por quê? – Indagou confusa.

— Você merece mais do que isso. – Bárbara disse, olhando para baixo e Carol levou uma mão até seu queixo, o erguendo.

— E se eu não quiser mais do que isso? – Carol indagou, encarando-a com intensidade e Bárbara suspirou.

— Você quer mesmo a médica, não é? – Bárbara perguntou no seu ouvido com ar de derrota e Carol negou com a cabeça, voltando a fitá-la.

— Não estou me referindo à ela. – Carol informou e Bárbara se levantou, jamais deixando de olhá-la.

— Você não deveria se envolver com ninguém daqui. – Bárbara disse e Carol se levantou junto. — Você merece mais.

— Como sabe o que eu mereço ou não? Você se quer me conhece. – Carol disse veemente e Bárbara passou uma mão pelo próprio rosto, respirando fundo antes de rir baixinho e levar uma mão até o rosto de Carol, acariciando-o.

— Destemida como sempre – Bárbara disse sorrindo nostálgica e Carol estranhou a atitude. — Os anos passam, mas você não muda.

— Anos? Você me conhece de antes? – Carol indagou e Bárbara negou com a cabeça.

— Não ouça as bobagens que eu digo. Só acordei com sono. – Bárbara disse, deixando um beijo em sua bochecha antes de começar a caminhar para longe.

— Espere! – Carol chamou, seguindo-a. — Bárbara! – Tentou novamente, sem exito. — Eu não acredito em você. – Carol disse do corredor de suas celas, fazendo Bárbara frear no mesmo momento e se virar pra ela.

— Não acredita em quê? – Bárbara indagou e Carol a alcançou, parando em sua frente. Sua respiração agitada pela aceleração de seus passos.

— Que esteja sonolenta. – Carol disse quase arfando e Bárbara sorriu.

— Tudo bem. – Bárbara disse dando de ombros e Carol segurou seu pulso, não deixando a maior continuar seu caminho.

— Não acredito que você tenha dito "anos" por estar sonolenta. – Confessou. — Não acredito que tenha trocado os frascos por não ter notado e tampouco acredito que seja essa durona que todo mundo aqui dentro crê que é.

— Ah é? – Bárbara perguntou e Carol assentiu. Sentindo seu coração acelerado, ela só não sabia identificar se era por ter acelerado o passo minutos atrás ou por estar falando aquilo para Bárbara.

— Sabe o que mais eu acho? – Carol indagou dando mais um passo a frente, vendo Bárbara negar com a cabeça e prender a respiração. — Que você gosta de mim. Que essa brincadeirinha sobre me beijar são porque realmente você quer isso. – Umideceu os lábios e tomou o ar.

— E no que mais acredita? – Bárbara perguntou, encarando-a como se lêsse sua alma através daquele olhar.

—  Também acredito que o que você diz ser dó de mim é, em realidade, preocupação real.

— Não me importo com você e não quero te beijar, Carol, não alucine. – Bárbara disse fazendo careta e Carol a encostou lentamente na parede entre as duas celas quaisquer.

— Então me prova. – Carol sussurrou, plantando um beijo no canto dos lábios de Bárbara antes de roçar seus lábios nos dela.

— Carol, pare!

— Não! – Carol negou novamente, fitando o lábios rosados a centímetros dos seus enquanto sentia seu corpo inteiro tremular. — Me prove que você não está louca para me beijar, para sentir o gosto dos meus lábios contra o seu.

— Está retratando um desejo seu? – Bárbara disse com a voz ligeiramente falhada e Carol colocou as mãos na cintura da garota.

— Sim, é um desejo meu. – Carol confessou, roçando seus lábios nos de Bárbara. — E se não for o seu também então me afaste...

Os olhos castanhos queimavam Carol e ambas sentiam o ar lhes faltar, corações acelerados e o perfume de Carol exalando as duas.

— Não posso fazer isso... – Barbara disse baixinho. — Não consigo te afastar. – Confessou, sentindo seu peito doer devido à velocidade de seus batimentos.

— Então me beija... – Carol murmurou e no instante seguinte os lábios de Bárbara pousaram sobre os seus com pressa e intensidade, porem, jamais perdendo a delicadeza e realizando, finalmente, o desejo de duas presidiárias.


Opaaan, dormi muito e esqueci de postar esse cap kkkkkkk. Boa tarde :)

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora