Capítulo 51

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— Pa-ra. – Carol, que já estava vestida e pronta, parou na porta do quarto onde Bárbara estava com Sophia ao ouvir Bárbara falando.

— Paa-laa. – A garotinha repetiu com muito esforço, tendo o riso suave de Bárbara como resposta.

— Pa-ra. Rrra-ra. – Deu ênfase no erre que não saia da criança, ouvindo um suspiro em resposta.

— Eu não sei. Cansei. – Sophia disse, fazendo Carol rir internamente e se encostar na parede do lado de fora.

— Não consigo e você vai ficar bava.

— Hey, não seja impaciente, tudo bem? – Bárbara disse e Carol espiou pela brecha da porta a maior agachada no chão enquanto penteava os cabelos da garota que estava sentada sobre a cama.

— Nenhuma semente vira árvore da noite para o dia. – Avisou brandamente.

— Você planta uma semente e com cuidado diário e muita paciência ela cresce e vira uma linda árvore, não de repente.

— Eu sou igual uma árvore? – A criança perguntou e Bárbara sorriu amplamente, fazendo Carol cruzar os braços esperando pela resposta da maior.

— Todos nós somos como uma árvore em crescimento. – Bárbara disse

— Por isso temos que tratar todos com muito carinho e nunca falar coisas feias para as pessoas. – Ela disse terminando de arrumar o cabelo da garota e deixando a escova sobre a cama antes de puxá-la para perto e plantar um beijo em sua testa.

— Palavras feias podem machucar as pessoas e, bem, seria o mesmo que que arrancar várias folhas de uma linda árvore enquanto ela floresce.

— Então... Eu peciso apender devagar e você plecisa ter muito calma, está bem? – Sophia perguntou.

— Para não machucar as minhas folhas. – Carol suspirou bobamente com um sorriso encantado nos lábios ao ver Bárbara conversar pacientemente com sua sobrinha.

— Eu jamais machucaria as suas folhas. – Bárbara disse, se levantando.

— Nem as da titia? – Bárbara negou com a cabeça, estendendo uma mão para a criança, que segurou a mesma e ficou em pé na cama, rindo quando Bárbara a levantou e a embalou em seus braços para morder de leve sua barriga.

— Nem as da sua tia. – Replicou docemente conforme ria.

— Agora vamos lá porque você tem que começar com a pré-escola e eu preciso ir nessa entrevista agora.

— Se você conseguir esse emplego me compa um sorvete? – Sophia perguntou e Bárbara assentiu.

— Compro, mas você precisa continuar praticando o seu erre. Nada de desistir fácil, hm?

— Combinado. – Sophia disse abraçando Bárbara e fazendo uma careta ao ver Carol do lado de fora da porta.

— Hey, a titia está escutando escondido. Deve ficar de castigo. – Alertou Bárbara, que virou sua cabeça apenas para ver Carol rir com a expressão culpada antes de entrar no quarto com as mãos para o alto.

— Tudo bem, vocês me descobriram. – Falou rindo, soltando um gritinho agudo ao sentir um braço de Bárbara a puxar para si.

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora