Os olhos castanhos fitaram Carol por longos minutos, vendo que a menor sequer se movia. Bárbara decidiu se aproximar dela, se deitando sobre a cama, ao seu lado, antes de tentar a comunicação.
— Hey... – A voz rouca soou docemente atrás de Carol e um braço circundou sua cintura.
— Não fique chateada comigo. – Bárbara pediu e Carol torceu a boca, se virando para ela lentamente.
— Não estou. – Ela disse, fitando as orbes castanhas.
— Então por que ficou assim? – Bárbara indagou e Carol a abraçou, se encostando mais em seu corpo.
— É que havíamos compartilhado algo... nosso. – Carol disse envergonhada.
— E eu me senti tão bem, mas aí a realidade dos segredos e mistérios bateu em minha porta cedo demais. – Confessou e Bárbara assentiu, decidida a ceder mais um pouco.
— Se eu te contar a segunda vez que nossas vidas se cruzaram eu ainda poderei dormir abraçadinha com você? – Bárbara perguntou e os olhos curiosos de Carol encontraram os seus.
— Sim. – Ela respondeu, se aconchegando nos braços de Bárbara antes de sentir a maior puxar o cobertor para cobri-las.
— Desta vez precisarei ir mais a fundo em alguns detalhes.
— Quanto mais fundo melhor. – Carol disse, ouvindo Bárbara rir alto ao ouvir aquilo, só então caiu em percepção do que havia dito.
— Hey, eu não disse com malícia! – Falou rindo e Bárbara assentiu.
— Certo, desculpe. – Ela disse iniciando uma carícia leve e mansa no braço de Carol.
— Dessa vez tudo começou em um funeral. – Bárbara disse, fazendo Carol erguer o rosto para ela com preocupação.
— Já não sei se quero ouvir. – Carol disse e Bárbara depositou um beijo na ponta de seu nariz.
— Então eu não falo. – Bárbara disse e Carol negou rapidamente.
— Não, por favor... – Ela insistiu e Bárbara riu, assentindo.
— Bem, eu tinha uns dezoito anos e ainda precisava muito, muito, muito mesmo de dinheiro... Um dia vi na televisão que um empresário muito conhecido e importante havia falecido... – Bárbara começou.
— Eu sequer me importei em gravar o nome dele, o que havia chamado a minha atenção era o local do enterro. Era perto de onde eu estava e era aberto ao público.
— O enterro do meu pai foi assim. – Carol cortou e Bárbara a fitou, levando uma mão até seu rosto para acariciar a região.
— Naquele dia eu decidi investir todo o dinheiro que eu tinha em flores. – Bárbara confessou.
— Comprei de todos os tipos e passei horas fazendo arranjos e buquês. Peguei todas as flores e as embrulhei em um enorme tapete, com cuidado para não danificá-las e, hm, as levei para o enterro do homem para vendê-las. – Disse, analisando a ruga que se formava no rosto de Carol.
— Chegando lá eu te vi. – Carol paralisou, ligando os pontos.
— Era... você estava... você... – Carol estava atônita e Bárbara apenas a abraçou mais forte, fitando-a.
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Presa Por Acaso | Babitan
Fanfiction| + O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolina Voltan Marzin não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua familia tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pra...