— Bárbara? – Carol chamou ao se aproximar da mesa, vendo as orbes castanhas se erguerem e lhe fitarem. — Pode vir aqui um minuto?
— Ainda não terminei de comer. – Bárbara falou e Carol suspirou, caminhando até ela e se sentando de frente para a maior.
— Obrigada. – Carol disse baixinho, se arremessando nos braços de Bárbara sem dar tempo da outra falar nada. — Eu amei. – Ela completou, sentindo finalmente os braços da maior se envolverem ao seu redor, abraçando-a de volta.
— De nada. – Ela replicou, sentindo Carol se afastar alguns poucos centímetros e plantar um calmo beijo em seu rosto.
— Como conseguiu? – Carol perguntou, removendo os braços do pescoço de Bárbara, por outro lado, a mais velha permaneceu com seu braços ao redor de Carol. — E não seja grosseira em sua resposta. – Se aprontou em dizer ao ver que Bárbara iria abrir a boca pra dizer algo.
— Hey! – Bárbara repreendeu, mas sua repreensão foi seguida de um enorme sorriso que enfeitou seus lábios. — Pare de saber como eu vou agir.
— Não dá. Você é previsível. – Carol disse rindo baixinho e Bárbara franziu os olhos.
— Não vou te contar como consegui então. – Bárbara disse e Carol abriu a boca surpresa.
— Não! Bárbara, olha... Eu retiro tudo o que eu disse. Você não é nada previsível, eu sequer sei que você só está fazendo isso para eu voltar atrás no que disse. – Carol disse e Bárbara riu, suspirando.
— Tudo bem. Pedi para uma amiga pegar pra mim. – Bárbara respondeu e Carol desviou o olhar para Thaiga, que havia tossido alto.
— De nada. – A ruiva falou e Carol sorriu.
— Obrigado por isso. – Carol disse e Thaiga se espreguiçou.
— Eu preciso dizer "de nada" de novo? – Carol riu graciosamente antes de ousar deitar a cabeça no ombro de Bárbara.
— Coma! Você quase não comeu nada. – Carol impôs e Bárbara negou.
— Não estou com fome. – A mais velha replicou e Carol sentiu Bárbara começar a acariciar suas costas. Aquilo era novo, Bárbara não fazia carinhos.
— Mas precisa comer. – Carol insistiu e Bárbara voltou a negar.
— Comi a fruta. Posso esperar o almoço agora.
— Certo. – Carol disse, vendo Thaiga olhar confusa para Bárbara.
— Só gostaria de agradecer ao sol por aquecer a pedra de gelo. – Thaiga disse do nada, se levantando. — Vou sair daqui porque sei quando atrapalho.
— Você não está atrapalhando. – Carol disse, se aconchegando mais nos braços de Bárbara.
— Tchau. – Thaiga falou, se afastando e Maellen riu.
— Nem pense em sair, Maellen. Não estão atrapalhando. – Carol disse ao olhar de Scar que também saíria. Ambas apenas assentiram e então a menor ergueu seu rosto, fitando Bárbara com um sorriso divertido nos lábios.
— O que foi? – Bárbara indagou.
— Você realmente não acredita que eu só trabalho na enfermaria? – Ela indagou e Bárbara suspirou. — Que bilhete foi aquele? – Ela perguntou rindo.
— Eu sei que só trabalha, só quis te lembrar que esse lugar não é para você. Ela trabalha em um presídio e lida com pessoas perigosas todo tempo. Você tem que, ãm... – Ela se inclinou para sussurar, afinal as amigas de Carol não sabiam que elas não estavam realmente juntas. — Encontrar alguém que não seja daqui para ocupar esse coração. – Carol franziu o cenho e a fitou.
— Por quê? – Indagou confusa.
— Você merece mais do que isso. – Bárbara disse, olhando para baixo e Carol levou uma mão até seu queixo, o erguendo.
— E se eu não quiser mais do que isso? – Carol indagou, encarando-a com intensidade e Bárbara suspirou.
— Você quer mesmo a médica, não é? – Bárbara perguntou no seu ouvido com ar de derrota e Carol negou com a cabeça, voltando a fitá-la.
— Não estou me referindo à ela. – Carol informou e Bárbara se levantou, jamais deixando de olhá-la.
— Você não deveria se envolver com ninguém daqui. – Bárbara disse e Carol se levantou junto. — Você merece mais.
— Como sabe o que eu mereço ou não? Você se quer me conhece. – Carol disse veemente e Bárbara passou uma mão pelo próprio rosto, respirando fundo antes de rir baixinho e levar uma mão até o rosto de Carol, acariciando-o.
— Destemida como sempre – Bárbara disse sorrindo nostálgica e Carol estranhou a atitude. — Os anos passam, mas você não muda.
— Anos? Você me conhece de antes? – Carol indagou e Bárbara negou com a cabeça.
— Não ouça as bobagens que eu digo. Só acordei com sono. – Bárbara disse, deixando um beijo em sua bochecha antes de começar a caminhar para longe.
— Espere! – Carol chamou, seguindo-a. — Bárbara! – Tentou novamente, sem exito. — Eu não acredito em você. – Carol disse do corredor de suas celas, fazendo Bárbara frear no mesmo momento e se virar pra ela.
— Não acredita em quê? – Bárbara indagou e Carol a alcançou, parando em sua frente. Sua respiração agitada pela aceleração de seus passos.
— Que esteja sonolenta. – Carol disse quase arfando e Bárbara sorriu.
— Tudo bem. – Bárbara disse dando de ombros e Carol segurou seu pulso, não deixando a maior continuar seu caminho.
— Não acredito que você tenha dito "anos" por estar sonolenta. – Confessou. — Não acredito que tenha trocado os frascos por não ter notado e tampouco acredito que seja essa durona que todo mundo aqui dentro crê que é.
— Ah é? – Bárbara perguntou e Carol assentiu. Sentindo seu coração acelerado, ela só não sabia identificar se era por ter acelerado o passo minutos atrás ou por estar falando aquilo para Bárbara.
— Sabe o que mais eu acho? – Carol indagou dando mais um passo a frente, vendo Bárbara negar com a cabeça e prender a respiração. — Que você gosta de mim. Que essa brincadeirinha sobre me beijar são porque realmente você quer isso. – Umideceu os lábios e tomou o ar.
— E no que mais acredita? – Bárbara perguntou, encarando-a como se lêsse sua alma através daquele olhar.
— Também acredito que o que você diz ser dó de mim é, em realidade, preocupação real.
— Não me importo com você e não quero te beijar, Carol, não alucine. – Bárbara disse fazendo careta e Carol a encostou lentamente na parede entre as duas celas quaisquer.
— Então me prova. – Carol sussurrou, plantando um beijo no canto dos lábios de Bárbara antes de roçar seus lábios nos dela.
— Carol, pare!
— Não! – Carol negou novamente, fitando o lábios rosados a centímetros dos seus enquanto sentia seu corpo inteiro tremular. — Me prove que você não está louca para me beijar, para sentir o gosto dos meus lábios contra o seu.
— Está retratando um desejo seu? – Bárbara disse com a voz ligeiramente falhada e Carol colocou as mãos na cintura da garota.
— Sim, é um desejo meu. – Carol confessou, roçando seus lábios nos de Bárbara. — E se não for o seu também então me afaste...
Os olhos castanhos queimavam Carol e ambas sentiam o ar lhes faltar, corações acelerados e o perfume de Carol exalando as duas.
— Não posso fazer isso... – Barbara disse baixinho. — Não consigo te afastar. – Confessou, sentindo seu peito doer devido à velocidade de seus batimentos.
— Então me beija... – Carol murmurou e no instante seguinte os lábios de Bárbara pousaram sobre os seus com pressa e intensidade, porem, jamais perdendo a delicadeza e realizando, finalmente, o desejo de duas presidiárias.
Opaaan, dormi muito e esqueci de postar esse cap kkkkkkk. Boa tarde :)
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Presa Por Acaso | Babitan
Фанфик| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...