Capítulo 24

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Os olhos castanhos fitaram Carol por longos minutos, vendo que a menor sequer se movia. Bárbara decidiu se aproximar dela, se deitando sobre a cama, ao seu lado, antes de tentar a comunicação.

— Hey... – A voz rouca soou docemente atrás de Carol e um braço circundou sua cintura.

— Não fique chateada comigo. – Bárbara pediu e Carol torceu a boca, se virando para ela lentamente.

— Não estou. – Ela disse, fitando as orbes castanhas.

— Então por que ficou assim? – Bárbara indagou e Carol a abraçou, se encostando mais em seu corpo.

— É que havíamos compartilhado algo... nosso. – Carol disse envergonhada.

— E eu me senti tão bem, mas aí a realidade dos segredos e mistérios bateu em minha porta cedo demais. – Confessou e Bárbara assentiu, decidida a ceder mais um pouco.

— Se eu te contar a segunda vez que nossas vidas se cruzaram eu ainda poderei dormir abraçadinha com você? – Bárbara perguntou e os olhos curiosos de Carol encontraram os seus.

— Sim. – Ela respondeu, se aconchegando nos braços de Bárbara antes de sentir a maior puxar o cobertor para cobri-las.

— Desta vez precisarei ir mais a fundo em alguns detalhes.

— Quanto mais fundo melhor. – Carol disse, ouvindo Bárbara rir alto ao ouvir aquilo, só então caiu em percepção do que havia dito.

— Hey, eu não disse com malícia! – Falou rindo e Bárbara assentiu.

— Certo, desculpe. – Ela disse iniciando uma carícia leve e mansa no braço de Carol.

— Dessa vez tudo começou em um funeral. – Bárbara disse, fazendo Carol erguer o rosto para ela com preocupação.

— Já não sei se quero ouvir. – Carol disse e Bárbara depositou um beijo na ponta de seu nariz.

— Então eu não falo. – Bárbara disse e Carol negou rapidamente.

— Não, por favor... – Ela insistiu e Bárbara riu, assentindo.

— Bem, eu tinha uns dezoito anos e ainda precisava muito, muito, muito mesmo de dinheiro... Um dia vi na televisão que um empresário muito conhecido e importante havia falecido... – Bárbara começou.

— Eu sequer me importei em gravar o nome dele, o que havia chamado a minha atenção era o local do enterro. Era perto de onde eu estava e era aberto ao público.

— O enterro do meu pai foi assim. – Carol cortou e Bárbara a fitou, levando uma mão até seu rosto para acariciar a região.

— Naquele dia eu decidi investir todo o dinheiro que eu tinha em flores. – Bárbara confessou.

— Comprei de todos os tipos e passei horas fazendo arranjos e buquês. Peguei todas as flores e as embrulhei em um enorme tapete, com cuidado para não danificá-las e, hm, as levei para o enterro do homem para vendê-las. – Disse, analisando a ruga que se formava no rosto de Carol.

— Chegando lá eu te vi. – Carol paralisou, ligando os pontos.

— Era... você estava... você... – Carol estava atônita e Bárbara apenas a abraçou mais forte, fitando-a.

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora