Capítulo 6

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Carol teve o resto do dia tranquilo na medida do possível, tomou seu banho sem ninguém incomodar, sequer vira Passos na quele horário e as outras detentas tampouco incomodaram, seu medo ainda se baseava em Alex. Ela sairia em poucos minutos da detenção e iria para a cela delas.

Carol se desencorajou da cama e se levantou quando viu que seria revistada. Tudo ocorreu bem e o horário chegou. O mesmo sorriso prepotente da noite anterior brincava nos lábios da garota.

— Sentiu minha falta? – Ela perguntou, se aproximando.

— Por favor, me deixe em paz. – Carol disse, um pouco mais temerosa do que gostaria. Estava cansada de lutar, no entanto, sabia que ainda tinha muito mais pela frente.

— Sabe que ficar em um quarto escuro por vinte e quatro horas não me agradou muito? – A mulher disse, vendo Carol se levantar e ir pro canto da parede.

— Eu não quis...

— Chega de conversa. – A garota disse, puxando Carol pela cintura com força. A menor tentou se soltar, mas a garota imobilizou suas mãos e precionou sua pélvis contra a menor, não deixando-a ser capaz  de chutá-la. – Sua pele é muito macia. – A garota murmurou, distribuindo bejos pelo seu pescoço.

— Bárbara não gostaria disso. – Carol disse em seu ímpeto, fechando os olhos fortemente e, como num passe de mágica, a garota se afastou, a olhando confusa.

— O que ela tem a ver com isso? – Alex perguntou e Carol respirou fundo. Teria que dizer aquelas palavras em voz alta, seria estranho, primeiro porque teria que fazer parecer ser verdade, segundo porque não sabia até onde a outra sustentaria a mentira.

— Bem, ela me escolheu para, huh, ser a mulher, você sabe, dela. – Carol disse bastante hesitante, experimentando o sabor estranho daquelas palavras em sua boca e Alex estreitou os olhos.

— Desde quando?

— Esta tarde. – Disse firmemente e a outra passou a mão na nuca, parecendo um pouco desnorteada.

— Acha que tenho medo dela? – Alex perguntou e Carol negou rapidamente.

— Eu só, bem, estou te avisando. – Carol disse, vendo Alex a olhar ainda cética.

— Amanhã falarei com ela, mas se isso for uma mentira, espero que saiba que não serei carinhosa na noite de amanhã. – Carol assentiu e suspirou aliviada quando a outra subiu no beliche e se calou.

Deus que tivesse misericórdia dela, se descobrissem a mentira ela estaria em maus lençóis.

[...]

O corpo magro corria desesperado pera a cantina no dia seguinte, procurando pelos olhos castanhos. Assim que encontrou, foi em direção à Bárbara, se sentando na mesa sem pedir autorização.

— Você disse para eu dizer aquela merda, então por favor, não volte atrás em sua palavra, caso contrário eu estarei bem, bem, bem fodida. – Carol disse eufórica.

— Quem te mandou sentar? – Bárbara perguntou rudemente.

— Eu só... Só precisava falar com você antes da, huh, Alex. – Carol disse fitando suas mãos.

— Já falou. – Bárbara disse friamente e Carol suspirou, assentindo e se levantando.

— Desculpe, eu não quis te atrapalhar. – Ela pediu cabisbaixa.

— Esteja na minha cela no mesmo horário de ontem e deixe os outros saberem disso. Vá sorrindo. – Passos disse seriamente e Carol assentiu, indo para a fila.

— Hey, não teve problemas ontem à noite? – A voz fina de Maellen soou preocupada assim que parou atrás  dela na fila.

— Não. – Carol disse, vendo Alex surgir na porta sa cantina.

Carol viu o exato momento em que ela marchou em direção à mesa de Bárbara e se debruçou sobre ela, apoiando as duas mãos na mesa.

Aparentemente aquela era a nova atração do lugar, porque Carol viu todos os pares de olhos voltados para as duas. Bárbara a olhou friamente antes de dizer algo que Carol não pôde ouvir devido à distância.

Alex pareceu irritada e Bárbara disse mais alguma coisa, fazendo Alex dar um soco na mesa. Bárbara se levantou e deu a volta na mesa, ficando cara a cara com Campbell. Ela disse algo com o minúsculo do maxilar enrijecido e Alex bufou antes de abaixar os olhos, assentir e ir a passos duros até a fila, ou seja, bem atrás de Maellen.

Carol viu Bárbara se aproximar dela e então sorrir. Caramba! era a primeira vez que via seu sorriso.

A menor não se atreveu a olhar para Maellen, afinal Alex estava bem atrás dela e não sabia o que ela tinha conversado com Bárbara.

A surpresa de Carol aconteceu quando sentiu um braço delicadamente se enlaçar em sua cintura antes de colar seus corpos. Era Bárbara.

Carol prendeu a respiração ao se atrever a olhar pra cima: Os olhos castanhos fixado nos verdes e um sorriso lindo brincando em seus lábios.

— Nos vemos mais tarde? – A voz rouca e sexy fez Carol engolir em seco e assentir, totalmente paralisada ante àquela visão.

Bárbara se iclinou e deixou sua boca a centímetros de distância da de Carol, fazendo seus narizes se tocarem e seus olhos mergulharem um no outro. A menor podia jurar que sentiu seu corpo tremer e seu coração disparar em seu peito.

— Então eu te espero na minha cela. – Bárbara disse ligeiramente mais baixo, apertando um pouco mais Carol contra seu corpo antes de se inclinar um pouco mais e relar seus lábios suavemente sobre os de Carol, em um selinho demorado.

A maior se afastou e Carol sentiu seu corpo inteiro tremer; ele ainda era capaz de sentir a chama que se acendeu em seu interior graças ao calor dos lábios macios de Bárbara.

— Menina, o que foi isso? – A pergunta de Maellen trouxe Carol de volta.

— Eu não sei. – Carol disse levemente desnorteada, se virando e olhando para Maellen com a expressão paralisada.

— Como não sabe? – Maellen perguntou confusa.

— Meio que desde ontem nós... Estamos juntas. — Carol falou, olhando para a figura de Bárbara, que se afastava enquanto olhares se abaixavam para não cruzar com o dela.

— Ela escolheu você? – Maellen perguntou retoricamente. — Uau, parabéns. Você é a primeira garota que ela arruma aqui dentro. Ela sempre renegou todas e eu só não achava que ela fosse heterossexual por causa do meu gaydar.

— Salada? – A mulher na frente delas perguntou e Carol assentiu.

— Espere! Você é tipo minha patroa agora? Porque se é a mulher da Passos e tudo que a Passos pede todas fazem, faram isso para você também. – Maellen deduziu.

— Oh céus, eu devo te chamar de senhorita?

— Você deveria calar a boca desse assunto e irmos comer. – Carol disse rindo, mas viu Maellen assentir freneticamente antes de fazer o que ela pediu .

Apesar da conversa que engatou com Maellen após isso, a única coisa que sua mente conseguia pensar era: O que Bárbara queria com ela mais tarde?

Presa Por Acaso | BabitanOnde histórias criam vida. Descubra agora