Capítulo 22

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Maratona 4/5

(...)

— E aí a Scar ganhou a última cicatriz dela. – Maellen contava enquanto a água caía sobre elas. Tomavam banho cercada de várias outras detentas, tendo Maellen explicando sobre seu primeiro dia na prisão.

— Ela te defendeu sem te conhecer? – Carol perguntou  verdadeiramente confusa.

— Ela tinha comido comigo nesse dia mais cedo e eu lhe ofereci o leite, já que não gosto. Acho que viramos amigas pelo brilho nos olhos dela quando aceitou o leite. –  Maellen disse rindo baixinho.

— Não entendo para que toda essa agressividade aqui dentro. – Carol disse suspirando e Maellen assentiu.

— Mas dessa vez foi sem querer. – Maellen explicou. — Elas não iriam me agredir, só estavam me chamando de trator ou porca e rindo da forma como eu dou risada às vezes. – Maellen disse um tanto desconfortável. — Como se eu tivesse culpa. – Falou desligando o chuveiro. — E a Scar não gostou.

— Não ligue para elas, eu acho fofo sua risada e Bárbara também. – Carol disse e Maellen riu, soltando seu tão conhecido ruído pelo nariz e boca.

— Quando você adiciona a parceira até em uma conversa dessa você já deveria encomendar o anel. – Maellen disse rindo. — Você pensa nela o dia todo, não é? – Carol mordeu o lábio inferior antes de abaixar o tom de voz.

— Eu, hum, penso bastante. -- Confessou ruborizando.

— Não precisa corar, amiga. Core só quando me disser algo que eu não saiba, tudo bem? – Maellen disse rindo, retirando o plástico de proteção da toalha antes de usá-la.

— Hmm, é que eu não deveria deixar-me sentir nada por ela. – Carol falou, afundando o rosto entre a água e fechando os olhos para protegê-los da mesma. — Mas não é como se desse para controlar, sabe? Dividimos a mesma cela e ela faz coisas tão doces por mim.

— Ninguém manda no coração, Carol. – Maellen disse. — Essas pessoas que se afastam de alguém por medo de sofrer acabam sofrendo também em seus próprios interiores.

— Sentir algo por ela não me trará nada de bom, Maellen. –Carol disse tristemente. — Agora pode até ser tudo lindo caso ela corresponda, mas e lá na frente? E quando uma de nós sair daqui? Eu corro o risco de ficar vinte e dois anos aqui se tudo der errado, não quero ela tendo que perder a vida vindo me ver, tendo que ser revistada de forma... hm, íntima, sabe?

— Mas se tudo der certo você sai em seis meses. – Maellen disse positivamente e Carol suspirou.

— E ela em dois anos. Quer dizer, não temos futuro juntas. – Carol disse e Maellen sorriu tristemente.

— Não esperaria por ela?

— Esperaria. – Carol disse sinceramente. — É claro que eu esperaria, mas conheço a Bárbara o suficiente para saber que ela não admitiria esse tipo de vida para mim. Ela terminaria seja lá o que tivéssemos.

— Então o que fará? – Maellen perguntou e Carol deu de ombros.

— Não há nada a se fazer. Não consigo ficar perto dela sem beijá-la e não vou fugir disso, nem conseguiria. – Confessou rindo fraco. — Mas já sei o fim dessa história e já me prevejo triste nele.

— E então a Scar me disse isso. – Maellen disse rindo alto, fazendo Carol franzir o cenho confusa.

— O que... – Carol se calou quando sentiu um par de braços abraçá-la por trás e logo percebeu que Maellen havia disfarçado.

— Posso me juntar a você? – Bárbara perguntou, se afastando apenas para retirar sua roupa. Maellen riu baixinho e piscou para Carol.

— Já terminei meu banho mesmo, então estou indo. Até mais, meninas. –Maellen disse e Carol corou ante ao olhar malicioso e sugestivo de Maellen.

Era óbvio que não fariam nada, até porque não estavam sozinhas ali.

— Eu já estava de saída. – Carol disse e Bárbara riu, se enfiando em baixo do chuveiro com ela sem falar nada.

— Você está corada por me ver nua? Você não corava antes... Ao contrário, ainda encarava meus seios descaradamente. – Bárbara disse rindo e Carol sorriu, saindo de baixo do chuveiro para deixar Bárbara começar a se lavar.

— Antes eu não podia te tocar. – Carol falou mais baixo. — Agora sei que você quer tanto quanto eu e, bem, ver você nua... – Seus olhos acompanharam as mãos de Bárbara percorrendo seu corpo enquanto se ensaboava. Carol engoliu em seco e desligou o chuveiro, vendo Bárbara lhe olhar confusa. — Para não gastar água a toa, sabe? – Disse rindo sem graça e Bárbara assentiu.

— E então... o que dizia? – Bárbara disse provocando e Carol riu, estreitando os olhos.

— Que eu malicio e, mesmo sem querer, é inevitável não desejar você. – Carol disse, vendo Bárbara lavar suas partes baixas antes de voltar a abrir o chuveiro para se enxaguar.

— Vai ficar com frio aí. – Bárbara disse, puxando Carol para seus braços, fazendo seus seios baterem um pouco acima dos dela. — Melhor aqui, hm? Mais quentinho... – Bárbara disse, se inclinando para dar um selinho em Carol.

— Você e eu estamos nuas, Bárbara... – Carol sussurrou, olhando em volta. — Ficar me abraçando e usando esse tom rouco de voz não me faz feliz.

— Não faz? – Bárbara perguntou arqueando uma sobrancelha e Carol mordeu o lábio inferior ao sentir os dedos suaves e molhados da maior deslizando por suas costas.

— Não aqui. – Carol se explicou, prendendo o lábio inferior de Bárbara entre seus dentes. — Onde eu não posso fazer nada além de me excitar vergonhosamente. – A maior sentiu seu corpo acender diante do som arrastado que emanou de Carol em sua fala.

Você tem só mais cinco meses aqui... – Bárbara sussurrou contra os lábios de Carol. — Então deveria não usar esse tom sexy para falar comigo... – Ela disse e Carol prendeu os braços ao redor de seu pescoço. — Se não eu não me responsabilizo por me comportar até lá.

—  Eu não quero que se comporte... – Carol falou, erguendo ligeiramente a ponta dos pés para mordiscar o lóbulo da orelha de Bárbara antes de se afastar bruscamente. — Quero que tome logo esse bendito banho e me encontre na cela. – Bárbara sentiu seu coração acelerar e respirou fundo, mordendo seu lábio inferior.

— Tem certeza? – Bárbara perguntou Carol maliciosamente , pegando uma das toalhas e abrindo a embalagem.

— Você que tem que ter. – Ela disse, envolvendo a toalha ao redor de seu corpo. — Afinal, dessa vez você não poderá usar a desculpa de que tenho que ir para a enfermaria. – Carol concluiu, mandando um beijo no ar antes de ir em direção a porta. Bárbara riu graciosamente; adorava aquele jeito espontâneo e sexy de Carol. Definitivamente adorava. —Tem certeza? – Bárbara indagou e Carol sorriu maliciosamente, pegando uma das toalhas e abrindo a embalagem.


Eitaa 👀👀

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora